A gente já falou aqui no blog sobre a importância — e eficácia — do estudo por questões na hora da preparação para a residência médica. Seus benefícios se destacam principalmente quando os objetivos são memorização de conteúdos e ganho de expertise sobre as provas das diferentes instituições. Por isso, hoje trouxemos 5 questões de estudos epidemiológicos comentadas pra você testar seu conhecimento e ainda receber aquela ajudinha pra qualquer dúvida que surgir.
Vem conferir as 5 questões de estudos epidemiológicos que separamos pra você!
Observe o gráfico abaixo. De acordo com os valores apresentados pode-se dizer que:
Comentário:
Leiam o gráfico! Leiam, releiam, releiam de novo, leiam de ponta cabeça, de lado, do avesso! Aqui, estamos diante de um gráfico de incidência, e esse é o ponto chave para acertar a questão de estudos epidemiológicos! A partir disso, vemos que a incidência é crescente entre as regiões NE, N, CO, SE e S.
A – Incorreta. Não a prevalência, mas a incidência foi maior! Está errado pelo tipo de medida que o gráfico utiliza
B – Incorreta. O risco absoluto, pelo gráfico, foi maior na região Sul e menor no Nordeste e não igual em todo o país.
C – Correta. O risco absoluto do Nordeste, ou seja, o risco de adoecer, foi o menor do país, conforme podemos ver no gráfico
D – Incorreta. A incidência da doença foi praticamente a mesma, porém não a prevalência, mais uma pegadinha!
Visão do aprovado: A troca entre prevalência e incidência poderia trazer problemas e dúvidas nessa questão de estudos epidemiológicos. Leia atentamente os gráficos e o que eles trazem de informação, qual a medida que estão utilizando, isso é primordial para matar uma questão que envolve gráficos e também tabelas! Muitas vezes o detalhe está na legenda.
Nível de dificuldade: Fácil
Gabarito: C
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Numa observação clínica, quando grupos ao serem comparados são diferentes em relação a todas as variáveis que determinam o resultado da associação, exceto naquela em estudo, apresenta-se um vício de
Comentário:
Imagine que você queira provar que pessoas que usam um determinado fator tem mais risco de desenvolver um desfecho, por exemplo, gluten e obesidade. E então você tem 2 grupos, sendo que um deles precisará comer glúten e o outro não (grupo controle). Além disso, você equipara todas as características dos grupos como gênero, idade, comorbidades, menos uma, a obesidade. Então, no grupo que come gluten, todos eram obesos, enquanto no seu grupo controle, nenhum era obeso. E então você conclui que provou a relação entre gluten e obesidade
Mas veja que existe aqui um viés fortíssimo de como você selecionou seus grupos, pois você induziu um desfecho, correto? O nome disso é viés de seleção, quando os pesquisadores selecionam os participantes de forma a provarem sua hipótese.
A – Incorreta. Viés de aferição é baseado no erro de medida de um aparelho que está descalibrado, ou a variabilidade entre os observadores, gerando um erro de medida.
B – Incorreta. Viés de confusão seria um erro em estabelecer causa e efeito por haver mais de um fator interferindo, por exemplo, pessoas que fumam e tomam café tem maior propensão à úlcera gástrica, mas boa parte das pessoas que fumam também tomam café, então qual seria o fator determinante?
C – Incorreta. Erro aleatório é algo que faz parte da probabilística de qualquer estudo científico, mas nesse caso, não é o que está ocorrendo pelo explicado acima
D – Correta. Conforme explicado acima, alternativa correta
E – Incorreta. Erro de amostragem ocorre quando há uma diferença entre as características incluídas na pesquisa e as características da população real. Por exemplo, em uma população de baixa estatura, termos, em nosso projeto, apenas pessoas de estatura alta.
Visão do aprovado: A forma de quebrar o viés de seleção é pela randomização, por impossibilitar do pesquisador selecionar os grupos. Isso poderia ter sido cobrado nessa questão de estudos epidemiológicos como tem sido cobrado bastante nas provas.
Nível de dificuldade: Médio
Gabarito: D
A força isocinética foi medida em 200 homens e mulheres saudáveis de 45 a 78 anos de idade para examinar a relação entre força muscular, idade e composição corporal. O pico de torque foi medido a 60 e 240 graus/s no joelho e a 60 e 180 graus/s no cotovelo usando o dinamômetro Cybex II®. A massa isenta de gordura (MIG) foi estimada por pesagem hidrostática em todos os sujeitos, e a mesma massa muscular (MM) foi determinada em 141 indivíduos a partir da excreção de creatinina urinária. Observou-se que a MIG e MM foram menores no grupo dos mais velhos (p<0,001). A força de todos os grupos musculares foi menor em mulheres e nos mais velhos (p<0,006), mas quando ajustada para MIG ou MM, estas diferenças não se mostraram significantes. Estes dados sugerem que o MM é um principal determinante das diferenças relacionadas à idade e sexo na força muscular esquelética. (Journal of Applied Physiology 7 (2), 644-50) Qual das medidas de associação a seguir pode ser utilizada neste tipo de estudo?
Comentário:
Temos duas formas de resolver a questão: direto pela medida de associação, mais difícil, e a partir do tipo de estudo. O que temos é um estudo onde foram avaliadas 200 pessoas de diversas idades e gêneros, sendo analisada a partir da estratificação. Apenas com isso, poderíamos pensar em coorte, transversal e caso-controle. O primeiro e o último estariam de certa forma eliminados por um detalhe: há, aqui, um grupo único! Houve avaliação de todos, sem comparação de grupos, mas de estratos dentro do mesmo grupo. Este, portanto, é um estudo transversal (cross-sectional). Agora ficou mais tranquilo de pensar! A medida de associação desse tipo de estudo é a razão da prevalência.
Nível de dificuldade: Médio
Gabarito: D
Um estudo comparou as taxas de incidência de câncer de cólon em mulheres adultas em 10 países e as respectivas médias anuais de consumo de carne vermelha no ano de 2015. O DESENHO DO ESTUDO É:
Comentário:
Nesta questão de estudos epidemiológicos, observamos que o objetivo do pesquisador é comparar taxas de incidência de câncer de cólon em 10 países diferentes. Para transformar essa informação em classificação do tipo de estudo, vamos responder às perguntas do delineamento:
– Esse estudo é observacional ou intervencionista?
– A análise é individual ou agregada?
– O olhar é transversal ou longitudinal?
O enunciado deixou claro que o estudo é multicêntrico para avaliar as taxas de incidência em diferentes países do planeta, mostrando que é uma análise agregada. Além disso, observamos que o estudo é observacional, já que não houve intervenções, e também transversal, já que não houve seguimento das pacientes que participaram. Com essas informações, fica mais fácil analisarmos as alternativas em busca da resposta correta:
A – Incorreta. Para ser um estudo do tipo coorte, seria necessário que esse estudo fizesse acompanhamento longitudinal das pacientes. Não é o que ocorre.
B – Incorreta. O estudo não foi realizado encontrando pessoas doentes e buscando quais seriam os possíveis fatores de risco associados ao surgimento da doença. Não foi, portanto, um estudo do tipo caso-controle.
C – Correta. O estudo ecológico reúne exatamente as características que observamos na descrição acima. Inclusive, quando a questão fala sobre análise de grupos populacionais de CEP`s diferentes, esse estudo costuma ser do tipo ecológico.
D – Incorreta. O relato de caso das mulheres acometidas pela doença não seria indicado, pois o objetivo dos relatos é descrever uma situação, enquanto nosso enunciado pede um estudo que compare as taxas de incidência.
Visão do aprovado: Vocês já devem ter percebido que as questões de estudos epidemiológicos da UNICAMP tem comandos bem diretos, que costumam aparecer inclusive em caixa alta ao final do enunciado. E questões como essa que nos pedem classificação do desenho do estudo podem ser respondidas com mais facilidade se aplicarmos os filtros para delineamento de estudo da Medway. Então, não esqueçam:
– Esse estudo é observacional ou intervencionista?
– A análise é individual ou agregada?
– O olhar é transversal ou longitudinal?
Comecem respondendo essas perguntas e as coisas ficarão mais simples.
Nível de dificuldade: Fácil
Gabarito: C
O modelo de estudo necessário para responder a uma questão clínica é determinado pelo tipo de enfoque clínico-epidemiológico. Considerando o estudo de coorte, o enfoque deve ser:
Comentário:
Fala, pessoal! Questão sobre estudo de coorte. A banca quer saber qual deve ser o enfoque desse tipo de estudo. Mas como assim? A palavra ‘enfoque’ é no sentido de o que se quer descobrir. Em outras palavras, em que o estudo foca. Mas atenção, não é que as outras alternativas não possam ser observadas no estudo de coorte. Apenas não são o foco principal desse tipo de estudo.
Primeiro relembrando sobre os estudos de coorte. São estudos longitudinais, individuais e observacionais. Eles partem da exposição para o desfecho. Ou seja, o pesquisador seleciona indivíduos que possuam ou não a exposição e observa se eles adquirem ou não o desfecho. Esta é sua característica central. São estudos que conseguem medir o risco de uma exposição gerar um desfecho.
Vamos ver cada alternativa.
A – Correta. Vejamos. Se o coorte consegue medir o risco de uma exposição gerar um desfecho, significa que ele consegue identificar a etiologia/causa (exposição) de uma doença (desfecho). E é exatamente isso. Os estudos de coorte são muito utilizados para identificar fatores de risco para determinada doença.
B – Incorreta. Indiretamente até podemos falar que os estudos de coorte auxiliam na análise da prevenção, pois sabendo os fatores de risco de uma doença podemos compreender onde agir. Porém, não é o foco principal. Essa é apenas uma consequência final. Não há um delineamento de estudo que foque especificamente na prevenção.
C – Incorreta. Um tipo de estudo que foca mais na terapêutica seria os ensaios clínicos, que fazem uma intervenção na forma de tratamento para verificar se um medicamento é eficaz ou não.
D – Incorreta. Mais uma coisa que os estudos de coorte podem indiretamente auxiliar, já que compreender as causas de uma doença pode auxiliar no diagnóstico. Porém, não é o foco principal. Não há um delineamento de estudo que foque especificamente no diagnóstico.
Visão do aprovado: Essa questão de estudos epidemiológicos trouxe uma abordagem diferente deste foco (classificação de estudos). No geral as bancas pedem mais que o aluno identifique qual o delineamento do estudo ou assinale a alternativa que tem uma explicação correta de cada tipo de estudo.
Nível de dificuldade: Fácil
Gabarito: A
Acertou todas as questões de estudos epidemiológicos comentadas? Precisa relembrar algum conceito? Ao estudar por questões, você descobre quais são os assuntos que realmente domina e quais requerem mais atenção durante o seu preparo para as provas de residência médica.
Quer mais questões comentadas? Confira este vídeo com ainda mais questões com a professora Marina Pereira, que faz parte do time de Medicina Preventiva da Medway:
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É isso galera! Até a próxima!
Nascido em 1991, médico desde 2015, formado pela Faculdade de Medicina de Catanduva (FAMECA) e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) finalizada em 2018. "Nunca quis seguir o fluxo. Sempre acreditei que existe uma fórmula do sucesso para cada um de nós. Se puder conquistar sua mente, poderá conquistar o mundo." Siga no Instagram: @mica.medway
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