E aí galera, tudo certo? Vocês já perceberam que um dos principais temas dentro da parte de cirurgia que mais aparece, tanto nas provas quanto no dia a dia, é vesícula biliar, né? Pensando nisso, hoje vamos entender tudo sobre colangite aguda, para não passar nenhum diagnóstico no PS e não ficar com dúvida na hora das provas.
Bora lá?
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Voltando ao nosso tema, a colangite aguda é uma síndrome clínica caracterizada por febre, icterícia e dor abdominal que se devenvolve como um resultado da estase e infecção do trato biliar, associada à proliferação bacteriana na árvore biliar.
Na colangite aguda, a obstrução do ducto biliar provoca a ascensão bacteriana ao colédoco a partir do duodeno até o ducto colédoco.
A maioria dos casos é consequência da obstrução do ducto colédoco por um cálculo biliar, a colelitíase. Outras causas são estenose biliar benigna, estenose de uma anastomose biliar e estenose causada por doença maligna.
Os agentes etiológicos mais comuns são as bactérias Gram-negativas (p. ex., Escherichia coli, Klebsiella spp e Enterobacter spp); as bactérias Gram-positivas (p. ex., Enterococcus spp) e os anaeróbios mistos (p. ex., Bacteroides spp, Clostridia spp) são menos comuns.
A suspeita de colangite aguda é apoiada na presença da tríade de Charcot: dor em quadrante superior direto do abdome, febre com calafrios e icterícia. Quando a colangite se torna mais grave, os pacientes ficam hipotensos e confusos (pêntade de Reynold).
O abdome torna-se doloroso e o fígado aumentado e doloroso. Confusão e hipotensão predizem mortalidade de cerca de 50% e elevada morbidade.
Pacientes com colangite aguda tambem podem apresentar complicações da bacteremia, incluindo abcesso hepático, sepse, falência múltipla de órgãos e choque.
A colangite é uma inflamação e infecção das vias biliares que acontece por uma obstrução do ducto biliar, possibilitando a infecção por bactérias através de translocação. Na colangite, a inflamação se estende por toda a via biliar.
Já na colecistite, também ocorre uma obstrução da passagem da bile, mas dessa vez ela ocorre no ducto cístico.
Na colelitíase, ocorre a obstrução da via biliar por um cálculo, é a doença calculosa biliar. O cálculo está dentro da vesícula biliar. Enquanto na coledocolitíase, ocorre a migração do cálculo para o colédoco.
A pancreatite aguda ocorre quando o cálculo alcança a ampola de Vater e obstrui a saída do ducto pancreático e ducto colédoco.
Moçada, a suspeita diagnostica vai se iniciar com as manifestações clínicas clássicas da tríade de Charcot: febre, dor abdominal e icterícia.
Nos pacientes que apresentarem a tríade clássica, o médico tem respaldo científico para partir direto para a CPRE, que é um exame que vai dar o diagnostico visual e tratar.
Nos pacientes em que houver dúvida diagnóstica, podemos fazer um ultrassom transabdominal das vias biliares para verificar a presença de dilatação biliar ou presença de cálculos.
Nesses pacientes, caso a ultrassonagrafia venha sem alterações, podemos seguir com a investigação através de uma TC.
O laboratório desses pacientes geralmente vem com aumento de neutrófilos, alteração de GGT, FA e bilirrubinas, além de ser comum uma elevação de TGO e TGP. As provas inflamatórias, como PCR, também costumam se elevar.
Os diagnósticos diferenciais incluem outras causas de dor no quadrante superior direito do abdômen e febre. A colangite aguda costuma se diferenciar das outras condições pela história clínica, exame físico, imagem e laboratório.
Caso diagnosticada e tratada adequadamente, o prognóstico é muito bom, mas a mortalidade pode ser alta se houver atraso no tratamento.
O tratamento vai ser direcionado pela fisiopatologia da colangite, ou seja, infecção biliar e obstrução! Inicialmente, devemos estabilizar o paciente e dar suporte geral. Para a infecção, o tratamento seja a antibioticoterapia. Para a obstrução, o tratamento será a drenagem biliar.
Mas isso tudo foi abordado nesse outro post aqui no blog!
Ficou mais claro? Vai conseguir procurar os sintomas que te guiam para dar o diagnóstico de colangite aguda? Espero do fundo do coração que sim! Bom, agora que você está mais informado sobre Torsades de Pointes, temos uma dica pra você. Confira mais conteúdos de Medicina de Emergência na Academia Medway. Por lá disponibilizamos diversos e-books e minicursos completamente gratuitos! Por exemplo, o nosso e-book ECG Sem Mistérios ou o nosso minicurso Semana da Emergência são ótimas opções pra você estar preparado para qualquer plantão no país.
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Fiquem atentos aqui no blog para novos conteúdos sobre vias biliares!
Grande abraço e até a próxima!
*Colaborou Emanuella Esteves Machado, estudante de Medicina da EMESCAM
Nascido em 1993, em Maringá, se formou em Medicina pela UEM (Universidade Estadual de Maringá). Residência em Medicina de Emergência pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
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