Fala, pessoal! Tudo bem com vocês?
Vamos falar de um tema importantíssimo e frequente, tanto na prática médica quanto nas provas de residência: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) – mais especificamente sobre as atualizações do GOLD 2025, diretriz sobre tratamento, prevenção, diagnóstico e seguimento de DPOC.
Veja bem, todo ano os maiores especialistas do mundo se reúnem para discutir as principais novidades e evidências dos últimos tempos para esse grupo de pacientes, e não à toa, as provas de residência cobram esse tipo de conhecimento do clínico, visto que esse é o documento mais completo sobre medicina baseada em evidências em DPOC.
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Ao longo deste texto, vamos explorar todas as mudanças mais recentes do GOLD 2025, destacando o que realmente faz diferença na prática clínica. Então, continue a leitura e garanta que está atualizado com as diretrizes mais recentes!
Nesse contexto, houve mudanças importantes e que já foram cobradas: antes os pacientes eram divididos em GOLD A, B, C, D e desde 2023, eles são divididos em não exacerbadores (A e B – podendo ter até 1 exacerbação sem necessidade de hospitalização) e exacerbadores (grupo E – 1 exacerbação com necessidade de hospitalização ou 2 exacerbações leves/moderadas nos últimos 12 meses).
A partir dessa divisão em grupos também foi decidido qual melhor tipo de tratamento conforme onde é agrupado
Vamos avaliar essas mudanças por tópicos:
Uma das atualizações interessantes do novo GOLD é a criação de um fluxograma diagnóstico conforme espirometria a fim de otimizar tempo e reduzir barreiras para o teste, utilizando o broncodilatador apenas quando necessário:
Além disso, o GOLD sugere a utilização do limite inferior da normalidade (LLN) para diagnóstico não somente na população idosa, onde o diagnóstico pode estar superestimado, mas também nos pacientes mais jovens, onde pode estar sendo subestimado.
Quanto ao tratamento farmacológico, a ensifentrina – medicação inalatória inibidora de PDE-3 e PDE4-4 – foi incluída no rol medicamentoso para melhorar dispneia na DPOC, podendo ser adicionada ao LABA + LAMA caso não haja melhora; assim como o dupilumabe, inibidor das vias de sinalização IL-4 e IL-13, com intuito de redução de exacerbações em pacientes com fenótipo de bronquite crônica, inflamação do tipo T2, eosinófilos >300 ug/L em sangue periférico.
Essas recomendações adicionam um maior arsenal terapêutico farmacológico para o tratamento de DPOC, visando diminuição de exacerbações e melhora sintomatológica.
A principal atualização do GOLD 2025 diz respeito aos pacientes que chegam já em uso de beta-agonista de longa duração (LABA) e corticoide inalatório (CI):
< 100 ug/L, considerar retirar CI e manter apenas LABA + LAMA;
Se acima de 100 ug/L, considerar introduzir LAMA ao esquema de medicações inalatórias do paciente
Esse ano também, dentro do espectro dos traços tratáveis, abordaram à parte a hipertensão pulmonar associada a DPOC (apesar de não terem interferido especificamente no tratamento dessas condições):
Além disso, houve um foco importante em prevenção, com atualização e complementação do quadro de vacinas recomendadas para pacientes com DPOC, como influenza, pneumococo (dose única de PC20 ou PC21), atenção para VSR, possível tema de prova de residência esse ano.
Outro tópico interessante abordado no GOLD foi em relação às alterações climáticas e poluição ambiental, visto que tanto temperaturas altas quanto temperaturas menores podem levar à piora do quadro clínico, principalmente temperaturas mais baixas, aumentando risco de morte desses pacientes.
O GOLD reforça as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), mantendo temperaturas acima de 18°C durante os períodos frios e menor que 24°C nas ondas de calor.
Por fim, o documento também reforça pontos importantes, como a relevância das comorbidades cardiovasculares, do risco cardiopulmonar e de realizar o adequado diagnóstico diferencial, podendo lançar mão de biomarcadores, como por exemplo o BNP; ademais, o documento explicita sobre o risco cardiovascular aumentado durante e logo após uma exacerbação por DPOC, assunto cada vez mais sendo debatido pelos especialistas.
Todo ano o GOLD acrescenta um tópico importante que está sendo discutindo e busca criar fluxogramas que se adequam ao cotidiano dos médicos que atenderão pacientes com DPOC, seja no consultório ou no ambiente hospitalar; vale ressaltar esse ano a mudança em relação ao uso de LABA + CI em pacientes com DPOC, um tema que possivelmente será cobrado em prova de residência, assim como o diagnóstico espirométrico sem broncodilatador e a introdução de medicações como ensifentrina e dupilumabe como alternativas farmacológicas para o tratamento da DPOC.
Os principais highlitghts estão aqui, espero que tenham gostado e aproveitado. Acompanhe nosso blog para conferir as principais atualizações médicas!