Como a memória semântica e memória episódica interferem nos estudos para as provas de residência?

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A gente sabe que se preparar para as provas da residência médica não é moleza: além da grande quantidade de conteúdo pra assimilar, muitos candidatos ainda têm de lidar com a pressão da família, com os semestres finais da graduação, com o internato e com muitas, muitas dúvidas e bloqueios que podem atrapalhar — e muito — o seu desempenho. 

Pra te ajudar a estudar mais e melhor, com consistência e da maneira correta, você precisa entender que muito mais do que estudar muito, você precisa estudar o que cai na sua prova. E pra dar conta de memorizar tudo e não se esquecer dos assuntos na hora da prova e pra mandar muito bem nos processos seletivos de residência médica, se liga no que a gente vai te mostrar: o segredo está na memória! E existem vários tipos de memória, viu? Você sabe diferenciar memória semântica e memória episódica?

A memória humana é uma máquina muito especial e é importante conhecer bem o seu funcionamento pra poder aproveitar cada parte dela! Afinal de contas, é nela que comportamos todos os processos complexos pelos quais a gente codifica, armazena e resgata informações. Pra realizar todo esse trabalho, a memória é dividida em memória de curta duração, de longa duração e memória operacional. É na repartição da memória de longa duração que temos outras subdivisões. Vamos a elas! 

Existem duas formas pro nosso cérebro adquirir e armazenar informações: a memória de procedimento e a memória declarativa. Essas duas memórias são divergentes tanto no que diz respeito aos mecanismos cerebrais envolvidos, como nas estruturas anatômicas. Vamos lá ver o que é isso! A memória de procedimento é aquela que vai reunir os dados relacionados à aquisição de habilidades que aprendemos por repetição e condicionamento, seguindo sempre um mesmo padrão, como por exemplo, digitar no teclado do computador. Essa capacidade não depende da consciência, por isso, a gente consegue fazer mil coisas ao mesmo tempo, às vezes executando complexas, com nosso pensamento voltado para algo completamente diferente.

A que nos interessa é a memória declarativa, que é aquela que nos permite por meio das palavras, dos relatos verbais, trazer à tona e recontar as lembranças de acontecimentos, viagens, palestras, aulas e outras experiências vivenciadas. 

É na memória declarativa que encontramos dois aspectos importantes para a apreensão de conteúdos de estudo: a memória semântica e a memória episódica. Quer saber como a memória semântica e memória episódica interferem nos estudos para as provas de residência? Vem comigo!

Imagem ilustrativa de uma profissional de saúde

Qual a diferença entre memória semântica e memória episódica?

O que é memória semântica? 

Antes de diferenciar memória semântica e memória episódica, vamos definir cada uma individualmente.

A memória semântica é responsável por consolidar o conhecimento do mundo à nossa volta, mas através de palavras. É ela que permite que a gente se comunique por meio da linguagem verbal. É lá, na memória semântica, que o nosso cérebro vai armazenar todo tipo de informação sobre as palavras, como por exemplo, o que elas significam e representam, como a gente pode usar cada uma delas de forma adequada e organizada, e por aí vai. Por isso que a gente não se esquece do significado das palavras ou quando a gente fala livro, por exemplo, vem logo à mente, a imagem mental de um livro e não de um cachorro! A gente evoca a imagem visual da palavra assim que a lemos ou a ouvimos. 

E como isso é importante pros estudos? Pensa nas situações que certamente você já passou, de tentar lembrar o nome de uma música ou pessoa, e à medida que ela busca na memória, ela vai se lembrar de coisas parecidas até chegar a informação correta. Sabe por que isso acontece? Nossa memória semântica guarda, por categorias e similaridade, as informações, como se fosse um fichário, e vai lá buscar quando é necessário. É assim que a gente busca os conteúdos estudados. Logo, as palavras e outras memórias que são armazenadas na memória semântica vão contribuir ativamente para a memória episódica e as duas trabalham em conjunto para funcionar como um sistema de memória eficaz a longo prazo.

Como a memória episódica pode ajudar nos estudos? 

A gente viu que a memória semântica é parte da memória de longo prazo, e se comporta como se fosse um repositório de informações e conteúdos, organizados e categorizados por palavras e similaridades. Ela vai lidar com palavras, símbolos e significados além de andar juntinha, de mãos dadas com a memória episódica. Mas e essa aí? Como é? Bora entender a diferença entre memória semântica e memória episódica.

A memória episódica refere-se a nossa experiência de vida, mas em um dado momento cronológico. Ela se subdivide em anterógrada e retrógrada. Parece complicado mas não é não! Funciona assim: enquanto a memória anterógrada vai consolidar novas memórias a partir de um determinado ponto; a memória retrógrada vai ajudar a relembrar experiências já vividas. As coisas que já vivenciamos são armazenadas na memória episódica e vão desencadear a aprendizagem episódica, ou seja, uma mudança de comportamento que ocorre como resultado de um acontecimento, como por exemplo, o medo que uma pessoa tem de se aproximar de cães após ter sido mordido por um cachorro.

Então se você realmente acha que não vai dar conta de estudar tudo o que é necessário para as provas da residência médica, vou te falar uma coisa: vai dar, sim! Pode apostar!

A memória de longo prazo é a que retém de forma definitiva a informação, permitindo a sua recuperação ou a sua evocação. E nela estão contidos todos os nossos dados autobiográficos e todo nosso conhecimento. Sua capacidade é praticamente ilimitada. Então, é perfeitamente possível dar conta de todo o conteúdo de estudos usando bem a memória semântica e a memória episódica. 

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A curva de esquecimento 

Voltando ao assunto, ao se falar em memória semântica e memória episódica, é sempre bom mencionar a curva de esquecimento. Em 1885, o filósofo alemão Hermann Ebbinghaus — um dos primeiros estudiosos do processo de aprendizagem — mostrou ao mundo sua teoria sobre a Curva do Esquecimento na qual ele demonstrou, através de um gráfico, a quantidade de informações que nosso cérebro conseguia guardar num determinado período de tempo. O estudo foi tão relevante para a sociedade, que até hoje, a sua teoria é usada! 

Mas como é que é isso? Imagine que você assistiu a uma aula hoje de manhã. No fim do dia lembraremos, em média, 75% do conteúdo dela. Aproximadamente 24 horas depois, você será capaz de recordar 50% ou até menos! E pasmem: passado um mês inteirinho, você só vai se lembrar de apenas 3% a 5% daquele conteúdo. Ficou chateado, né? Não se preocupe: isso é absolutamente normal. Isso é a tal da curva do esquecimento de Hermann Ebbinghaus.

A sua pergunta talvez seja: como fugir disso? Já que nosso cérebro perde de maneira muitíssimo rápida as informações capturadas, você precisa de estratégias de apreensão mais eficientes para reavivá-las. Uma delas é a revisão sintética e constante. É isso mesmo: revisar sistematicamente. Lembra do ditado quem não é visto, não é lembrado? É isso! Revisão é a palavra de ordem pra sua memória não se esquecer do que precisa! 

Como memorizar conteúdos importantes para a residência médica 

Se a gente não dá conta de reter todo o conhecimento que queremos, mas temos dois processos de memória que podem nos ajudar, vamos então lançar mão deles pra aprender a estudar com eficiência! Use a memória semântica e memória episódica a seu favor!

E a melhor forma de desenvolver o hábito de estudar é criando uma rotina, com tempo determinado, pausas programadas, longe das redes sociais e do celular. Atividades físicas regulares pra ajudar a aliviar a carga e a pressão dos estudos também devem ser incorporadas a essa nova rotina, de preferência aquelas atividades aeróbicas, que são ótimas para oxigenar o cérebro, melhorar a concentração e, de quebra, te ajudam a turbinar a memória. 

E é claro, manter uma rotina de revisões de conteúdos. Isso porque, sem revisão, todo o aprendizado se perde e você se vê obrigado a estudar tudo de novo, e de novo sem jamais conseguir dar um passo pra frente e avançar nos conteúdos. 

Há quem goste de estudar com música e isso é muito bom. Não é novidade para ninguém que muita gente usa a música como uma forma de manter a concentração e o foco. E não é por menos: ela é uma das técnicas de memorização mais acessíveis, além de apresentar resultados surpreendentes. A gente já fez um artigo explicando tudo sobre as músicas para estudar e memorizar conteúdos da prova da residência médica. 

Se o seu lance é não perder tempo e maximizar seu rendimento nos estudos para as provas de residência, seu caminho é utilizar as muitas ferramentas digitais disponíveis hoje, que podem ajudar nesse processo, como aplicativos de celular , por exemplo. E a gente te mostra aqui, quais são os melhores apps para estudar para a residência médica! Confere lá! 

E se revisar é preciso, você tem que aprender a fazer direito! Como resumir? Como fugir do bloqueio da firula? Como escapar das armadilhas das canetas coloridas e dos desenhos bonitos de blogueirinhos? Estabeleça prioridades! Você não vai estudar tudo que existe na medicina pra fazer a prova da residência. Você vai estudar o que precisa e o que de fato cai: num primeiro momento, dê mais atenção aos resumos de Preventiva, Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia e depois foque nas áreas mais complexas: Cirurgia Geral e Clínica Médica. Quer saber o porquê dessa dica de ouro? Se o que você quer é aprender a fazer resumos eficientes, então dá uma olhada no nosso artigo como fazer resumos para estudar para a residência e abandone de vez os bloqueios que te impedem de sintetizar os conteúdos. 

Aprenda a utilizar a memória semântica e memória episódica a seu favor nos estudos pra residência médica

Como está sua preparação para os processos seletivos de residência médica? 

Se ainda assim você está tendo dificuldades para ver seus estudos deslancharem, dê uma olhada no nosso e-book gratuito Os 15 bloqueios que te impedem de ser aprovado na residência, que aborda todos os bloqueios mentais que atrapalham seus estudos e te impedem de ser aprovado na residência médica dos seus sonhos. Assim você vai saber como vencê-los no seu dia a dia!

AlexandreRemor

Alexandre Remor

Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor