Aumento das internações por herpes-zóster no Brasil: saiba quais são os sintomas, prevenção e tratamentos

O número de registros de internações por herpes-zóster chegou a mais de 2 mil em 2023. Se comparado com 2022, houve um aumento de 13,6%, e com 2021, de 31,6%. Os números foram extraídos de um levantamento do GLOBO, baseado em dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH). 

Apesar dos nomes parecidos, a herpes-zóster é diferente da herpes labial. Ela é causada pelo vírus varicela-zóster (VVZ), que também é responsável pela catapora. 

Essa é uma das condições clínicas que mais causam sequelas a longo prazo se não for tratada precocemente. Dentre as complicações mais temidas está a neuralgia pós herpética, acometimento oftálmico, necrose retiniana, meningites/encefalites e síndrome de Ramsay Hunt. 

Algumas hipóteses para esse aumento são o envelhecimento populacional e o baixo acesso à vacina, uma vez que esta possui um alto custo e está disponível apenas na rede privada. 

Trouxemos a seguir, as principais informações sobre essa doença, além de explicar seus sintomas e tratamentos. Vamos nessa? 

O que é a herpes-zóster? 

Como citado, a zóster é causada pelo mesmo vírus da catapora. Nesse sentido, depois de transmitir essa segunda doença, o vírus continua “adormecido” no organismo, sendo reativado na idade adulta, ou em pessoas com baixas defesas no organismo. 

A maior parte dos casos ocorre com pessoas acima dos 50 anos de idade ou imunossuprimidas. 

O que causa a herpes-zóster? 

O vírus pode ser reativado pela queda natural da imunidade ao longo da vida. Isso porque, ocorre um processo conhecido como imunossenescência, que nada mais é do que o enfraquecimento do sistema imunológico. 

Outro fator, pode ser o acometimento de algumas doenças que causam um desequilíbrio do sistema imunológico. Além disso, desnutrição, uso de corticoides e imunossupressão também aumentam os riscos. 

A transmissão ocorre pelo contato físico direto com pessoas infectadas. 

Sintomas da herpes-zóster

Alguns dos sintomas que as pessoas contaminadas podem ter, antes das lesões na pele, são: 

• Febre;
• Dor de cabeça;
• Dores nos nervos; 
• Ardor e coceiras locais; 
• Formigamentos, agulhadas e adormecimento; 
• Mal-estar; 
• Lesões na pele; 
• Em aproximadamente 10% dos casos: dores que duram mesmo após as lesões cutâneas desaparecerem. 

Além disso, depois de alguns dias dos primeiros sintomas, a pele fica avermelhada e com bolhas com líquido dentro que transportam o vírus. 

As partes do corpo mais atingidas são o pescoço, costas e tórax. As lesões também podem aparecer no rosto, levando ao risco de problemas nos olhos. Nesses casos, é fundamental que o paciente busque por um médico oftalmologista. 

Tratamento 

O início precoce da terapia antiviral reduz a progressão do quadro, principalmente se iniciada nas primeiras 72h do início do quadro, além de reduzir o risco de complicações a longo prazo. Dessa forma, após perceber as primeiras lesões o paciente deve ser examinado por um médico para receber as orientações adequadas. 

Consideramos zóster complicado quando temos: doença disseminada, acometimento ocular/neurológico e/ou síndrome de Ramsay Hunt. Esses indicam necessidade de internação hospitalar para controle de gravidade, além dos imunossuprimidos que possuem risco de doença disseminada.

Para os pacientes com uma boa saúde, após 7 dias as bolhas terão crostas, indicando que o sistema de defesa pode controlar a infecção e que o vírus não está mais presente.  

Prevenção

Com relação a prevenção, existem 2 vacinas disponíveis na rede privada, indicadas para adultos a partir de 50 anos e para maiores de 18 anos imunossuprimidos. São elas:

• Zostavax (vírus vivos atenuados): dose única, via subcutânea, contraindicada em imunossuprimidos e com menor eficácia; 
• Shingrix (inativada): 2 doses com intervalo de 2 a 6 meses, via intramuscular e maior eficácia. 

Além das vacinas, outras ações que podem ajudar na prevenção são: 

• Cortas as unhas; 
• Higienização dos objetos que possam estar contaminados; 
• Lavar as mãos após tocar nas lesões; 
• Isolamento de crianças com catapora, que só devem voltar às atividades quando as bolhas estiverem secas e com crostas. 

Agora você sabe mais sobre a herpes-zóster. Aproveite para conferir nosso blog e ficar por dentro das principais atualizações sobre a área médica e sobre os processos seletivos de residência médica!