A colite pseudomembranosa, também conhecida como colite relacionada aos antibióticos, é uma doença inflamatória colônica causada pela bactéria Clostridioides difficile. O C. difficile é um gram-positivo anaeróbio, produtor das toxinas A e B, ambas com potencial de levar à lesão da mucosa colônica e diarreia, geralmente em pacientes hospitalizados.
Geralmente, essa bactéria habita nosso trato gastrintestinal como comensal, sem produzir suas toxinas. Porém, quando há alguma perturbação da flora intestinal (leia-se uso de antimicrobianos de amplo espectro), há espaço para o C. difficile proliferar e iniciar a produção de suas toxinas.
Portanto, na sua fisiopatologia costuma ocorrer uso recente de antibióticos de amplo espectro antes do início do quadro clínico.
Virtualmente, qualquer antibiótico pode levar à colite pseudomembranosa, porém o principal é a clindamicina, um antibiótico bacteriostático com ação contra anaeróbios.
Confiram a seguir uma tabela com os principais antimicrobianos implicados nessa patologia:
Frequentemente associados | Ocasionalmente associados | Raramente associados |
Clindamicina Fluoroquinolonas Penicilinas de amplo espectro (Ex: Piperacilina+Tazobactam) Cefalosporinas (2ª-4ª gerações) Carbapenêmicos | Macrolídeos Penicilinas de espectro estreito (Ex: amoxicilina) Cefalosporinas (1ª geração) Bactrim | Aminoglicosídeos Tetraciclinas Metronidazol Vancomicina Nitrofurantoína Tigeciclina |
Além do uso de antibióticos, outros fatores de risco para a colite pseudomembranosa são a idade > 65 anos e o uso indiscriminado de IBP (ex: omeprazol, pantoprazol) sem indicação em pacientes internados.
As manifestações clínicas são amplas, variando de pacientes assintomáticos até a colite fulminante com megacólon tóxico.
A manifestação principal é a diarreia líquida, associada a dor abdominal. Geralmente, separamos os casos em doença leve/moderada, doença grave e doença recorrente, conforme demonstrado a seguir:
Basicamente, esses são os diferentes quadros clínicos apresentados pelos pacientes infectados pelo C. difficile. A principal marca é o uso atual ou recente de antimicrobianos, sendo necessário suspeitar desta doença sempre que um paciente internado inicia um quadro de diarreia.
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No próximo post abordaremos o diagnóstico da colite pseudomembranosa.
Vamos lá?