Que atividades acadêmicas enriquecem seu currículo e sua preparação? Quais dão mais pontos? E que de fato vão fazer diferença para você?
Quais as lições decisivas que, ao menos pra mim, foram essenciais para a aprovação na Residência Médica com a qual sempre sonhei?
Após a divulgação de nosso eBook Como Montar um Currículo Padrão-Ouro, muitas pessoas nos procuraram com diversas dúvidas sobre atividades acadêmicas que gostariam de realizar, e se elas seriam boas ou não para o currículo.
Sinceramente, não era bem a nossa intenção levantar esse tipo de dúvida!
Apesar de termos feito esse eBook e outros materiais para ajudar os alunos que não sabem o que vale ponto ou não para as provas de Residência, nossa ideia era passar o que de fato vai ajudar você não só em termos de pontuação, mas de preparação para a Residência de forma geral.
Como assim?
Vou explicar e você vai entender, através das experiências que tive ao longo da faculdade, o quanto elas me ajudaram – direta ou indiretamente – e quais foram as lições decisivas para minha aprovação na Residência Médica.
Afinal de contas, como costumamos falar aqui, passar na Residência é muito mais do que “sentar a bunda na cadeira e estudar”.
Eu queria muito participar do CA no 5º ano, porém o conflito interno existia: “é mais uma tarefa que vai competir com minha atenção ao estudo para a Residência”.
E de fato competiu. Mas, nessa fase, você dificilmente tem uma urgência e um senso de que precisa dar tudo de si naquele ano. Alguns têm. Eu não tinha!
E como diz a Lei de Parkinson:
“O trabalho se expande de modo a preencher o tempo disponível para a sua realização”
Ou seja, ter muito “tempo livre”, paradoxalmente, pode ser pior do que ter pouco.
O tempo escasso foi o senso de urgência que criei pra mim mesmo com essa experiência.
No sexto ano e hoje em dia, claro, sei que esse modo de fazer as coisas talvez seja bastante danoso e existem modos muito mais “seguros” e eficazes para se motivar a fazer o que deve ser feito.
A primeira dessas 3 lições decisivas, portanto, é que ninguém vai fazer por você o que só você mesmo pode fazer. De um jeito ou de outro, arranje modos de educar o seu cérebro a fazer o que precisa ser feito.
Aliás, aqui na Medway isso tem um nome: autorresponsabilidade.
Esse foi um dos maiores erros possivelmente evitáveis que cometi durante minha preparação.
Preocupar-me em fazer um artigo científico durante o internato – que seria meu TCC – foi um dos maiores erros. Não que o TCC fosse evitável, mas eu poderia ter me organizado para terminar no 3º, 4º ou 5º ano.
Cometi o erro do perfeccionismo aqui – de querer fazer um TCC publicável e não “somente um TCC”. Mas ao mesmo tempo estava me preocupando em estudar o assunto do cursinho e me preparar para as provas de Residência Médica.
Resultado? Não fiz nem um TCC bom e não consegui focar 100% nos estudos até me livrar desse artigo (que, por sinal, nunca foi publicado).
Erros são parte do aprendizado e ter “me ferrado” foi ótimo para me gerar ainda mais escassez de tempo, senso de urgência e mostrar que ter foco naquele momento era importantíssimo.
Na reta final para apresentar o TCC, a prioridade em que eu tinha que focar já era óbvia: aprovação na Residência.
Tudo que não contribuísse com esse objetivo não poderia mais fazer parte da minha vida até que ele fosse alcançado.
É essencial pensar sobre o que pode estar tirando seu foco do que é mais importante. Nós aqui da Medway já passamos por isso, aprendemos essas lições decisivas e é por essa razão que queremos – e sabemos – como ajudar. Inclusive, separamos até algumas dicas pra você que quer mandar bem nos estudos para a Residência.
Por mais que mudanças gerem algum estresse, tive um custo-benefício importante ao sair de casa em agosto e começar a trabalhar 30h/semana, pouco após minha formatura.
O motivo desse movimento ter sido bom foi por conta de esses últimos meses representarem a reta final para a Residência.
Mas aí você pode pensar: “como que se mudar e começar a trabalhar pode ser algo benéfico na reta final?”
Não foi necessariamente o fato de ter me mudado, nem o fato de estar trabalhando que geraram o benefício. Foi o fato de eu ir morar no interior do estado, longe de tudo e todos, longe de todas as distrações.
Fazer mudança e trabalhar podem parecer grandes consumidores de tempo, mas o fato é que morar longe me tirou de todas possíveis trocas de contexto que aconteciam na minha vida.
Era só trabalho de manhã e estudo de tarde até à noite. Não tinha amigos por perto, não tinha família, internet pegava mal… nem sofá em casa eu tinha. Zero distrações!
Ninguém aguenta isso por muito tempo, é fato. Mas ter passado por poucos meses nessa realidade reforçou o foco, o propósito e ainda botou um dinheirinho no meu bolso que ajudou muito durante a Residência.
Além de, claro, ter ensinado a terceira das lições decisivas para minha aprovação: a de que é possível crescer no lugar que não imaginamos, se usarmos situações adversas a nosso favor.
Você não precisa passar pelo mesmo tipo de situação para ter o aprendizado que eu tive.
Fazer mudança com o foco 100% nas apostilas me trouxe um estresse bastante importante. Nos primeiros 4 dias morando no apartamento novo eu tinha que puxar uma extensão da casa do vizinho para ligar uma luminária e conseguir estudar, já que quando cheguei a energia estava desligada.
Enfim, a maior lição de todas é que dá para acertar mesmo errando muito durante sua preparação. Mas isso só vai acontecer se você fizer uma autocrítica e revisar seus resultados com honestidade, além de corrigir sua rota quantas vezes forem necessárias até o dia da prova.
Dificuldades também são oportunidades. É só saber aproveitar.
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Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor