As cardiopatias congênitas representam o grupo das anormalidades graves, presentes já ao nascimento, no coração ou em qualquer um dos grandes vasos intratorácicos. Elas são o segundo tipo mais comum de anomalia congênita, atrás apenas dos defeitos congênitos dos membros.
Para você compreender mais sobre o impacto dessas condições, preparamos este artigo especial com mais informações sobre a etiologia, o teste do coraçãozinho e outras informações essenciais sobre o assunto. Continue a leitura para não deixar nada passar durante sua preparação para as provas de residência.
A etiologia das cardiopatias congênitas ainda é um mistério. Menos de 20% dos casos têm causa definida, sendo a principal delas a genética (de 3% a 18% dos casos). Inclusive, vale lembrar que a Síndrome de Down é a síndrome genética de maior importância clínica quando se trata de cardiopatia congênita.
A ocorrência das cardiopatias congênitas varia entre 20% e 60% dos pacientes, sendo o defeito no septo atrioventricular (DSAV) a mais comum. O DSAV aparece isoladamente em apenas pouco mais de 2% dos casos.
Outras cardiopatias congênitas frequentes em pacientes com a síndrome de Down são as comunicações interatrial (CIA) e interventricular (CIV) e a persistência do canal arterial (PCA). Independentemente da causa, a verdade é só uma: elas são causas importantes de mortalidade e morbidade infantil.
Em 2017, o Ministério da Saúde lançou o Plano Nacional de Assistência à Criança com Cardiopatia Congênita, que rege diversos serviços relacionados às cardiopatias infantis (diagnóstico pré e pós-natal, assistência cirúrgica, atendimento multidisciplinar, etc).
Entre as recomendações, o MS preconiza que os RN sejam submetidos ao teste do coraçãozinho ainda na maternidade, de preferência, nas primeiras 24-48h de vida. No blog, já abordamos esse assunto. Clique aqui para conferir o artigo.
Esse teste é bastante útil nos casos em que o USG morfológico e a ecocardiografia fetal não foram capazes de detectar alterações ainda intra-útero, mas especialmente nos casos em que o pré-natal não foi realizado ou foi conduzido de forma inadequada.
Ainda assim, com toda essa campanha para o diagnóstico precoce, no Brasil, a prevalência das cardiopatias congênitas gira em torno de 8,4/10 mil nascidos vivos, número bem abaixo da média mundial, de 91-94 casos a cada 10 mil nascidos vivos.
Isso significa que ainda há um importante subdiagnóstico e, consequentemente, subnotificação dos casos no momento do preenchimento da DNV, o que falseia os dados estatísticos.
Imagine que você está diante de um bebê aparentemente normal aos olhos dos exames de pré-natal. Pode ser que ele apresente sinais e sintomas de uma cardiopatia congênita só nas primeiras horas de vida. Então, quando suspeitar do diagnóstico?
Suspeite a partir dos quatro os principais achados: sopro cardíaco, cianose, taquipneia e arritmia cardíaca. Se o seu apresenta cianose e dessaturação importante, provavelmente, você está diante de alguma das cardiopatias cianogênicas. Lembra quais são? Elas estão divididas em CCC com hipofluxo pulmonar:
e CCC com hiperfluxo pulmonar:
Agora, se o bebê não tem sinais de hipoxemia, provavelmente, ele possui uma das cardiopatias acianogênicas: comunicação interatrial (CIA), comunicação interventricular (CIV), defeitos do septo atrioventricular, persistência do canal arterial (PCA), coarctação de aorta, estenose pulmonar e estenose aórtica.
Entre todas essas cardiopatias acianogênicas listadas, as mais frequentes são CIV, CIA, PCA, coarctação da aorta e tetralogia de Fallot, nessa ordem. Nem todas precisam de abordagem cirúrgica; algumas, podem ser conduzidas de forma expectante.
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