Como é a residência em Ginecologia e Obstetrícia na USP?

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Muitas pessoas possuem o desejo de cursar a residência em Ginecologia e Obstetrícia na USP (Universidade de São Paulo). Esse é um dos 54 programas de treinamento em áreas credenciadas pela Comissão Nacional de Residência Médica da instituição.

Ginecologia e Obstetrícia faz parte do rol das especialidades clínico-cirúrgicas com bastante adesão dos médicos recém-formados. Tem três anos de duração na USP, com processos seletivos realizados uma vez por ano.

Grande parte da residência ocorre no complexo Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), um dos maiores sistemas acadêmicos de saúde da América Latina hoje.

O que se aprende na residência em Ginecologia e Obstetrícia na USP?

No primeiro ano de estudos, os residentes do programa de residência em Ginecologia e Obstetrícia na USP têm toda a formação voltada, principalmente, para as funções como obstetra. Já no segundo ano, o foco da especialização é em Ginecologia e prioriza o atendimento médico ambulatorial.

No terceiro ano de formação, os residentes têm estudos e atuação mais efetivos em áreas como gravidez de alto risco e atendimento às pacientes mais graves. Também podem concluir a instrução em ultrassonografia gestacional (USG).

Para explicar como é a residência em Ginecologia e Obstetrícia na USP e oferecer mais segurança na hora que você for escolher a melhor instituição para fazer o curso, conversamos com a Mariana, residente do segundo ano, e a Marcela, que está no terceiro ano dessa especialidade.

Estágios

Para Mariana, os melhores estágios foram o pronto-socorro da Obstetrícia e a enfermaria de gestantes. Como o serviço é especializado em gestações de alto risco, ela teve contato com diversas situações de emergência em Obstetrícia, com algumas até inusitadas.

De patologias vistas no dia a dia, como pré-eclâmpsia e rotura prematura de membranas, até situações mais raras, o estágio do PS coloca o residente frente a essas situações, de forma que aprendem algo novo e ganham a confiança para lidar com elas após o término da residência.

Os residentes passam por quais setores?

Nos três anos de residência em Ginecologia e Obstetrícia, os residentes são divididos em duas turmas, uma para Obstetrícia e outra para Ginecologia. Eles ficam seis meses em cada uma (por ano).

Obstetrícia

Na Obstetrícia do R1, os residentes atuam no PS Obstétrico, onde atendem às fichas com os internos e um R2. No Centro Obstétrico, eles têm a oportunidade de realizar partos normais, fórceps de alívio e cesáreas em pacientes sem cirurgias abdominais prévias. Na enfermaria de puérperas e no setor de vitalidade fetal, eles são acompanhados por um R2.

No R2, eles passam pelo pronto-socorro e discutem os casos com os R1s. Também passam pelo Centro Obstétrico do HC e do HU, pelo setor de vitalidade fetal, pela enfermaria de gestantes e por uma das UTIs clínicas do HC.

No R3 passam, novamente, pelo Centro Obstétrico, pelo setor de Medicina Fetal e pela enfermaria de gestantes, além de um estágio opcional. Todos os anos, os residentes realizam estágios em ambulatórios de pré-natal de alto risco.

Ginecologia

Na Ginecologia, no R1, os residentes passam pelo pronto-socorro do HU, pela enfermaria do HC, por estágios cirúrgicos do HC e ambulatoriais (Ginecologia Geral, Ginecologia Endócrina, Planejamento Familiar e PTGI).

No R2, atuam no pronto-socorro do HC, no centro cirúrgico do HU e do HC, no setor de Oncologia Ginecológica do ICESP, no setor de Mastologia e em estágios ambulatoriais. No R3, também realizam estágios ambulatoriais no setor de Endometriose e Videolaparoscopia.

Pontos fortes e fracos da residência

Para Mariana, o ponto mais forte da residência médica em Ginecologia e Obstetrícia é a assistência a casos complexos em ambas as áreas. Ela acredita que esse seja o diferencial, pois tem contato com situações que, talvez, não sejam tão aprofundadas em outros serviços, mas são essenciais no dia a dia.

Ela cita que, na Obstetrícia, por exemplo, há muitos casos de gestantes com problemas clínicos mais complexos, como as cardiopatas, as diabéticas, as hepatopatas, as nefropatas, entre outras. Isso prepara muito bem para manejar casos após o término da residência.

Já Marcela acredita que, entre os principais pontos fortes, está a presença de bons profissionais. O ganho de conhecimento também é um diferencial. Ela considera um ponto forte importante o volume de pacientes, a complexidade delas e dos casos.

Ambas as residentes acreditam que um ponto fraco é a atuação no centro cirúrgico. Como há poucas salas e poucos anestesistas, demora muito para passarem pela sala. Por isso, operaram apenas dois pacientes por dia.

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Ana KarolineBittencourt Alves

Ana Karoline Bittencourt Alves

Catarinense nascida em 1995, criada em Imbituba e apaixonada por uma praia. Formada pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2018, com residência em Clínica Médica pela Universidade de São Paulo (USP-SP 2019-2021) e professora de Clínica na Medway. "Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender" - Paulo Freire. Siga no Instagram: @anakabittencourt