Fala, pessoal! Hoje iremos falar um pouco a respeito das formas de prevenção da chikungunya. Para alguns, essa infecção ainda pode parecer um pouco obscura. A semelhança com a dengue e com a zika faz com que pensar nessa doença seja motivo de confusão, tanto para diagnóstico e tratamento quanto para o combate ao vírus.
A prevenção do chikungunya se dá de forma muito semelhante a essas outras duas arboviroses. Vem entender um pouco sobre esse assunto com a gente!
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Dengue, zika e chikungunya são consideradas importantes arboviroses. A característica que une as três é a transmissão por mosquitos e carrapatos. No caso de dengue, zika e chikungunya, acontece pelo mosquito Aedes aegypti. Esse mosquito tem alta capacidade adaptativa e atua de forma domiciliar, causando grande impacto na população urbana. O crescimento da população e a urbanização sem planejamento, associada ao desmatamento e alterações climáticas e à falta de educação em saúde contribuíram para a emergência acentuada das arboviroses.
De forma geral, os arbovírus causam doenças febris exantemáticas, podendo também causar doenças no sistema nervoso central, doenças no sistema cardiovascular, e acometimento do sistema osteomuscular, com artralgia ou artrite. As dengue, zika e chikungunya são muito parecidos, e temos que ter em mente de que não é possível uma distinção segura apenas com base no quadro clínico. Além disso, não há tratamento específico: a abordagem deve ser sindrômica.
Assim como no diagnóstico e tratamento, quando pensamos na prevenção da chikungunya, não há como se desvincular das outras arboviroses. O mesmo ocorre com a febre amarela e outras doenças transmitidas por mosquitos.
Para termos uma política de prevenção do chikungunya adequada, é importantíssimo que a vigilância epidemiológica aconteça. Tudo começa na confirmação e ao reportar um caso suspeito de chikungunya.
Além disso, a identificação da área de transmissão, a associação com outros casos semelhantes, o histórico da região fala muito sobre onde e como atuar com as medidas de prevenção.
O vírus da chikungunya apareceu pela primeira vez nas Américas em 2013. Em 2014. houve a primeira confirmação de infecção no Brasil, causando uma impactante onda epidêmica. Ele possui quatro genótipos atualmente identificados: Oeste Africano, Leste-Centro-Sul Africano (ECSA), Asiático e Oceano Índico (IOL).
A transmissão não se dá apenas pela picada do mosquito Aedes aegypti. Apesar de ser a principal forma de transmissão, a infecção pelo chikungunya pode acontecer também por meio da transmissão vertical e transfusional. A transmissão vertical é rara. Ocorre antes de 22 semanas de gestação, através de gestantes viremias. A infecção neonatal pode ser grave, levando à morte.
O caso suspeito de chikungunya é considerado aquele com febre de início súbito com artrite ou artralgia de início agudo, não explicado por outras condições, com epidemiologia favorável. Os sintomas incluem:
Outros sinais e sintomas descritos na fase aguda de chikungunya são:
A febre pode ser contínua ou bifásica. Pode ser alta e aparecer tardiamente. Diferentemente da dengue, a regressão da febre não significa uma fase clínica de risco.
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Como dizíamos, o Aedes aegypti é um mosquito com hábitos diurnos, enegrecido, com listras e manchas brancas. No Brasil, o Aedes aegypti está presente em todos os estados. O mosquito se dissemina em ambientes tropicais e subtropicais, sendo favorável sua multiplicação em ambientes úmidos e quentes.
É incomum que tais espécies sejam encontradas em ambientes onde não há presença do homem. Seus criadouros são, preferencialmente, recipientes artificiais, que servem como reservatório de água da chuva, bem como os recipientes utilizados para armazenar água para uso doméstico. A presença dos criadouros em ambiente de convívio com o homem favorece a rápida proliferação da espécie, por dois aspectos: condições ideais para reprodução e fontes de alimentação.
As picadas ocorrem, sobretudo, em ambientes domiciliares e próximos ao solo. O macho alimenta-se de seiva das plantas. A fêmea, porém, necessita de sangue para o amadurecimento dos ovos. Ela consegue fazer múltiplas ingestões de sangue, o que permite e favorece maior transmissibilidade do vírus da dengue.
A forma mais eficaz de prevenção é o combate ao mosquito. As ações devem ter diferentes focos em períodos epidêmicos e não epidêmicos.
O período não epidêmico é o momento ideal para medidas que visem evitar epidemias futuras. As visitas casa a casa devem:
Pode ser realizada a aplicação de larvicidas em recipientes que não podem ser remanejados, destruídos ou descartados. Deve ser colocada areia nos cacos de vidro de muro ou cimento.
Nos períodos epidêmicos, a delimitação de quarteirões de maior infectividade facilita ações intensas nesses locais. As aplicações espaciais de inseticida a ultra baixo volume (UBV) devem ser utilizadas somente para controle de surtos ou epidemias, de acordo com as orientações do Ministério da Saúde.
Podemos ainda, lançar mão das medidas de proteção individual, como:
As unidades de saúde também têm papel fundamental na educação e mobilização da população. A comunicação em massa é essencial para disseminação da informação e evitar a propagação do mosquito, e consequentemente, do vírus.
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BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2019 [citado em 22 Jul 2020 ]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_3ed.pdf.
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Mineira, nascida em Uberlândia em 1994, Formada pela Universidade Federal de Uberlândia em 2017, com residência em Medicina de Família e Comunidade pela Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto (conclusão em 2019). Experiência em USBF na cidade de Uberlândia. Por uma prática médica responsável e de qualidade.