A hora de decidir sobre a residência é o momento mais importante – e tenso – na vida do médico recém-formado: incertezas sobre a especialidade, a instituição e até sobre a rotina de estudos podem aparecer! Se está nos seus planos fazer a residência em Psiquiatria na ISCMSP, fica por aqui! A gente sabe que dúvidas permeiam todo o processo de escolha e, por isso, fomos buscar respostas para que você possa alcançar mais confiança ao iniciar sua trilha profissional.
Aqueles que pensam na Psiquiatria como a residência dos sonhos, precisam saber que ela é de acesso direto, tem 3 anos de duração e a área de atuação é basicamente ambulatorial e em consultórios. As consultas tendem a ser mais demoradas que as de outras especialidades clínicas e vai exigir uma boa dose de empatia, além de paciência e capacidade de trabalhar em grupo, já que a área se envolve muito em ações multidisciplinares.
A residência em Psiquiatria na ISCMSP tem tradição e excelência no ensino. A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – fundada há mais de quatro séculos e sempre conectada à ideia de caridade e altruísmo – é uma instituição privada e laica. A Santa Casa não cobra dos pacientes e toda assistência médica prestada é financiada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), complementada pelo governo do estado. Atualmente, ela ostenta o título de maior hospital filantrópico da América do Sul, com cerca de 8 mil atendimentos diários em todas as especialidades médicas. Além do Hospital Central, a ISCMSP conta com mais quatro unidades: o Hospital Santa Isabel, o Centro de Saúde Escola Barra Funda, o Hospital São Luiz Gonzaga e o Hospital Dom Pedro II, nas quais os residentes aprendem na prática diversos procedimentos.
Conversamos com Guilherme, residente do terceiro ano no programa de residência em Psiquiatria na ISCMSP, que contou para gente um pouco do seu dia a dia.
Guilherme: Ambulatórios e pronto-socorro psiquiátrico: são os estágios que melhor nos preparam, em termos práticos, para a atividade prática de clínica pós-formação, principalmente consultório. São espaços em que, além de prática, é possível explorar a parte acadêmica da formação.
Guilherme: Sim, o assistente Nelson é muito bom, didático, nos estimula academicamente, e as discussões práticas também são excelentes.
Guilherme: No R1, rodamos em enfermaria, UBS, Pronto-Socorro Psiquiátrico e Ambulatórios (Geral, Psicóticos), 3 meses em cada. No bloco da UBS são 2 meses mais 1 mês de férias. Importante observar que o estágio do R1 mudou bastante de quando fui R1, mas tentei passar como é atualmente.
No R2, são 6 meses no ambulatório de álcool e drogas, 3 meses em um estágio chamado CAEF + Infantil/Autismo (Caef = pacientes pós-custódia de hospital psiquiátrico penitenciário), 1 mês de estágio eletivo, 1 mês de férias e 1 mês em Pronto-Socorro Geral (interconsulta Psiquiátrica). Ao longo do R2, existem discussões de psicoterapia (psicanálise) e ambulatório infantil todas as sextas-feiras.
No R3, temos interconsulta em hospital geral por 1 mês, 2 meses de estágio eletivo, 1 mês de férias, 3 meses de UBS + IMESC (perícias médicas – psiquiatria forense), 1 mês no estágio de dores agudas e crônicas e 5 meses no ambulatório de psicogeriatria.
Há bastante espaço para aulas teóricas, às terças-feiras e às quintas-feiras à tarde, uma atividade chamada Dúvida Diagnóstica nas quintas-feiras pela manhã, Reunião de Departamento às 19h, também às quintas-feiras, e durante os estágios – durante toda a residência em Psiquiatria na Santa Casa, há espaço para aulas teóricas.
Guilherme: Sim, existem estágios fora do Brasil e também é comum algumas pessoas buscarem por isso. O nosso departamento possui boa comunicação com um antigo professor da instituição em Houston nos Estados Unidos e em Londres, lá no King’s College.
Guilherme: Em geral, respeita sim. No R1 são aproximadamente 20 plantões de 12 horas e 10 plantões de 24h no pronto-socorro psiquiátrico. Existe pós-plantão – que é o dia inteiro. No R2 são, em média, de 8 a 10 plantões de 12 horas, somente aos finais de semana, em pronto-socorro geral (interconsulta em pronto-socorro).
Guilherme: Dou nota 7.
Guilherme: Vou tentar sistematizar para ficar bem claro: no R1, existem os cursos de psicofarmacologia, psicopatologia fenomenológica, dentre outras aulas teóricas. No R2, aulas de álcool e drogas ilícitas, curso de Psiquiatria infantil e psicanálise (que também tem no R1). No R3, temos psicogeriatria, psicologia analítica, psicogeriatria, psicanálise. E é comum para todos os anos: dúvida diagnóstica e reunião de departamento. Na residência em Psiquiatria na Santa Casa, várias aulas são em forma de seminários, principalmente no R2.
Guilherme: Nota 3.
Guilherme: Na residência pega-se muita mão, principalmente em consultório. É possível trabalhar em outros serviços fora, principalmente plantão de Psiquiatria. Nós R3 tentamos estimular essa cultura em quem está chegando, ficando disponível para qualquer ajuda. Um ponto muito forte é a nossa proximidade entre nós residentes e os chefes. É um departamento muito leve e muito acolhedor.
Academicamente também é ótimo, há várias aulas nas reuniões de departamento com profissionais de outras instituições. Isso contribui bastante.
Infelizmente, no que diz respeito à pesquisa científica, não existe ainda uma estrutura sólida, porém, há alguns assistentes pesquisadores com grande experiência em nível Fapesp.
A consolidação no mercado é ótima, temos um sentimento de estarmos fazendo um excelente trabalho e sermos reconhecidos por isso. E já durante a residência é possível acessar o mercado, sempre nos apoiamos, tanto residentes quanto chefes.
Guilherme: Sim, a questão da pesquisa científica é uma coisa que precisa melhorar.
Guilherme: Sim, em alguns estágios fica mais difícil, porém, é bastante possível. Até porque plantões fora em psiquiatria não são tão desgastantes quanto os de clínica médica, por exemplo. A maioria faz, e nós estimulamos entre nós tal cultura, ajudando a colocar amigos mais novos nas escalas.
Guilherme: Eu sou daqui, mas conheço pessoas de fora que pretendem voltar. Eu acho que é perfeitamente possível se inserir bem no mercado de trabalho. A nossa formação é muito sólida e nós saímos bastante seguros para praticar com qualidade.
Guilherme: A Residência em Psiquiatria da Santa Casa era no CAISM, na Vila Mariana. Infelizmente, perdemos o local, que agora é gerido pela SPDM, e a equipe da residência de Psiquiatria da Unifesp que “toca” o CAISM. Nosso estágio de pronto-socorro psiquiátrico é no CAISM, junto com preceptores da Unifesp. Somos extremamente respeitados e tratados como iguais, não há distinção entre residentes da Unifesp e da Santa Casa.
Devido a essa perda, nosso departamento está se reestruturando, o que é positivo por um lado, porque estamos participando disso todos juntos, chefes e residentes. E acrescentando: o estágio de enfermaria se localiza no Hospital Mandaqui, a UBS no Centro de Saúde Escola Barra funda, o Caef no prédio do CAISM, Caef e autismo no prédio do CAISM, ambulatórios e aulas teóricas na Santa Casa. É isso!
E aí? Gostou? Está pronto para encarar esse desafio para lá de exigente? Vale lembrar, também, que já falamos sobre a residência em Psiquiatria de outras instituições, como Unifesp e USP-RP. Dá uma conferida! Neste outro artigo, também falamos sobre as instituições mais buscadas para fazer residência em Psiquiatria em SP!
Uma coisa temos certeza depois desse bate-papo: vai valer a pena todo esforço e dedicação que você despender nessa caminhada!
E, para conseguir a vaga na residência em Psiquiatria na ISCMSP, é essencial começar a se preparar para essa prova. No nosso Guia Estatístico contamos tudo sobre os seis focos que mais caíram em cada grande área na prova de residência da Santa Casa nos últimos cinco anos!
Aqui no blog, nós também já contamos tudo sobre como é a prova prática da ISCMSP – inclusive, é bom se preparar, pois a prova prática da Santa Casa tem fama de ser diferente de outras bancas que focam no atendimento completo com a realização de anamnese e exame físico completos.
Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor
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