Fazer residência médica na USP (Universidade de São Paulo), como você já sabe, é o sonho de muita gente – e se você chegou aqui, muito provavelmente é o seu também, não é? Se sim, você já deve conhecer a jornada que te espera não apenas na primeira fase, mas também na segunda – e é justamente dessa última que vamos falar hoje. Mais especificamente, da temida entrevista de residência médica na USP-SP.
Se você não está familiarizado com a prova de residência médica da USP-SP, sugiro dar uma olhada no artigo que já publicamos aqui no blog contando tudo, direto ao ponto, sobre como é essa prova. Inclusive, se eu fosse você, também daria uma olhada na Academia Medway, pois lá estão todos os nossos materiais gratuitos pra dar um gás na sua preparação, incluindo questões comentadas, guias estatísticos e vários minicursos com aulas grátis!
Ah, e se você estiver morrendo de curiosidade sobre como será o seu ambiente durante a residência, se liga no artigo que preparamos! É só clicar no banner.
Apesar de a gente já ter te dado muitas dicas pra mandar bem na entrevista, você deve saber que cada instituição tem o seu “jeitinho”. Além disso, cada especialidade aborda a entrevista de uma forma diferente! Por isso, hoje queremos falar de forma mais específica sobre como é a entrevista de residência médica na USP-SP, mostrando como é a entrevista de cada uma das principais especialidades de acesso. Pronto?
Pra quem lê o edital, isso não é novidade – e se você não leu ainda, tá sendo boca mole demais, hein, bicho! Se você der uma olhada no edital de residência médica da USP 2021, vai ver que lá cada especialidade aparece separada quando o assunto é a análise curricular, a data e o local de realização da entrevista. Lá tem tudo sobre como o currículo e a arguição são pontuados.
Falando em currículo, se você ainda não está seguro com o seu, achando que a banca avaliadora vai te achar muito inexperiente, dá uma olhada no nosso e-book Como ter um currículo padrão-ouro! Com certeza vai ter algo lá pra te ajudar.
Mas agora, direto ao ponto: a etapa de análise curricular e entrevista de residência médica corresponde a 10% da sua nota final na prova de residência médica da USP-SP. Pode parecer pouco, mas pode fazer uma baita diferença mandar bem nessa etapa. Por isso, aqui a gente vai falar como são as entrevistas de algumas das principais residências médicas de acesso direto. Bora descobrir? Então continua lendo!
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Nada melhor do que começar por uma das residências mais conhecidas e disputadas da USP-SP e que é a porta de acesso para várias outras subespecialidades no futuro, né? Principalmente considerando que, já de cara, os residentes com quem conversamos contaram que ela é “diferente do formato tradicional”.
Conversamos com a Ana e com o Gabriel, ambos residentes do segundo ano, para saber como foi a entrevista deles (você confere esse bate-papo com eles completo aqui). O que eles contaram você descobre agora.
A entrevista de Clínica Médica conta com dois momentos: primeiro, a avaliação do currículo do candidato, um momento para, segundo a Ana, “se apresentar e falar um pouco mais sobre mim, pois eles já tinham recebido o currículo online”. Já o segundo momento conta com simulações de cenários clínicos onde conflitos éticos são apresentados a você.
Ela menciona alguns exemplos, como as questões de “emprestar a senha pro colega, querer mandar em uma assistente negra achando que ela é técnica de enfermagem, liberar o colega em um plantão tranquilo, assumir a função da enfermeira quando ela não fez o que você pediu, fazer receita no nome de paciente para o funcionário pegar a medicação”, entre outros. Imagina se você é pego de surpresa por isso?
O Gabriel destaca: “nessas situações, o que se espera do candidato é um conhecimento sobre o Código de Ética Médica, e de como reagir a cenários desafiadores”. Da parte ele, achou que o ambiente procurava ser “o mais leve possível, tentando atenuar ao máximo o estresse psicológico natural ao qual os candidatos já estão submetidos”. Já a Ana achou um pouco diferente, tendo sentido um ambiente “sério, mas sem pressão ou falas ofensivas”.
E novamente, se você tá preocupado com não ter um currículo de 20 páginas, relaxa! O Gabriel assegura: “o edital dividia a pontuação de forma equilibrada entre currículo e entrevista”.
Assim como aconteceu com o Gabriel e a Ana, de Clínica Médica, o Matheus e a Bruna, residentes do segundo ano de Cirurgia Geral na USP, também enxergaram a entrevista pra essa especialidade de maneiras bem diferentes. Apesar de parecer um pouco confuso, considerando que eles prestaram para a mesma especialidade, é bom lembrar que o decorrer da entrevista também depende muito do próprio candidato.
Para a Bruna, não teve muito mistério: “pediram para eu me apresentar e logo começaram as perguntas. Tudo bem formal e sério. Logo que acabaram as perguntas avisaram que a entrevista havia acabado e pediram para eu aguardar fora da sala” – um relato bem diferente do Matheus, que lembra da entrevista como algo “descontraído, uma conversa leve entre 3 entrevistadores e eu”.
As perguntas que a Bruna menciona, aliás, abrangem temas como o currículo, o internato, trabalhos dos quais o candidato participou, a razão de ter escolhido a residência em Cirurgia Geral – e reforçam que “seriam dois anos bem difíceis”. Complicado né? Mas é essencial manter a cabeça fria nessas horas! Apesar de, no caso dessa especialidade, o currículo contar mais do que a entrevista, segundo o edital, o seu comportamento não deixa de ser importante, e confiança é a chave pra passar uma boa impressão aos entrevistadores, hein?
Diferentemente do que vimos nas especialidades anteriores, a Milly e a Juliana concordam em praticamente tudo que diz respeito à entrevista de residência médica na USP-SP para Pediatria.
O primeiro ponto convergente é que “a maior parte da pontuação da terceira etapa realmente vem do currículo”, nas palavras da Milly. Mas no caso dessa especialidade, isso não é sinônimo de clima pesado pros candidatos. Muito pelo contrário, aliás – o que é ótimo, considerando que fazem parte da banca entrevistadora aproximadamente 6 assistentes da pediatria (tanto do HU quanto do ICr), todos com os quais os residentes têm bastante contato ao longo da especialização.
A Juliana relata que “há um certo grau de formalidade”, considerando que os entrevistadores ficam sentados em uma mesa grande e o entrevistado se senta em uma cadeira em frente, mas ressalta que “o clima não foi pesado, foram todos simpáticos e amigáveis”. A Milly concorda, e acrescenta que “o pessoal da Pediatria é sempre bem receptivo”. Ainda bem!
E os temas da entrevista não fogem muito do comum: experiências vividas ao longo da graduação, estágios, iniciação científica etc. São 10 a 15 minutos que você tem que aproveitar o máximo possível para fazer uma boa entrevista de residência médica!
A entrevista de residência médica na USP-SP para quem tenta uma vaga na residência em Ginecologia e Obstetrícia é bem parecida com a de Pediatria. No caso de GO o currículo também acaba tendo certo destaque, embora a arguição em si conte bastante. Os temas são muito abrangentes, e a Mariana, R2 da especialidade, conta que, no seu caso, perguntaram “se eu tinha participado de algum projeto de iniciação científica, trabalho voluntário, como era o estímulo a atividades científicas na minha faculdade, como foi minha experiência com GO no internato e como foi minha decisão pela especialidade”.
Em relação à residência em si, Mariana também adiciona que “é comum perguntarem sobre o que o candidato acha da carga horária de 60 horas e sobre o estímulo à produção científica durante a residência – “tudo de maneira profissional, mas também descontraída”, complementa Marcela, R3 de GO. Já ouvimos até entrevistadores que perguntam qual o último livro que você leu e o que achou dele!
Perguntas assim podem surpreender, mas é bom reforçar: a calma e a confiança são o arroz com feijão em qualquer entrevista de residência médica! E se quiser saber mais sobre o cotidiano dessa especialidade, dá uma olhada na entrevista completa que fizemos com a Mariana e a Marcela!
Alguns podem dizer que a entrevista de residência médica na USP-SP para Ortopedia lembra até uma entrevista de emprego! Diferentemente de várias das especialidades que citamos até agora, a entrevista para Ortopedia é uma daquelas em que o foco não tá no currículo, e sim em você, na sua postura e desenvoltura!
O tom dessas entrevistas não chega a seguir uma regra – algumas podem ser mais informais e descontraídas, enquanto outras podem ser tensas e até intimidadoras pra alguns. Mas, mais do que nunca, é bom confiar no seu taco. Afinal de contas, como nos conta o Vinicius, R3 de Ortopedia na USP-SP, as perguntas são majoritariamente sobre você: “quem é você, pontos positivos e negativos que você tem, por que deveriam te escolher, por que você escolheu a residência em Ortopedia, se tem familiares médicos”… e por aí vai.
Julgando pelas perguntas feitas, a entrevista pra residência em Radiologia na USP até lembra a de Ortopedia. É bem provável que apareçam questionamentos sobre “onde você se formou, qualificações do seu currículo, por que escolheu a especialidade, por que escolheu a instituição para qual está prestando, com o que seus pais trabalham, se você fez curso pré-residência e por que você merece a vaga”, como nos relatam o Thiago e o Paulo, residentes de Radiologia na USP-SP que já contaram tudo sobre como é esse programa de residência.
Diferente de muitas especialidades das quais falamos aqui, no entanto, aqui o currículo “não faz tanta diferença”, nas palavras do Paulo, e o Thiago acredita que ele entra mais como “critério de desempate”, mas não é nada oficial, apenas um feeling! Ou seja: foco na entrevista!
Ao contrário da entrevista para Radiologia, a entrevista pra Anestesiologia na USP tem um enfoque maior no currículo, de acordo com o que nos contou o Gustavo, que terminou a residência há pouco tempo: “cerca de 70% da nota da terceira fase vem desse componente”, afirma. Apenas lembrando que esse isso não é oficial, mas apenas uma impressão dele. Mas isso não é razão para se desesperar!
Dizemos isso porque, em relação ao ambiente, tanto o João, que é R2, quanto o Gustavo – que nos contaram tudo sobre como é essa residência –, relatam que o clima é “mais leve do que o de muitas outras especialidades”. O tempo pode variar: enquanto o João comentou que a entrevista durou 5 minutos, o Gustavo lembra que a sua durou cerca de 15 – e ambos passaram, então não vai pensar que te acharam desinteressante só porque a entrevista foi breve, hein?
Por fim, eles asseguram que as perguntas são bem diretas: “por que Anestesiologia? Se você passar aqui, você virá pra cá? Qual a sua experiência? Já trabalhava? Quando se formou? Fez IC?”.
De qualquer forma, pode ir mais “anestesiado” pra entrevista, pois essa é uma fase que costuma ser mais tranquila pra essa especialidade e a maioria das pessoas se sai bem – mas não vai fazer tudo nas coxas também, hein?
Em termos de diversidade nas perguntas, a entrevista para Infectologia na USP é uma boa candidata ao primeiro lugar. Os relatos dos residentes com quem conversamos, a Bárbara e o Matheus, mostram que o tom da entrevista pode mudar um pouco de ano para ano, podendo ser mais séria – como relatou o Matheus – ou mais descontraída – segundo a Bárbara.
Mas os dois entraram em acordo em uma coisa: a variedade de questões feitas. Os temas englobam perguntas mais tradicionais, como “sua formação médica, atividades extracurriculares, o motivo de ter escolhido Infectologia”, mas ambos também mencionam que foram questionados sobre “hobbies, defeitos e qualidades, hábitos de leitura” – o Matheus diz até que checaram o nome dele no Google!
Apesar de ser uma entrevista que, de acordo com nossos entrevistados, “foca bastante no checklist do edital e no currículo”, a entrevista também tem o próprio peso. Pra você que tá lendo, isso é bom, pois é a oportunidade de provar que quer mesmo a vaga!
Aproveita e dá uma lida aqui na entrevista completa com o Matheus e a Bárbara sobre como é a residência em Infectologia na USP.
Pra entrevista de Neurologia é um pouco mais difícil achar um padrão. Isso porque ela costuma ser mais “personalizada”, principalmente, por causa de algo que não costuma aparecer em outras especialidades: uma “pré-entrevista” no site, em que você submete seu currículo e fornece alguns dados, que já vão dar o fundamento pra sua arguição.
No dia da entrevista em si, a Sara, residente de Neurologia na USP, conta que “você leva um currículo impresso, e as perguntas são feitas sobre atividades que você fez na graduação, o projeto de iniciação científica e sobre experiências que você teve durante esse período, como intercâmbios ou estágios”. Ela e o José, nosso outro entrevistado, também afirmam que é comum perguntarem “o que você achou da graduação, o que acha deficiente na sua formação como médico, o que você espera de uma boa residência em Neurologia e o que você poderia agregar na especialização”.
Os dois também concordam que, “apesar de um pouco mais sério, não chega a ser um ambiente intimidador”. O bate-papo completo que tivemos com a Sara e o José você encontra nesse artigo em que falamos tudo sobre como é fazer residência em Neurologia na USP.
Outra entrevista de residência médica na USP-SP que parece variar de ano para ano é a da residência em Dermatologia. Conversamos com o Ésio e o Ricardo, que são residentes de anos diferentes e contaram tudo sobre como é fazer residência em Dermatologia na USP, e descobrimos que o clima pode ser “ameno e descontraído”, mas também “um pouco mais sério”, apesar de não trazer prejuízos para os candidatos, como relata Ésio, que acompanhou as entrevistas dos processos seletivos de 2 anos.
Os dois ressaltam que as perguntas, por outro lado, são bem tradicionais: “o motivo de ter escolhido a USP, perguntas sobre iniciação científica em Dermatologia ou outros trabalhos publicados na área”. De incomum, no entanto, o Ésio destaca a presença de um questionário feito antes da entrevista, no qual, pelo menos em 2018, foi perguntado sobre “qual seria o seu posicionamento caso ocorresse uma greve de residentes”, por exemplo. Fora isso, é uma entrevista bem objetiva!
Outra especialidade que tem uma entrevista de residência médica na USP-SP bem tradicional é Otorrinolaringologia. Foi o que descobrimos conversando com o Pedro, que é R3 dessa residência por lá e contou tudo sobre como é essa especialidade na instituição.
Segundo ele, algumas perguntas comuns são “por que a escolha de otorrino”, “o que pretende fazer no futuro como otorrino”, “como foi sua produção científica na graduação” etc. Ele também afirma que o ambiente “costuma ser mais sério”, e tudo é tratado de forma bastante objetiva – o que não significa que a entrevista é só uma formalidade do processo. Pedro ressalta que, assim como o currículo, a entrevista “tem um peso importante na sua nota”.
Em termos de rapidez, a entrevista para Oftalmologia na USP pode ser uma das campeãs. Segundo os dois residentes com quem conversamos, geralmente são cerca de 3 perguntas, que podem ser: “por que Oftalmologia”, “uma descrição do seu estudo científico”, “algo não relacionado a medicina que você considera interessante sobre você”, “qual é o seu ponto forte, onde você se vê em 10 anos”…
Sobre o ambiente, Pedro – um dos residentes –, adverte: “era um ambiente bastante sério, com diversos assistentes presentes, sentados ao longo de uma mesa comprida, comigo em uma extremidade e o nosso titular na outra extremidade”. Essa é outra característica que também reflete que não se tem tempo pra conversar sobre muita coisa e eles precisam ser concisos.
Você pode acessar o bate-papo completo que tivemos com os dois residentes sobre como é a residência em Oftalmologia na USP aqui no blog!
Diferentemente das últimas que mencionamos, a entrevista pra Medicina de Emergência na USP é mais “tranquila e descontraída”, segundo o Bruno, que nos contou como é ser residente de Medicina de Emergência na USP. “É uma entrevista rápida, usada geralmente como critério de desempate”, afirma – mas é claro que esse é apenas o feeling dele, não é uma informação “real oficial”, e não torna a entrevista menos importante.
Bruno também conta que algumas perguntas comuns que surgem são “se havia hospital-escola na instituição em que você se formou” (ponto mais valorizado do currículo), “o motivo de ter escolhido Medicina de Emergência” e “quais as suas perspectivas profissionais pra daqui 5 e 10 anos”. Fora isso, há algumas perguntas a respeito da vida pessoal, como “de onde você é” e “o que gosta de fazer no tempo livre”.
Por fim, mas não menos importante: a entrevista de residência médica na USP-SP pra Cirurgia Cardiovascular!
A boa notícia é que as perguntas não são nada de outro mundo. De forma geral, vão ser questionados seus conhecimentos sobre a especialidade e pontos do seu currículo, de forma similar a outras especialidades que mencionamos ao longo do texto.
A parte ruim é que, segundo a Polyanna, residente de Cirurgia Cardiovascular que contou tudo sobre essa residência médica na USP, o clima “tende a ser um pouco mais tenso”. Então já sabe né? Tem que preparar o coração e lembrar daquelas duas coisas que a gente mencionou um monte de vezes: calma e confiança!
Esperamos ter conseguido cobrir, de forma geral, a entrevista de residência médica das especialidades que muitos de vocês pretendem fazer!
É bom lembrar, aliás, que a entrevista de residência médica é parte da segunda fase da prova de residência da USP, que também é composta por uma prova prática. O edital de 2021 já mostrou que não vai haver prova prática esse ano – mais uma razão pra você caprichar na entrevista, hein? Aproveitando: você sabia que o CRMedway, nosso curso de preparação para prova prática, também vem com um curso completo de entrevista? São mais de 6 horas de aula mostrando como mandar bem nessa etapa!
Se quiser saber mais ainda sobre o processo seletivo da USP e tudo o que você precisa para ser um médico residente lá, baixe o nosso Guia Definitivo da USP, em que a gente te conta tudo, desde a preparação pra prova até a vida como residente.
Por hoje é isso! Bons estudos e até a próxima!
Capixaba, nascido em 90. Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e com formação em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e Administração em Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Apaixonado por aprender e ensinar. Siga no Instagram: @joaovitorsfernando