Você decidiu que a Clínica Médica é a mais alinhada às suas qualidades e aos seus objetivos, mas qual é a sua residência médica dos sonhos? Para muitos, a resposta para essa pergunta é a residência em Clínica Médica na USP (Universidade de São Paulo).
Com dois anos de duração, a residência em Clínica Médica na USP é uma das 54 especialidades oferecidas pela instituição. Boa parte da realização acontece no complexo Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), considerado o maior sistema acadêmico de saúde da América Latina.
Durante dois anos, os participantes do programa de residência médica de Medicina interna da FMUSP passam por diferentes estágios práticos (a maioria com um ou dois meses). Cada um envolve a realização de seminários, reuniões, aulas e outras estratégias de aprendizagem.
Pelo foco no treinamento em serviço, os estágios ocupam entre 80% e 90% da carga horária total. Ao todo, são 2.880 horas anuais, ou seja, 60 horas semanais (incluindo 24 horas semanais de plantão) de dedicação.
Nos processos seletivos realizados anualmente via editais públicos, cerca de 60% das vagas são ocupadas por alunos da própria FMUSP. As demais vagas recebem residentes de outras instituições, frequentemente, de outros estados. Você imagina como é a vida de quem faz residência em Clínica Médica na USP?
Para Ana, os melhores estágios são na UTI de Clínica Médica, UCI e PS da sala de emergência. Os motivos incluem academicismo, desenvolvimento de autorresponsabilidade, autonomia no cuidado, Medicina baseada em evidência, estrutura e complexidade dos casos.
Apesar de não se encontrar tudo isso por completo em cada um dos estágios, eles se complementam nesses aspectos e valorizam o que a residência médica na USP com foco em Clínica Médica tem de maior valor: manejo do paciente grave.
A residência em Clínica Médica na USP tem uma peculiaridade que não é muito comum entre os programas de Clínica Médica espalhados pelo Brasil afora: pouco foco em transitar por especialidades médicas e grande volume de rodadas em Clínica Médica propriamente dita.
São quatro meses de UTI no total da residência. Também há um número razoável de estágios de pronto-socorro (PS clínico, cardiológico e neurológico), com um total de dois meses de sala de emergência. Os rodízios em especialidades normalmente se concentram nas rodadas eletivas, em um total de quatro meses de residência.
Para Ana, o fato do médico residente não passar por subespecialidades pode parecer um problema. Segundo ela, na prática, isso não compromete a formação, mas pode dificultar a escolha. Além disso, como os estágios ambulatoriais de Clínica Médica Geral são fracos em termos de assistência, comprometem a formação ambulatorial.
São quatro meses de estágios eletivos durante a formação como clínico geral. Gabriel afirma que é possível escolher entre as principais especialidades clínicas. A composição dos eletivos é variável, sendo a maioria predominantemente ambulatorial.
Existe a possibilidade de negociar estágios externos. Uma das opções já contempladas no programa é uma rodada opcional em cuidados paliativos na Universidade de Michigan.
A carga horária de 60 horas semanais é respeitada. Na maioria dos estágios, a carga máxima de plantão é 24 horas. Alguns proíbem mais de 12 horas de plantão. Quando há pós-plantão, geralmente, é meio-período, no mínimo.
Alguns estágios dão o dia seguinte todo livre. Quando não há pós-plantão, o estágio não é longitudinal, mas escalas de plantão. Então, você obrigatoriamente vai estar livre depois das 12 horas.
Há reunião semanal de atualização em temas de Clínica Médica, com 1 hora de duração, reunião mensal do departamento de Clínica Médica (discussão de caso), atualização mensal em condutas ambulatoriais e outras atividades específicas em cada rodízio da residência.
Além disso, os alunos contam aulas todas às terças-feiras, reuniões diárias nos módulos ambulatoriais, reuniões sobre Medicina baseada em evidência e discussão de casos clínicos, incluindo o envio de artigos em todos os estágios (dos preceptores para os alunos).
Segundo Ana, os principais pontos de relevância da residência em Clínica Médica na USP são: o nome da instituição, o manejo de pacientes críticos e o bom embasamento teórico, não pelas aulas, mas pelo material complementar e pelas discussões na prática.
Para Gabriel, a maior vantagem da residência no Hospital das Clínicas é a convivência diária com médicos assistentes e colegas residentes extremamente competentes. É um ambiente em que a troca de conhecimentos se espalha por todos os corredores, e o estímulo para se aperfeiçoar é enorme.
São fornecidas duas refeições ao dia no valor aproximado de R$ 12,00 (um almoço livre no restaurante do hospital, com direito a suco ou água, e um jantar nas mesmas condições). Há um restaurante que não fornece refeição completa, mas o desconto no mesmo valor.
A instituição também disponibiliza moradias com cozinha, quarto e banheiro compartilhado com mais uma pessoa (geralmente, não há a opção de escolher com quem dividir).
Estão incluídas faxina do ambiente e comida para café da manhã. Também há vaga em estacionamento com horários restritos. Além disso, a matrícula dá direito ao pagamento de meia-passagem em entradas, transporte e similares.
Já está preparado para residência em Clínica Médica na USP? Ainda dá tempo de realizar seu sonho. Então, aproveite e leia esse artigo, em que contamos tudo sobre como é a prova de residência médica da USP — direto ao ponto!
Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina. Siga no Instagram: @jodamedway
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