Nossa conversa hoje será sobre o temido AVC hemorrágico. Sabemos que este pode ser dividido em dois tipos:
Aqui, neste texto, iremos destrinchar a HSA, no qual é um sangramento que ocorre dentro do espaço subaracnóideo decorrente de uma ruptura de de um aneurisma intracraniano em 80-85% dos casos de HSA. Bora?
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Vamos por partes, primeiro alguns dados epidemiológicos:
O paciente chega no serviço de emergência com quadro súbito e os possíveis sinais e sintomas do AVC hemorrágico são:
Obs: Existe também a chamada “cefaleia sentinela” que é descrita como uma cefaleia que ocorre cerca de 1 a 2 semanas antes da ruptura do aneurisma (ocorre em até 43% dos quadros de HSA).
Inicialmente o paciente deve ser submetido a exames laboratoriais que incluem: hemograma; função renal; eletrólitos; coagulograma;glicemia. Além de um eletrocardiograma.
Os exames de neuroimagem são obrigatórios e são a pedra angular no diagnóstico do AVC hemorrágico. Por isso, atenção aqui!
Primeiro, entenda que aqui não podemos comer bola, então a situação ideal é o serviço pré-hospitalar ligar para o hospital e avisar que estão levando um possível AVC, para que já se organize os fluxos e o exame de neuroimagem seja realizado o mais rápido possível.
TC de crânio sem contraste: Exame de escolha – “padrão ouro”
RM de crânio: Opção (Sensibilidade similar à TC, mas menos validada nos serviços de emergência)
E se o exame de neuroimagem (TC ou RM) vier negativo ou questionável?
Atenção! Se tiver suspeita de HSA com exame de neuroimagem normal deve ser realizada uma punção lombar!
Punção lombar: Coletar 4 tubos para contagem de hemácias
Angiografia cerebral digital: Exame de escolha para o diagnóstico etiológico
Angiotomografia: Menos invasivo que a angiografia (pode ser o primeiro exame)
Angiorressonância: Opção
Na avaliação inicial do paciente com AVC hemorrágico do tipo HSA temos duas escalas mais utilizadas:
Classificação de Hunt-Hess | |
0 | Assintomático + sem sangramento |
Ia | Assintomático + com sangramento |
IIa | Sinais meníngeos |
IIb | Sinais meníngeos + déficit focal |
IIIa | Glasgow 13-14 |
IIIb | Glasgow 13-14 + déficit focal |
IVa | Glasgow 9-12 |
IVb | Glasgow 9-12 + déficit focal |
V | Coma |
Classificação de Fisher modificada | |
0 | Ausência de sangue visível |
1 | Mínima HSA + Sem hemoventrículo |
2 | Mínima HSA + Com hemoventrículo |
3 | HSA densa + Sem hemoventrículo |
4 | HSA densa + Com hemoventrículo |
Antes de falarmos do tratamento de um AVC hemorrágico, é sempre importante lembrar que saber desconfiar de um AVC é fundamental, afinal, é uma doença muito comum de surgir no PS. Sabemos que o manejo desses pacientes com AVC não é fácil e, principalmente por ser uma corrida contra o tempo, não diagnosticá-lo pode alterar completamente a vida do doente. No nosso e-book gratuito AVC: do diagnóstico ao tratamento, te ensinamos o manejo do AVC, desde o primeiro contato com o paciente até a alta hospitalar. Informação nunca é demais, então que tal dar uma olhada lá também? Clique AQUI e baixe gratuitamente!
Calma, respira. Sei que aprofundei bastante, principalmente no tratamento da HSA, mas é porque não queria te entregar esse conteúdo com pontos sem nó.
O que você DEVE saber, na ponta da língua, para atuar ali na chegada do paciente com AVC hemorrágico na emergência:
É isso! Esperamos que tudo sobre AVC hemorrágico tenha ficado mais claro. Mais uma coisa: quer ver conteúdos 100% gratuitos de medicina de emergência? Confira a Academia Medway! Por lá, disponibilizamos diversos e-books e minicursos. Enquanto isso, que tal dar uma olhada no nosso Guia de Prescrições? Com ele, você vai estar muito mais preparado para atuar em qualquer sala de emergência do Brasil!
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Gaúcho, de Pelotas, nascido em 1997 e graduado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Residente de Clínica Médica na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Filho de um médico e de uma professora, compartilha de ambas paixões: ser médico e ensinar.
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