Salve, meu povo! A malária é uma das doenças infecciosas mais comuns e perigosas do mundo, afetando principalmente países tropicais e subtropicais. Neste post, vamos revisar um pouco sobre a doença, sua prevenção, sintomas, diagnóstico, tratamento e sobre um caso que deu o que falar na mídia.
A malária é causada pelo parasita Plasmodium, transmitido aos seres humanos através da picada de mosquitos infectados (fêmeas do mosquito Anopheles). Os sintomas podem incluir febre, dor de cabeça, calafrios, fadiga e dor muscular, entre outros.
O quadro clínico pode ser muito variado e facilmente confundido com outras doenças, principalmente outras arboviroses, em seu estágio inicial.
Existem quatro tipos de agentes causadores: Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium ovale e Plasmodium malariae. Cada tipo tem seus sintomas e gravidades diferentes:
Outro conceito interessante é o da febre terçã e quartã.
Se o paciente é infectado pelo Plasmodium falciparum ou vivax, por exemplo, pode apresentar um dia com febre e dois dias sem. Essa é a febre terçã.
Já nos casos de infecções por Plasmodium malariae, há um dia com febre e três dias sem. Essa é a febre quartã.
O diagnóstico da malária é fundamental para o tratamento adequado e o controle da doença. Existem vários métodos disponíveis, incluindo exames de sangue e testes rápidos, além da avaliação clínico-epidemiológica do caso (pacientes com sintomas clássicos e histórico de viagem a locais com alta incidência, por exemplo).
Um método comum, principalmente em regiões endêmicas, é a análise da gota espessa. Coleta-se o sangue da pessoa e uma amostra é examinada sob o microscópio para identificar a presença de parasitas da malária. Esse é o padrão ouro, mas pode ser demorado e requer habilidades especializadas de um microscopista.
Os testes rápidos são outra opção de diagnóstico disponível. Eles detectam antígenos específicos do parasita no sangue do paciente. São rápidos, fáceis de realizar e podem fornecer resultados em cerca de 15 minutos. Podem ser menos sensíveis do que a análise microscópica e, portanto, levar a resultados falsos negativos.
Outra forma é por meio de técnicas de biologia molecular, como a reação em cadeia da polimerase (PCR) com a detecção do DNA do parasita no sangue, sendo altamente sensível e específico.
O tratamento depende de diversos fatores, inclusive do tipo de parasita causador da doença e obviamente da gravidade dos sintomas. Aqui entram os famosos antimaláricos.
Vamos revisar rapidamente os esquemas de tratamento segundo o Ministério da Saúde.
Nos casos de malária por P. vivax ou por P. ovale, usamos cloroquina por 3 dias e primaquina por 7 dias. Lembrando que a primaquina não é indicada para gestantes, puérperas ou crianças menores de 6 meses. Infecções comprovadas por P. Vivax ou P. Malariae podem ser tratadas com cloroquina por 3 dias.
O Ministério indica “combinações fixas de derivados de artemisinina (ACT), artemeter + lumefantrina ou artesunato + mefloquina, por 3 dias para o tratamento clínico e a primaquina em dose única para eliminação dos gametócitos” nas infecções por P. falciparum.
Já nas infecções mistas (P. falciparum com P. vivax), indicamos artemeter + lumefantrina ou artesunato + mefloquina.
Nos casos graves da doença, por P. falciparum ou vivax, utilizamos artesunato intravenoso (IV) ou intramuscular (IM) por, pelo menos 24 horas, passando para o tratamento via oral assim que possível.
Obviamente além desses medicamentos, todo o tratamento de suporte deve ser fornecido, de acordo com cada quadro e sua gravidade.
Quando falamos nas medidas para evitar a ocorrência da doença (prevenção primária), temos algumas ações:
Em 2020, tivemos um caso bem discutido na mídia que foi a infecção pela doença na atriz Camila Pitanga e em sua filha. Elas a contraíram no litoral de São Paulo, região não endêmica da doença (diferente da região amazônica, por exemplo).
Isso, obviamente, gera um alerta nas autoridades de saúde locais, necessitando maior vigilância e entendimento da ocorrência de casos na região.
A diferença é tão importante que, quando olhamos a lista de doenças de notificação compulsória do Ministério da Saúde, os casos de malária na região amazônica são de notificação compulsória semanal e aqueles fora dessa região de notificação imediata (em até 24h) para as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde e Ministério da Saúde.
Curtiu entender mais sobre a malária? É uma doença muito comum e perigosa, então fique muito atento com isso durante seu período no PS.
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