Atualização PNI 2024: tudo sobre a vacina da dengue

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Fala, pessoal! Hoje o tema é a atualização do PNI 2024 com enfoque na vacina da dengue, falando mais especificamente sobre a incorporação desta pelo Ministério da Saúde ao Programa Nacional de Imunizações em 2024. 

O Brasil foi o primeiro país do mundo a oferecer esse imunizante no Sistema de Saúde Público. É um tema super em alta e importante, tanto na vida profissional de vocês quanto para as provas de residência. Bora revisar?

Breve recapitulação sobre a Dengue

Para começar, acho importante recapitularmos sobre esse assunto tão importante. 

A dengue, assim como a Febre Amarela e a Chikungunya, são arboviroses, uma vez que sua transmissão e ciclo replicativo dependem de artrópodes.

Existem quatro sorotipos diferentes da dengue (DENV-1 ao DENV-4), sendo distintos a ponto de não manter imunidade cruzada permanente após adoecer com um dos sorotipos. Dessa forma, se a pessoa se infectar pela segunda vez com um sorotipo distinto, o risco de o caso ser grave pode ser maior. 

Fonte: https://cee.fiocruz.br/?q=ministerio-da-saude-incorpora-vacina-contra-a-dengue-no-sus

Então, o que é essa vacina adicionada ao PNI 2024?

A Vacina Qdenga é uma vacina desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda, que protege da ação de quatro sorotipos do vírus: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, é feita com o vírus da dengue atenuado. Isso significa que o imunizante contém o vírus vivo, mas enfraquecido em laboratório. 

O vírus atenuado estimula o sistema imunológico a produzir células e anticorpos específicos para proteger a pessoa que venha a contrair a infecção. Ela pode ser aplicada em pessoas entre 4 e 60 anos. Vale relembrar que a Qdenga é exclusiva para proteção contra a dengue e não protege contra as demais arboviroses. 

Quem pode se vacinar com a Qdenga?

De forma inicial,o SUS disponibilizou a vacinação contra a dengue para a faixa etária de 10-14 anos, a qual apresenta maior risco de agravamento da doença, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina ainda não foi liberada pela Anvisa. Além disso, regiões endêmicas da doença terão prioridade. Isto porque o laboratório tem uma quantidade restrita de doses disponíveis.

As regiões de saúde selecionadas atendem a três critérios: possuem pelo menos um município de grande porte (mais de 100 mil habitantes), com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, e com maior predominância do sorotipo DENV-2. Com isso, 16 estados e o Distrito Federal têm municípios que preenchem os requisitos para o início da vacinação a partir deste ano.

O esquema vacinal da dengue será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

Quem já teve dengue deve tomar a vacina. A recomendação é aguardar seis meses para receber o imunizante após ter tido a infecção. Já quem for diagnosticado com a doença no intervalo entre as doses deve manter o esquema vacinal, desde que o prazo não seja inferior a 30 dias em relação ao início dos sintomas. 

Contraindicações para a vacinação da contra dengue: 

A vacina da dengue é contraindicada para alguns grupos específicos. Bora saber quais são? Se liga:

  • Gestantes;
  • Lactantes;
  • Alergia grave a algum dos componentes da vacina;
  • Imunodeficiência primária ou adquirida, incluindo terapias imunossupressoras;
  • Pessoas que vivem com vírus HIV, sintomáticas ou assintomáticas, quando acompanhado de evidência de função imunológica comprometida. 

Efeitos adversos da vacinação:

A vacina tem tido boa tolerabilidade. Porém,alguns efeitos adversos foram observados nos vacinados. Confira quais são:

  •  Dor no local da injeção, seguido por vermelhidão e edema, com resolução breve;
  • Entre as reações sistêmicas, a cefaleia foi o evento mais comum, seguido por mialgia, fadiga e astenia;
  • As reações mais raras foram irritabilidade (em crianças), sonolência, perda de apetite e febre;
  •  Não houve nenhum evento adverso grave associado à vacinação.

E qual é o nível de eficácia da vacinação?

A Qdenga mostrou-se eficaz, de forma geral, contra a dengue em 63% para doença sintomática de qualquer gravidade e de 85% para internação contra a doença. 

Fenomenal, não é mesmo? 

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Referências:

  • Ministério da Saúde;
  • Programa Nacional de Imunizações.

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