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Você tem empatia para dar e vender, muita paciência e vontade de ajudar na recuperação de crianças? Então, a área de Cirurgia Pediátrica pode ser a escolha certa para o seu futuro profissional. Como cirurgião pediátrico, você vai precisar aplicar conhecimentos específicos e vai encontrar casos bastante desafiadores. Mas com um amplo leque de opções, é possível trilhar um caminho de sucesso como especialista nessa área. Que tal?
Antes de tomar a decisão, venha saber tudo sobre esse segmento e entenda qual é o papel da residência médica em Cirurgia Pediátrica nisso tudo! Neste artigo, vamos falar da rotina do cirurgião pediátrico dessa área, do mercado de trabalho, do salário e, claro, da residência!
Para começar, é importante entender que a Cirurgia Pediátrica é uma subespecialidade da Cirurgia Geral. Quem conclui a especialização na área passa a atuar no tratamento cirúrgico de pacientes da fase neonatal até a puberdade. Em geral, os cirurgiões pediátricos tem um campo de trabalho bem amplo e é comum que atue em conjunto com outras especialidades da pediatria.
As cirurgias, assim como em outros casos, podem ser eletivas ou de emergência. As primeiras são marcadas pelo cirurgião, após exames e uma conversa com a família ou com os responsáveis legais. Já as cirurgias de emergência são realizadas após a estabilização do quadro.
No dia a dia, o cirurgião pediátrico encontra desafios de todos os tipos, dependendo da área escolhida para a sua atuação.
No geral, é preciso realizar uma avaliação do quadro do paciente para definir um plano de tratamento cirúrgico. O médico, então, recomenda a realização de exames, caso seja necessário, para identificar melhor as necessidades específicas do caso.
O campo de atuação do cirurgião pediátrico é extremamente amplo! Quando falamos de cirurgias eletivas, entram algumas que são relativamente simples, como:
Mas podem surgir algumas cirurgias mais complexas, como a cirurgia de Duhamel, para correção do megacólon congênito. Outro procedimento comum é a hernioplastia inguinal indireta, mais comum em bebês e crianças. E fica ligado: o cirurgião pediátrico não vai lá só colocar a mão na massa e ponto. É ele quem vai fazer toda a avaliação do paciente e definir o diagnóstico!
A partir disso, é possível pedir a opinião de outros especialistas, especialmente se o caso for mais complexo ou raro. Depois, há a apresentação do plano de tratamento e dos riscos para os responsáveis pela criança, que devem autorizar a realização do procedimento.
Quando falamos de cirurgias de emergência, tudo isso também acontece, mas em uma velocidade maior — afinal, cada segundo conta. Assim como no campo das cirurgias eletivas, as emergências também são as mais variadas possíveis: desde uma enterocolite necrotizante (NEC) na UTI neonatal, até uma hérnia encarcerada num pronto-socorro.
Depois da cirurgia pediátrica, o médico deve acompanhar a evolução do paciente, que pode ocorrer em uma Unidade de Terapia Intensiva ou não.
Também é comum que o acompanhamento se mantenha após a alta, o que implica em retirada de pontos, acompanhamento da cicatrização, verificação da recuperação das funções e assim por diante.
Inclusive, sabia que um dos campos de maior crescimento atualmente é o que trabalha com cirurgias em quem ainda não nasceu? O campo das intervenções intrauterinas é um mundo à parte, e vale a pena pesquisar sobre ele!
Um cirurgião pediátrico precisa ter todas as características de um cirurgião e de um pediatra. É fundamental para qualquer cirurgião saber trabalhar bem em equipe, aplicar seus conhecimentos e controlar suas emoções.
Ao mesmo tempo, como todo bom pediatra, é preciso ter uma grande sensibilidade, bastante paciência, habilidade de comunicação e, claro, muita atenção aos detalhes!
Aqui eu separei dois artigos em que falamos no detalhe sobre essas duas especialidades, inclusive trazendo a visão de dois especialistas dessas áreas, que estão entre as mais disputadas nas provas de residência médica:
Segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), existem hoje no Brasil mais de 1.300 cirurgiões pediátricos em atuação, então é claro que a concorrência é grande! Mas fica tranquilo, pois há vários caminhos que você pode seguir.
Na hora de se inserir no mercado, há possibilidades para todos os interesses de carreira. Primeiramente, é possível trabalhar no setor privado ou mesmo fazer concurso para trabalhar no setor público.
Além disso, também é possível trabalhar em hospitais de referência, em uma clínica infantil especializada ou mesmo abrir o próprio consultório ou clínica. A menos que o emprego exija exclusividade de atuação, também é possível trabalhar em mais de um lugar ao mesmo tempo.
Nos grandes centros, há uma boa demanda para cirurgiões pediátricos, por causa do grande volume de pacientes. Contudo, também é possível atuar em regiões mais afastadas, já que há menos disponibilidade de profissionais — e igual necessidade de atendimento especializado.
Além de pensar nas possibilidades do mercado de trabalho, vale saber que há diversas áreas de interesse, nas quais você pode focar. A Cirurgia Pediátrica é, sim, uma subespecialidade, mas ela abrange muitos outros quadros! A seguir, veja alguns dos principais!
Um cirurgião pediátrico com foco em pré-natal atua, principalmente, em quadros congênitos e de má formação. A partir do acompanhamento e da indicação de cirurgia, o procedimento pode ser feito com o feto ainda no útero ou logo após o nascimento.
Já a atuação neonatal envolve os primeiros dias de vida e também busca corrigir problemas de formação, como uma onfalocele, e de outras doenças que podem acometer nossos neonatos, como a própria NEC.
A atuação geral na Cirurgia Pediátrica envolve a atenção a pacientes infantis nas mais diversas faixas etárias: lactentes, pré-escolares, escolares e adolescentes. Qualquer tipo de condição congênita ou adquirida e que exija tratamento cirúrgico é campo para a CIPE!
É uma atuação ampla, com muitas oportunidades de carreira e que pode ser ideal para quem busca maximizar as oportunidades do mercado de trabalho.
A Cirurgia Pediátrica voltada para traumas, normalmente, é de emergência. Politraumas, traumas complexos de órgãos, lesões perfurantes ou qualquer outro quadro causado por força contundente, impacto e situações semelhantes: tudo isso é trabalho para o cirurgião pediátrico!
Para quem busca a adrenalina cotidiana do pronto-socorro, essa costuma ser uma alternativa adequada.
Quem escolhe focar na área de Oncologia atende a pacientes com câncer infantil e que têm algum tipo de tumor operável.
Nesse caso, a ideia é retirar as células cancerígenas, em apoio ao tratamento com quimio ou radioterapia, por exemplo.
Existem, ainda, questões mais específicas, como a parte urológica (com crescimento cada vez maior!), com videolaparoscopia e outras técnicas. Então, não faltam possibilidades para atuar em Cirurgia Pediátrica aqui também.
Se você está se perguntando quanto ganha um cirurgião pediátrico, saiba que os valores dependem de diversos fatores, como a região em que atua, a instituição que o contrata e o nível de experiência.
Segundo levantamento feito pelo Guia da Carreira, usando dados do Banco Nacional de Empregos (BNE) um cirurgião com mais de 8 anos de experiência ganhar cerca de R$ 17.400. A carga horária semanal avaliada foi de 32 horas.
No entanto, o cirurgião pediátrico pode atuar em mais de uma instituição e realizar diversos plantões, o que também eleva o potencial de ganhos por mês.
Para se tornar um especialista, o melhor é entrar em um programa de residência médica em Cirurgia Pediátrica. No entanto, é importante lembrar que essa é uma subespecialidade, então existem dois caminhos possíveis.
Você pode escolher fazer a residência em Cirurgia Geral, que tem duração de 3 anos e confere o título de especialista, e depois fazer a subespecialidade em Cirurgia Pediátrica.
O caminho mais “prático”, entretanto, consiste em fazer a residência em Cirurgia Básica. A duração é de 2 anos e, depois disso, você não ganha o título de especialista, mas pode escolher uma subespecialidade, que nesse caso é a Cirurgia Pediátrica. Depois de finalizar, aí sim você ganha o título de cirurgião.
Quer saber o que você vai aprender em cada ano da residência em Cirurgia Pediátrica? Separamos algumas das competências que você vai ter adquirido ao final de cada ano segundo a resolução CNRM nº 7:
Como você viu, são muitos anos de estudo pela frente e é fundamental escolher uma boa instituição já na hora de se especializar em cirurgia! Aqui no blog já falamos, por exemplo, da residência em Cirurgia Geral na USP-SP, na Unifesp, na Santa Casa e na USP-RP. Vale a pena dar uma olhada!
E não importa se você escolheu USP, Unifesp, IAMSPE ou qualquer outra instituição de renome: é fundamental se preparar corretamente, tanto para a prova teórica quanto para a prova prática e para a entrevista. Isso aumenta as suas chances de ser aprovado e, enfim, conseguir a posição desejada no programa. Na Academia Medway temos vários materiais gratuitos pra você se preparar do jeito certo: guias estatísticos, ebooks, aulas grátis… é só começar!
A Cirurgia Pediátrica é uma excelente alternativa pra quem pensa em atuar em casos complexos e desafiadores e para ter um cotidiano dinâmico. Para chegar lá, é essencial concluir a residência médica em Cirurgia Pediátrica, a responsável por garantir o seu título de especialista. E são vários as opções de bons programas de residência médica para quer seguir esse caminho e se destacar, você encontra todas no site da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica, aqui!
E se você vai começar a se preparar para encarar a prova de residência médica, sugiro dar uma olhada no nosso e-book gratuito Os 15 bloqueios que te impedem de ser aprovado na residência para já começar com o pé direito, já vencendo os bloqueios mentais que atrapalham seus estudos e te impedem de ser aprovado na residência médica dos seus sonhos!
Se para você a especialização em Cirurgia Pediátrica não for suficiente, ainda tem muito mais para fazer depois da graduação. Pra quem deseja se especializar mais, ainda é possível seguir em formações específicas e especiais para a área. Segundo a Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica, são 5 as possibilidades. Dê uma olhada em quais são elas:
Curtiu? Se você ainda está pesquisando sobre diferentes programas de residência, engata aqui e aproveita pra ler tudo sobre a especialidade de Medicina e Segurança do Trabalho!
E antes de você ir embora, podemos te dar mais uma dica? Deixa aqui nos comentários o que mais você gostaria de saber sobre a área de Cirurgia Pediátrica!
Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina. Siga no Instagram: @jodamedway