Quem está se preparando para as provas de residência sabe que precisa se informar bastante para fazer a escolha certa: aquela que satisfaça sonhos e desejos. Neste artigo, você vai conhecer um pouco mais sobre a residência em Medicina Física e Reabilitação na USP.
A residência em Medicina Física e Reabilitação na USP tem duração de três anos e ingresso direto. O médico residente tem acesso a estudos teóricos e práticos com uma equipe multiprofissional bastante experiente em programas de reabilitação em diversas áreas, nos ambulatórios e nas enfermarias do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFM-USP).
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Para você saber um pouco mais sobre o dia a dia desse programa, conversamos com a Valeska, que está no segundo ano, e a Sílvia, que está no terceiro ano da residência em Medicina Física e Reabilitação na USP. Confira os detalhes a seguir!
De acordo com Sílvia, o primeiro ano da residência em Medicina Física e Reabilitação na USP é dividido em diversos ciclos por especialidade. Em Clínica Médica, os médicos passam um mês no pronto-socorro, atendendo na porta, um mês na UTI, dois meses na enfermaria do PS, cuidando de pacientes crônicos, e dois meses no ambulatório geral didático (AGD).
Outra parte é dedicada à Pediatria, com dois meses na enfermaria da área, metade de um mês no ambulatório dessa especialidade e na de Neonatologia (cuidando de doenças crônicas). Além disso, há um mês no ambulatório de Neurologia, outro no de Reumatologia e em Fisiatria, todos no complexo do HC.
No segundo ano, começa o treinamento em Fisiatria. Os residentes rodam em todos os institutos da Rede Lucy Montoro e no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT). No IOT, há três meses de enfermaria, ambulatórios de dor crônica, síndrome miofascial, lesão medular, osteoporose, joelho e amputados.
“Ficamos três meses na enfermaria da Vila Mariana (com pacientes com lesão encefálica e amputados). Nos outros meses, passamos por diferentes ambulatórios: lesão encefálica, lesão medular, podobarometria, análise de marcha, bexiga neurogênica, dor, infantil, triagem, isocinético, hemofilia, síndrome de Down”, completa Sílvia.
No terceiro ano, os rodízios passam por outras instituições: um mês no ambulatório e interconsulta de pacientes oncológicos com demandas de reabilitação no ICESP, outro no Sírio Libanês, dois na interconsulta do HC e três na enfermaria do Lucy do Morumbi (cuidando de pacientes internados com lesão medular e lesão encefálica).
Também há seis meses no ambulatório de toxina botulínica e outros estágios em diversos ambulatórios: lesão encefálica, lesão medular, procedimentos (como infiltração e ondas de choque), urodinâmica, infantil, neuromuscular, ENMG, amputados e dor.
A residência em Medicina Física e Reabilitação em SP respeita o limite de 60 horas semanais. No entanto, a carga máxima de plantão varia. As estudantes contam que, no R1, a escala é dividida com colegas da clínica e plantões em UTI, PS e enfermaria de retaguarda do PS. No R2, há plantões nos estágios do Instituto de Ortopedia e nas enfermarias.
“A carga máxima de plantão é de 24 horas, que pode ser transformada em 26 horas na prática, mas existe pós-plantão. Isso ocorreu no estágio da UTI, pois quando estávamos de plantão, entrávamos às 8h00 e saíamos após a visita do dia seguinte, que poderia terminar às 10h30. Após a visita, tínhamos o resto do dia para descansar e só voltaríamos no dia seguinte”, explica Sílvia.
Além dos plantões e dos estágios do programa de residência médica em Medicina Física e Reabilitação, de acordo com Valeska, toda terça-feira, há discussões e aulas teóricas. Eles também têm um horário livre para pesquisa e cursos relacionados à pesquisa.
“No primeiro ano, varia muito de acordo com os estágios de Clínica Médica, Pediatria, Neurologia e Reumatologia. Porém, há um pouco de tudo: discussão de casos clínicos, aulas teóricas e práticas. Na Fisiatria, temos aulas teóricas semanais e algumas aulas práticas. Em cada estágio, ainda podemos realizar seminários, discutir com os chefes, observar e ter aulas com os terapeutas, entre outras possibilidades práticas”, completa Sílvia.
Assim como os demais programas, a residência em Medicina Física e Reabilitação na USP conta com estágios obrigatórios e eletivos. Para Valeska, o melhor ciclo é o de enfermaria na Vila Mariana, em que os pacientes com amputação, lesão medular e encefálica, assim como miopatias por internação prolongada, ficam internados para terapias intensivas com uma equipe multidisciplinar.
Esse cuidado busca melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida dos pacientes. “Nesse estágio de três meses, percebemos o quanto podemos fazer pela saúde do paciente e o quanto podemos melhorar a independência dele para viver o que quiser, mesmo com deficiências. É maravilhoso!”, comenta.
Sílvia também destaca os estágios de enfermaria, mas na opinião dela, os melhores foram em internação na Vila Mariana e no Morumbi. Ela reforça que as atividades ocorrem em uma ampla rede, não apenas no Hospital das Clínicas da USP, mas nos Institutos de Reabilitação da Rede Lucy Montoro da cidade de São Paulo.
“Cada instituto desses tem um enfoque diferente. Por exemplo: a unidade da Lapa atende mais a pacientes com hemofilia e síndrome de Down, além de oferecer inúmeras oficinas para os pacientes já reabilitados se reinserirem no mercado de trabalho. São oficinas de pintura, dança, música, informática, línguas, marchetaria, entre outras. Nas unidades Clínicas e Umarizal, há muitos pacientes com dor crônica, bursite, tendinite, lombalgia e até doenças neurológicas, como esclerose múltipla”, explica a residente.
Para ela, um ponto positivo desses estágios é o acompanhamento da evolução do paciente, desde a melhora com medicações e procedimentos até as terapias com a equipe multidisciplinar (fisioterapia, terapia ocupacional, Fonoaudiologia, entre outras).
“Também é um momento em que temos tempo para estudar quando nossos chefes estão disponíveis para discutir e tirar dúvidas. Além disso, aprendemos na prática a prescrever órteses, próteses e meios auxiliares de marcha, como cadeira de rodas. Ainda observamos um excelente trabalho em grupo — semanalmente, ocorrem reuniões de equipe para definição de metas e objetivos para cada paciente, de acordo com a evolução”, diz.
Segundo Sílvia, no R3 na residência em Reabilitação na USP, há um mês de estágio eletivo. É possível realizá-lo em países como EUA (Spaulding Rehabilitation Hospital Boston, Mayo Clinic, Mount Sinai), Portugal (Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão), Canadá (Toronto Rehabilitation Institute), Itália (Università degli Studi di Roma “Tor Vergata”) e Japão (Fujita Health University).
Além de ser uma instituição de renome internacional, a residência em Medicina Física e Reabilitação na USP tem como ponto forte o serviço como referência em reabilitação, que permite contato com pacientes complexos, reabilitação robótica e oportunidades de pesquisa.
“Acredito que o ponto forte da nossa residência é ter a chance de praticar muitos atendimentos de pacientes com grandes incapacidades na enfermaria e no ambulatório, com lesão medular, amputados e lesão encefálica nas fases subaguda e crônica), assim como agulhamento seco e toxina botulínica. Também há uma noção geral de tudo o que a fisiatria pode oferecer, como exames diferenciados (podobarometria, análise de marcha e urodinâmica) órteses e próteses, tratamentos de primeiro mundo (robótica, realidade virtual, isocinético e ondas de choque), entre outros”, destaca Sílvia.
Outra parte positiva é o auxílio aos alunos durante os três anos do programa. Eles possuem auxílio-moradia, com um processo de seleção que disponibiliza cômodos próximos ao Hospital das Clínicas (com critérios de carga horária da residência, distância da cidade de origem e condição social).
A alimentação também é ofertada gratuitamente pela USP. Durante as atividades, os residentes podem almoçar e jantar no restaurante do HC e nos institutos do Lucy Montoro, dependendo de onde estejam treinando no período.
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Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor
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