Fala, pessoal! Hoje o tema é anatomia do assoalho pélvico e as doenças relacionadas a ele.
A compreensão da anatomia da pelve feminina é fundamental para o domínio da fisiologia e do conhecimento obstétrico e para assegurar um procedimento cirúrgico mais seguro, podendo evitar lesões a vísceras, vasos sanguíneos e nervos em diversos procedimentos.
Neste texto, vamos explorar a estrutura do assoalho pélvico, sua função e as doenças relacionadas, destacando o que é essencial saber sobre o assunto. Vamos nessa?
Começando pelos ossos da pelve, ela é constituída por 4 ossos: sacro, cóccix e os 2 ilíacos (formados pela fusão de 3 ossos: ílio – maior deles, ísquio – póstero-inferior e púbis – anterior). Além dos ossos que a formam, alguns pontos importantes são:
Outro ponto de referência importante é a linha pectínea, que forma a abertura superior da pelve e termina no tubérculo púbico, no qual se fixa o ligamento inguinal.
Além disso, a pelve é dividida em pelve maior e menor pela linha terminal (massa óssea que vai do promontório até a sínfise púbica).
Em relação ao diâmetro, a pelve pode ser dividida em bacia maior e menor (obstétrica).
E de acordo com o formato do estreito superior da pelve, é possível classificar a pelve em:
E o assoalho pélvico, do que ele é composto? Pelos diafragmas pélvico e urogenital e pela fáscia endopélvica.
O aparelho de sustentação do assoalho pélvico é representado por músculos:
O aparelho de suspensão do assoalho pélvico é representado por ligamentos:
A interação entre os músculos do assoalho pélvico e os ligamentos de suporte levam a estabilidade dos órgãos pélvicos.
Quanto à vascularização da região pélvica, os principais vasos sanguíneos são: artéria sacral mediana, artéria ilíaca interna e a artéria ovariana.
Sobre os órgãos genitais femininos, esses podem ser divididos em internos e externos. Os internos correspondem aos ovários, tubas uterinas, útero e vagina.
Os externos compreendem o monte da pube, os lábios maiores e menores do pudendo, o vestíbulo da vagina, o clitóris, o bulbo do vestíbulo e as glândulas vestibulares maiores.
O assoalho pélvico é um conjunto de músculos, ligamentos e tecidos que sustentam órgãos como a bexiga, útero, reto e intestinos. Quando esses músculos se enfraquecem ou se danificam, várias doenças podem acometer o assoalho pélvico, comprometendo a saúde e qualidade de vida da pessoa.
Entre as condições mais comuns estão:
Se caracteriza pela perda involuntária de urina, muitas vezes causada pelo enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico, ocorre mais frequente em mulheres após o parto ou em pessoas idosas.
A incontinência urinária (IU) pode ser classificada de acordo com a fisiopatologia, sendo dividida em 3 grandes grupos: IU de esforço, em que a perda urinária é relacionada com algum esforço ou atividade que aumente a pressão intra- abdominal; IU de urgência, em que há relação com desejo súbito de urinar, esse tipo de incontinência faz parte do espectro da Síndrome da Bexiga Hiperativa; e IU mista, na qual há mistura dos sintomas.
Ocorre quando um ou mais órgãos pélvicos (útero, bexiga ou reto) descem ou se projetam para dentro da vagina, geralmente devido a enfraquecimento dos músculos e tecidos de sustentação.
Os principais fatores de risco relacionados ao prolapso dos órgãos pélvicos são: Idade; gestação e parto; macrossomia fetal ou uso de fórceps; obesidade…
É de suma importância estadiar o prolapso através do POP-Q e, com isso, classificar os prolapsos em estágios, que inicia em 0, quando há ausência de prolapso até estádio IV, em que há prolapso total.
O enfraquecimento do assoalho pélvico pode afetar a função sexual, causando dor durante a relação sexual (dispareunia) ou dificuldades com o prazer sexual.
A dificuldade para evacuar pode ser resultado de uma fraqueza muscular que não permite a coordenação adequada durante a evacuação, levando a problemas intestinais.
Pode ser causada por disfunções musculares, como tensão excessiva ou fraqueza no assoalho pélvico, gerando desconforto constante.
O tratamento de doenças do assoalho pélvico pode incluir fisioterapia, exercícios de fortalecimento muscular (como os exercícios de Kegel), mudanças no estilo de vida e, em casos mais graves, intervenções cirúrgicas. Manter a saúde do assoalho pélvico é essencial para garantir a funcionalidade dos órgãos pélvicos e prevenir essas condições.
A partir de agora as questões nas provas de residência médica sobre a anatomia do assoalho pélvico não serão mais um problema para você!
O conhecimento sobre a anatomia do assoalho pélvico e as doenças relacionadas é essencial para um diagnóstico e tratamento eficazes. Garantir a integridade dessa estrutura é fundamental para a qualidade de vida e bem-estar dos pacientes.
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Graduação em Medicina pela Universidade Católica de Pelotas (UCPEL/RS) e Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital Israelita Albert Einstein