Imagina essa situação: você está lá, de boa no plantão, e aí chega um paciente com queixa de aumento do volume abdominal progressivo há 4 semanas, indolor, associado a sensação de plenitude gástrica e mais recentemente, desconforto respiratório associado. E aí? Se pensou em ascite, tá afiado! Mas você sabe como fazer diagnóstico etiológico da ascite? E como fazer um diagnóstico diferencial pela análise do líquido ascítico pelo GASA?
Se não sabe, calma! Cola com a gente que vamos sistematizar esse conhecimento em dois pontos importantes para você dominar o tema de vez! Bora?
Nesse ponto, precisamos ressaltar que a punção e análise do líquido ascítico é indicada a todos os pacientes com ascite de etiologia indefinida, a menos que:
Contraindicações à paracentese |
Paciente não cooperativo |
Infecção de parede abdominal |
Gestação |
Coagulopatia grave |
Distensão grave de alças intestinais |
O diagnóstico diferencial das possíveis etiologias começa por uma anamnese e exame físico bem feitos:
Meu paciente:
Principais causas de ascite |
Cirrose hepática |
Neoplasias malignas |
Insuficiência cardíaca |
Tuberculose |
Diálise |
Doença pancreática |
Por onde começar a análise do líquido ascítico? Pelo GASA!
O GASA é o gradiente de albumina soro-ascite que representa a diferença entre a concentração da albumina sérica e do líquido ascítico:
GASA = Albumina sérica – Albumina do líquido ascítico |
A partir do GASA, vamos dividir a análise do líquido ascítico em dois grandes grupos: ascite com GASA aumentado (≥ 1,1 g/dl) e ascite com GASA diminuído (<1,1 g/dl),
Síndrome de Budd-Chiari |
GASA ≥ 1,1 g/dl |
Proteínas > 2,5 g/dl |
Doppler de artérias supra-hepáticas |
Insuficiência Cardíaca |
GASA ≥ 1,1 g/dl |
Proteínas > 2,5 g/dl |
BNP aumentado |
Além disso, um GASA ≥ 1,1 g/dl precisa me fazer pensar em peritonite bacteriana espontânea (PBE) e peritonite bacteriana secundária (PBS). Sabe como diferenciar as duas pela análise do líquido ascítico?
2. Ascite com GASA diminuído (<1,1 g/dl): Carcinomatose peritoneal, Tuberculose peritoneal, Pancreatite, Serosite e Síndrome Nefrótica.
Além desses dois grandes grupos, temos outras condições com características típicas:
Albumina; |
Celularidade; |
Proteínas totais e frações; |
Cultura; |
Glicose; |
DHL; |
Triglicérides; |
Amilase; |
Bilirrubinas; |
Citologia Oncótica. |
Fiz a hipótese diagnóstica de Ascite, realizei a punção diagnóstica, calculei o GASA e a partir de outras características do líquido ascítico + sinais clínicos e fiz o diagnóstico diferencial dentro dos dois grandes grupos.
E é isso! Já sabe o que fazer quando chegar um paciente com ascite no seu plantão?
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Valeu, até a próxima!
* Colaborou Amanda Rodrigues Vale, graduanda do 5° ano de Medicina na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Nascido em 1993, em Maringá, se formou em Medicina pela UEM (Universidade Estadual de Maringá). Residência em Medicina de Emergência pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
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