Já pensou em abrir uma clínica de Medicina do Trabalho depois de se especializar? Um médico especialista tem uma série de possibilidades de atuação. Pode trabalhar na rede pública, na rede privada, em empresas, com consultorias, ingressar na vida acadêmica ou ainda abrir seu próprio negócio e se tornar um empreendedor. Essa última opção, inclusive, tem se tornado atrativa para muitos profissionais.
A Medicina do Trabalho é uma área de alta demanda, e que garante bons rendimentos para o profissional. Afinal, a todo momento pessoas são contratadas ou precisam de cuidados em relação à saúde para continuarem a exercer bem suas funções no emprego que têm.
Mas como dar esse passo tão importante na carreira e empreender como médico do trabalho? E quais são as principais exigências durante a jornada? Confira tudo sobre o assunto neste artigo!
A Medicina do Trabalho é a especialidade que cuida da prevenção de doenças no ambiente profissional, além de ajudar no controle de riscos na rotina do trabalhador. Ela também se preocupa com as normas e regras legais de promoção da saúde de colaboradores dos mais diversos setores.
E, por fim, contribui para a promoção da qualidade de vida dessas pessoas. Hoje, as empresas conseguem reconhecer e valorizar muito mais seus funcionários e parceiros. Entendem melhor que, se o bem-estar de quem faz o negócio acontecer não vem em primeiro lugar, o retorno não será positivo.
E isso não diz respeito apenas a lucro ou ganhos financeiros. Mas também à imagem que a empresa passa para seu público interno e externo. Quanto mais respaldo os trabalhadores têm dentro de seu ambiente de trabalho, mais satisfeitos ficam durante suas atividades e mais qualidade a produção da empresa ganha.
Além disso, se uma empresa não coloca essa questão em primeiro lugar, pode até mesmo ter que lidar com muitas. A saúde do colaborador é um direito constitucional. O médico do trabalho, portanto, pode exercer sua atuação dentro de uma empresa que o contrate.
Mas pode também abrir sua própria clínica de Medicina do Trabalho e estar à frente do empreendimento como prestador de serviços para essa mesma empresa. O que, para ele, traz mais autonomia e liberdade para trabalhar pela saúde das pessoas.
Para completar, entre as principais funções rotineiras deste profissional estão:
Para se tornar médico do trabalho, é preciso investir em uma especialização. Você pode ingressar em um programa de residência médica oferecido pela instituição de sua escolha, que deve ser credenciado pelo MEC. O acesso à residência é direto, ou seja, basta ter concluído a graduação para dar início à essa experiência.
O programa tem a duração de dois anos. Durante este período, os residentes atendem trabalhadores e aprendem mais sobre a vigilância em saúde ocupacional dentro de centros especializados. Alguns programas ainda permitem que se faça estágio em empresas, órgãos públicos e ambulatórios de especialidades.
Assim, o médico entende melhor como identificar e conhecer as principais patologias relacionadas à saúde do trabalhador. Além disso, ele passa um tempo em serviço de atendimento pré-hospitalar, para lidar com casos, algumas vezes críticos, de acidentes de trabalho.
Todo o aprendizado é supervisionado por tutores renomados e o residente ainda participa de aulas teóricas, executa pesquisas, e faz plantões. Além da residência, o título de especialista também pode ser efetivado por meio de uma prova da AMB/ANAMT.
O Atestado de Saúde Ocupacional, conhecido pela sigla ASO, precisa ser emitido para que o trabalhador comece a trabalhar na empresa em que foi contratado. Para fornecê-lo, um breve exame físico deve ser realizado, para atestar capacidades básicas do indivíduo e verificar sua condição de saúde.
No entanto, o ASO não é exclusividade de um médico do trabalho. Um médico generalista também pode disponibilizá-lo a um paciente. Isso porque é função deste profissional fornecer laudos, pareceres e relatórios médicos. Mas vale lembrar que, ao fazer isso, ele assume toda a responsabilidade pelo ato.
Ou seja, por não ser especialista, pode não estar totalmente familiarizado com patologias ocupacionais. Sendo assim, se o trabalhador se expõe a um risco desconhecido pelo médico, é preciso que se assuma conscientemente a responsabilidade pela situação.
Sendo assim, um médico generalista deve ter pelo menos um certo conhecimento acerca da saúde ocupacional. Mas, por questões de ética e segurança, uma especialização se faz muito importante para todos os envolvidos.
Bem, agora que você já conhece um pouco mais sobre a área, é hora de aprender como abrir uma clínica de Medicina do Trabalho! Vamos ao passo a passo?
Para começar, como todo estabelecimento para fins comerciais, é essencial que você organize toda a documentação da clínica. Ela inclui:
Outra questão importante é avaliar se a sua clínica está bem localizada. Vale pensar em locais estratégicos, perto ou em localidades centrais e movimentadas, de fácil acesso para os pacientes e boa visibilidade para empresas.
Preste atenção também se a estrutura do imóvel é adequada para uma clínica de Medicina do Trabalho. Quantas salas ele tem? Há possibilidade de instalações de equipamentos? Observe todos os detalhes.
A boa divulgação é a alma de qualquer negócio! E na área médica, essa máxima não poderia ser diferente: você deve e precisa conquistar clientes, certo? Além de garantir indicações para empresas que querem contar com seus serviços e encaminhar pacientes com certa frequência para sua clínica.
Portanto, faça uma análise de mercado, descubra quem é seu público e estude a concorrência. Assim, você pode pensar em boas ações de marketing desde o início. Ah! E não se esqueça de que a internet será uma grande aliada nesse momento, tanto para pesquisas quanto para a própria divulgação.
Uma clínica de saúde ocupacional realiza uma série de consultas e exames, então precisa ter os equipamentos certos para ter um bom funcionamento. Raio-X, eletrocardiograma e ressonância magnética são apenas alguns exemplos de serviços que você pode prestar.
Diante disso, defina o quanto antes com o que você quer trabalhar. Faça cotações, procure por fornecedores e marcas de confiança do mercado médico e adquira os equipamentos necessários. Para menos riscos financeiros, há ainda a opção de alugar.
Sua clínica só poderá funcionar se todos os processos administrativos estiverem em ordem. Isso significa adotar softwares especializados para classificar exames e registrar históricos de pacientes, emitir laudos à distância, marcar consultas, entre outros.
A forma de atendimento também deve ser padronizada. Determine como seus pacientes devem ser atendidos, se terão acesso à marcação de consultas por telefone e por internet e lembre-se de humanizar esse processo, pois o cuidado com cada indivíduo e caso é essencial para bons resultados.
Uma equipe de confiança será essencial para o sucesso de seu negócio. Procure por profissionais qualificados, desde recepcionistas a enfermeiros e médicos assistentes. Mesmo se alguma contratação for terceirizada, como a da equipe de limpeza, é fundamental contar com um pessoal de confiança e excelência.
Não deixe também de investir em treinamento, para alinhar todos os processos, desde o atendimento até a finalização de um tratamento ou entrega de exames. Assim, sua clínica será sempre reconhecida por fazer um ótimo trabalho.
Um médico de qualquer especialidade precisa ter boas habilidades de gestão e liderança. Isso você começa a aprender e a perceber logo na graduação, porque a profissão exige estar à frente de equipes médicas e da tomada de decisões importantes, que incluem salvar vidas.
Na residência, essa necessidade fica ainda mais clara e pode ser aperfeiçoada. Mas não pare por aí! Um empreendedor da Medicina deve continuar a estudar, buscar novos conhecimentos e continuar a melhorar suas habilidades para administrar seu negócio da forma correta. Faça cursos, workshops, participe de eventos e aumente sua rede de contatos para crescer ainda mais.
Como você pode ver, abrir uma clínica de Medicina do Trabalho é uma iniciativa desafiadora. Porém, com muita dedicação para se especializar e estudar, você desenvolverá foco e autossuficiência para estar à frente de seu próprio negócio e ajudar a melhorar a saúde de muitos trabalhadores por aí.
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Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor