A arteriografia é um exame radiológico invasivo, que atua no estudo das artérias quando aparece um paciente em contexto de trauma pélvico. O procedimento é muito utilizado para a verificação dos vasos sanguíneos.
Esse procedimento também é conhecido como angiografia e auxilia no diagnóstico de doenças que possuem relação com a circulação sanguínea de qualquer parte do corpo, como a região pélvica.
Preparamos este conteúdo para trazer as principais informações sobre como esse procedimento ocorre nos plantões de emergência. Assim, você fica por dentro de todos os detalhes importantes sobre o trauma pélvico e o manejo adequado.
Para entender sobre o assunto, é preciso ter em mente que as lesões traumáticas pélvicas apresentam significativa morbimortalidade, e o manejo pode ser bastante desafiador.
A alta mortalidade associada às fraturas pélvicas deve-se ao tipo de lesão traumática (alta energia) e à anatomia pélvica peculiar, com extensos e complexos plexos vasculares, de difícil acesso cirúrgico.
Aproximadamente, 85% dos sangramentos relacionados à fratura pélvica são provenientes de lesões de veias, porém, a lesão arterial também representa uma ameaça imediata.
A arteriografia é um método diagnóstico invasivo, no qual a cateterização de um vaso arterial é feita, seguida de injeção de contraste iodado. Isso tudo é acompanhado visualmente pela aquisição de imagens de raio-x em tempo real (fluoroscopia).
O meio de contraste radiopaco permite a opacificação dos ramos arteriais e a avaliação da anatomia. Em pacientes com trauma pélvico, a arteriografia identifica locais de extravasamento do contraste injetado via arterial, que correspondem a focos de sangramento ativo.
A indicação básica para a arteriografia é a suspeita de uma lesão pélvica arterial sangrando ativamente. O uso da arteriografia depende de vários fatores. Alguns deles são: quadro clínico do paciente, sinais vitais, necessidade contínua de ressuscitação, disponibilidade do aparelho e da experiência médica.
A grande vantagem da arteriografia pélvica em relação aos demais métodos diagnósticos disponíveis é que, caso um sangramento ativo seja observado no momento do exame, ela permite a intervenção endovascular para tratamento.
O tratamento para trauma pélvico é feito pela colocação de molas ou outros agentes embolizantes, com o objetivo de ocluir o vaso sangrante de forma minimamente invasiva quando comparada à abordagem cirúrgica.
A desvantagem da arteriografia como método diagnóstico para trauma pélvico está justamente em ser um método invasivo, que precisa de cateterização arterial e se submete aos riscos associados.
Hoje em dia, há aparelhos de tomografia computadorizada (TC) com excelente qualidade técnica, que permitem aquisições muito rápidas de fases angiográficas.
Eles podem diagnosticar sangramento ativo em pacientes vítimas de traumas de forma muito menos invasiva (apenas uma punção periférica), com maior disponibilidade e rapidez.
Por outro lado, em pacientes hemodinamicamente instáveis, é possível não haver tempo hábil para uma tomografia, sendo mais adequada a condução para a arteriografia. Nela, o diagnóstico de sangramento ativo arterial pode ser imediatamente acompanhado do tratamento endovascular.
A tomografia computadorizada com contraste endovenoso pode ser útil como um método de avaliação inicial não invasivo, com capacidade de ajudar a prever a necessidade de arteriografia.
Sendo assim, se houver extravasamento de contraste dos vasos (sangramento ativo) ou hematoma pélvico em um paciente hemodinamicamente instável com lesão pélvica, ocorre indicação de proceder à angiografia para tratar o sangramento.
A arteriografia quase não é mais utilizada como um método diagnóstico inicial, sendo muito mais adotada como um guia para procedimentos endovasculares minimamente invasivos, para controlar o sangramento quando isso é necessário.
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Mineira, millennial e radiologista fanática. Formou-se em Radiologia pelo HCFMUSP na turma 2017-2020 e realizou fellow em Radiologia Torácica e Abdominal em 2020-2021 no mesmo instituto, além de ter sido preceptora da residência de Radiologia por 1 ano e meio. Apaixonada por pão de queijo, café e ensinar radiologia.