Endemias, surtos, epidemias, doenças infecciosas emergentes e reemergentes são alguns problemas atuais que evidenciam a importância social da Infectologia. Neste artigo que preparamos, você vai saber tudo e mais um pouco sobre a residência em Infectologia na USP-RP.
Próximo da capital, em Ribeirão Preto, o programa de residência médica em Infectologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP) é oferecido pela Divisão de Moléstias Infecciosas e Tropicais do Departamento de Clínica Médica há mais de 40 anos.
Desde então, pouco mais de uma centena de médicos, vindos de todos os cantos do país, tornaram-se infectologistas e atuam ativamente no controle de doenças infecciosas, parasitárias, individuais e coletivas, em clínicas e hospitais brasileiros.
Por ser uma especialidade de acesso direto e com duração de três anos, a residência médica em Infectologia atrai muitos recém-graduados para a área. No bate-papo que tivemos com o Leonardo, a Ana Beatriz e a Betânia, R3 e R2 na especialidade, respectivamente, eles contaram como é estudar na FMRP-USP. Confira!
No HC, os residentes realizam o R1 inteiro junto dos alunos da Clínica Médica. São muitos plantões. Os residentes passam um mês em cada especialidade (Gastrologia, Nefrologia, Infectologia, Cardiologia, Endocrinologia, Hematologia, Nutrologia, Pneumologia, Reumatologia, Emergência E Clínica Médica).
No R2, a atuação é apenas na Infectologia. Além disso, os residentes passam um mês no CTI, na CCIH, nos laboratórios, no líquor e nos ambulatórios. Leonardo afirma gostar muito da enfermaria de HIV. “A equipe é maravilhosa, e a gente oferece um cuidado de qualidade para essa população que, em geral, é bastante vulnerável”, afirma.
Por fim, no R3, os residentes passam um mês na enfermaria geral, um mês na enfermaria de HIV, dois meses de estágio optativo, três meses na CCIH, um mês de vigilância epidemiológica e dois meses nos ambulatórios.
Na residência em Infectologia na USP-RP, há dois estágios optativos no R3, com duração de um mês cada. É bastante comum realizar os estágios fora do HCRP, em hospitais em São Paulo (HC-USP, Emílio Ribas) ou em outros estados (Pará, Amazonas, Ceará, etc).
É possível fazer o estágio fora do país, pois os docentes e os médicos contratados da USP-RP têm muitos contatos em diversos locais. Os residentes preferiram ir para a África, visto a incidência de HIV e outras doenças infectológicas tropicais.
Segundo os residentes, a carga horária da residência de Infectologia é respeitada de acordo com as 60 horas semanais. Como os alunos atuam um mês em cada especialidade, o número de plantões pode variar bastante.
Eles realizam uma média de até dois plantões por semana. Entretanto, isso depende bastante de como os subgrupos se organizam e dividem os trabalhos. Segundo Leonardo, é um ano pesado, mas que dá para levar tranquilamente quando bem dividido.
No R2, eles cobrem os plantões noturnos de Clínica Médica do HCRP, mas como a escala é dividida entre todas as especialidades do departamento de clínica, geralmente totalizam de 10 a 15 plantões durante o ano.
No R3, os residentes auxiliam nos plantões noturnos da enfermaria de HIV, dando uma média de dois a quatro plantões por mês. Geralmente, o descanso acontece sempre no pós-plantão, porém não imediato: depois do plantão, eles continuam a rotina normal pela manhã e só descansam à tarde.
O programa teórico da residência em Infectologia na USP inclui quatro atividades semanais: aulas de HIV, preparadas por médicos especialistas, discussões de caso com Neurorradiologia, Journal Club, discussões de caso com enfermaria de Infectologia e Patologia.
A respeito da parte acadêmica, Ana Beatriz explica que a residência médica de Infectologia é bem sobrecarregada, principalmente no R1 e no R3. Na maioria das vezes, os residentes publicam casos clínicos em artigos. Poucas vezes, algum residente faz mestrado junto da residência (principalmente no R3).
No HCRP, o residente tem direito às refeições no hospital. São servidos café da manhã, almoço, jantar e ceia noturna. Além disso, contam com assistência à saúde no SAMSP (Serviço de Assistência Médica e Social do Pessoal – USP), podendo agendar consultas e exames.
Betânia afirma que a alimentação é servida nos três turnos: café da manhã, almoço e jantar. Os residentes têm direito a realizar as refeições nos hospitais. Também têm quartos com banheiro durante os plantões, estacionamento próprio, Wi-Fi nos hospitais, acesso a consultas e agendamentos no HC.
A residência em Infectologia na USP de Ribeirão Preto é um dos programas com mais visibilidade e reconhecimento do grande público, principalmente pela atuação efetiva nos casos de HIV e diversas condições.
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Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina. Siga no Instagram: @jodamedway