A área de Radiologia e Diagnóstico por Imagem é extremamente ampla, aplicável em todas as demais áreas da medicina, permitindo a realização de diagnósticos precisos e a identificação de problemas ainda em estágio inicial. Se você escolheu essa especialidade, provavelmente já acha isso incrível, não é? Por isso, hoje vamos falar da residência em Radiologia na Unifesp, uma das mais buscadas de São Paulo. Aproveita pra conhecer também o salário do radiologista!
O programa dessa especialidade tem a duração de 3 anos e o seu acesso é direto. Logo no primeiro ano, os residentes são orientados para Radiologia geral, princípios básicos de física e proteção radiológica, anatomia patológica, técnicas de indicação e contraindicação de exames contrastados, além de estágios em ultrassonografia, tomografia computadorizada, densitometria e medicina nuclear.
No segundo ano, já é possível dar início às subespecialidades com conhecimento das diferentes modalidades de equipamentos e técnicas e, no terceiro ano, há a ênfase no desenvolvimento das mais diversas modalidades de diagnóstico por imagem, suas aplicabilidades, formulação do diagnóstico e seus diferenciais, acompanhamento evolutivo e terapêutico e radiologia intervencionista.
Os residentes em Radiologia e Diagnóstico por Imagem na Unifesp terão acesso estudos teóricos e vivências práticas oferecidos por aquela que é considerada atualmente uma das instituições mais tradicionais do estado, a Escola Paulista de Medicina (EPM), além de atuar no Hospital São Paulo, o maior hospital universitário do país, e realizar procedimentos técnicos variados com preceptores experientes e altamente qualificados.
Se você tem boa comunicação e gosta de interação com colegas de outras especialidades, adora inovações tecnológicas e manipular equipamentos de ponta, esse pode ser o seu caminho para a realização do sonho de cursar uma residência médica na Unifesp!
Nós, da Medway, estamos aqui para ajudar você a fazer sua melhor escolha nessa jornada! Aproveite e dê uma olhada aqui no e-book que a gente fez com 20 questões de Cirurgia que já caíram na prova teórica de residência médica da Unifesp nos últimos anos. Também não deixe de conferir o artigo que já publicamos aqui no blog com tudo o que você precisa saber sobre a prova de residência médica da Unifesp. Temos, ainda, um Guia com os seis assuntos que mais caíram nas provas dos últimos 5 anos.
Agora, direto ao ponto: confira nossa entrevista recheada de impressões pessoais e informações relevantes com a Raquel, que é R2, e a Gabriela, que é R3 da residência em Radiologia na Unifesp – rolou até Inteligência Artificial no meio!
Raquel: Temos vários bons estágios e essa é uma pergunta com resposta variável a depender do ano de residência. Alguns estágios são mais proveitosos no R1, no R2 e outros no R3.
O estágio que eu mais gosto e que acho que mais agrega, de maneira geral, nos 3 anos de residência é o estágio de ultrassom. O volume e diversidade de casos é enorme. É possível revisitar os conceitos e o conhecimento vai ficando mais sólido com o passar do tempo. É o que eu mais gosto porque é o mais diverso, de maior contato interpessoal e é possível perceber a evolução de maneira bem clara.
Gabriela: O melhor estágio é o da rotina (ultrassonografia) onde aprendemos a manusear o aparelho de ultrassom, a fazer diversos tipos de exames tanto os ambulatoriais (ex.: mama, tireoide) como os de pronto-socorro (ex.: Doppler de membros inferiores) e temos uma boa base da ampla gama de diagnósticos que podem ser feitos por meio do estudo da imagem de ultrassonografia.
Raquel: Ah! vários! Seria injusto citar só um. Temos vários chefes que servem de exemplo e inspiração mesmo; chefes que gostam de medicina, que se preocupam e se envolvem no cuidado com o doente, mesmo que não estejamos na linha de frente; e também que têm muito compromisso com o nosso processo de aprendizado.
Gabriela: Sim, vários, são assistentes solícitos e comprometidos com o ensino, que conseguem transmitir mais do que o conteúdo e sim qual a melhor forma de fazer um raciocínio radiológico com base na clínica e nos achados de imagem, que te estimulam a ser sempre melhor e entendem que o erro faz parte do processo de aprendizado.
Raquel: Nossa distribuição de rodízios se dá por áreas de estudo e não por métodos de imagem como ocorre em algumas outras residências. Temos rodízios de tórax, abdome, neurorradiologia, musculoesquelético, mama, cabeça e pescoço, radiologia pediátrica, pronto socorro, radiologia intervencionista, dentre outros.
Gabriela: Nos estágios de ultrassonografia passamos na ultrassonografia geral, Doppler e musculoesquelético. Na radiografia, tomografia e ressonância, passamos pelos diversos setores do corpo que incluem neuro, cabeça e pescoço, tórax, abdome, musculoesquelético e mama, além de um estágio só de exames de pronto socorro, todos esses tanto no adulto como na pediatria.
Também temos estágio da radiologia intervencionista que inclui procedimentos que visam tanto diagnóstico (ex.: biópsias) como tratamento (ex.: ablação) e um estágio de gestão voltado pra parte empresarial.
Raquel: É sim possível, bastante comum, e o nosso departamento oferece bolsas para estágios fora do país e ajuda de custo a alguns residentes todos os anos. A escolha é baseada em alguns critérios pré-definidos/mérito do residente durante os anos de especialização. O mês de estágio eletivo acontece no R3.
Gabriela: Existe 1 mês de estágio eletivo no R3, que pode ser feito na própria Unifesp ou em serviço externo tanto no Brasil como em outro país. Atualmente, os 3 residentes com notas mais altas ganham um estágio com tudo pago na Universidade da Pensilvânia, além disso, o residente com interesse em radiologia intervencionista tem acesso a um estágio na Universidade de Harvard.
Raquel: Sim, em geral, a carga horária de estágio é respeitada. Durante os 3 anos de residência temos escalas de plantões noturnos durante a semana e de fim de semana para cobrir. A mesma carga horária de plantão acontece nos 3 anos de residência, ou seja, o R3 não dá mais plantão que o R2, que por sua vez não dá mais plantão que R1.
As funções de cada residente nesses plantões é que variam conforme o ano em que está cursando. Há períodos de pós-plantão que são respeitados.
Gabriela: Existe sim o respeito às 60 horas semanais. Temos por ano cerca de 42 plantões que incluem plantões noturnos e de final de semana e feriados. Nas noites de domingo à quinta, o plantão noturno vai das 18 às 8h, com 6 horas de pós plantão. No final de semana, um residente ficará de plantão sexta à noite (12h) e domingo durante o dia (12h) e outro ficará no sábado (24h). Todos os plantões são dados por um R1, um R2 e um R3, junto de um chefe responsável.
Raquel: Nota 10! Aulas diárias de 1h pela manhã, alguns dias da semana mais de uma por dia. As aulas são divididas também por área de estudo, como a divisão dos rodízios. Reuniões clínicas com discussões de caso disponíveis e abertas à nossa participação.
Gabriela: Nota 10! Temos aulas todos os dias pela manhã das 7 às 8h e às 13h de terça à quinta, sendo cada hora de aula dada por alguma subespecialidade que citei anteriormente, além de alguns estágios possuem sua própria reunião semanal. Então, você assiste à aula de todos os conteúdos, mesmo que você não esteja passando naquele estágio naquele momento. As reuniões incluem: aulas teóricas, apresentação de artigos tanto de revisão quanto de atualização e reuniões de discussão de casos clínicos.
Raquel e Gabriela: Nota 5.
Raquel: Instituição grande, forte e respeitada. Boa base teórica, volume e diversidade de casos inacreditável. Hospital terciário porta aberta. Chefes muito capacitados e com experiência diversa. Contato grande com outras especialidades. Colegas legais!
Gabriela: Ela tem uma boa base teórica e na maioria dos estágios você consegue se dedicar à parte prática com tempo ainda para estudar. Há muitos chefes que são referência nacional na sua área. Temos os mais diversos tipos de casos no nosso dia a dia, casos raros acabam se tornando comuns no nosso serviço. Há uma carga muito alta de exames interessantes que são importantes para a formação, além de ser uma residência que te encaminha para serviços de referência na cidade nos principais centros de diagnóstico por imagem.
Raquel: Nenhuma residência é perfeita, então sempre há espaço para ajustes e melhorias. Algumas já foram realizadas desde que eu entrei na residência. O importante é que há espaço para críticas. Estamos no caminho certo.
Gabriela: Como todos os serviços públicos, temos problemas como falta de material, por exemplo, falta de contraste no serviço ou algum aparelho que quebra e a manutenção demora; ou alguns chefes que não cumprem a sua carga horária corretamente e acabamos ficando descobertos ou sem ter o suporte adequado para o ensino naquele estágio.
Raquel: Há seleção para moradia, mas não sei informar bem sobre isso. O refeitório é aberto e vários residentes e outros funcionários se alimentam nele. A comida é honesta. Temos uma associação de residentes de todas as especialidades que tem uma sede em frente ao hospital. A gente pode se associar, tomar café juntos, passar um tempo depois do almoço e até lanchar a tarde. É um espaço de convivência bastante saudável. É legal também que existem programas de suporte psicológico disponíveis para os que sentirem necessidade.
Gabriela: Existe almoço e jantar disponibilizado no refeitório do hospital caso o residente deseje e existe um processo seletivo para a moradia – em um prédio que fica próximo ao hospital – baseado em critérios socioeconômicos e se você estudou em instituições públicas ou privadas.
Raquel: Eu pretendo voltar sim. Conheço pessoas que já voltaram e acho que essa é uma questão para um pouco mais para frente.
O meu foco sempre foi ter a melhor formação que eu pudesse ter. Viver a experiência da residência médica fora da minha cidade, longe da zona de conforto, é um desafio e uma oportunidade de crescimento pessoal pra mim; vai além da oportunidade profissional que também é enorme. Conhecer outros serviços, outras pessoas, outras maneiras de pensar medicina.
Acredito que os bons profissionais, que fazem a diferença, sempre terão espaço ainda que com um pouco mais de dificuldade no momento de se inserir em um mercado distinto daquele do local onde fez residência.
Gabriela: No meu caso, eu não sou de São Paulo e não pretendo voltar para o meu estado, a Paraíba. Eu sei que existem lá oportunidades de trabalho para o setor de Radiologia, porém com pagamentos menores do que aqui em São Paulo. Muitos dos que voltam já possuem alguma empresa ou pretendem empreender no estado.
Raquel: Acho que, só para finalizar, queria dar uma noção geral e resumida de que o nosso serviço é um serviço forte e de excelência. Há sim muito o que melhorar, sem dúvidas. Mas eu escolheria estar aqui outra vez. Eu não tinha essa noção e essas informações quando eu prestei prova de residência. Não conhecia ninguém que pudesse me dar referências reais e ouvia coisas sobre o serviço que não eram verdade. Enfim, espero ter ajudado alguém!
Gabriela: Queria falar sobre a questão da inteligência artificial que muito se fala no meio da Radiologia. Temos algumas aulas sobre isso durante o ano, mas a grosso modo o que se fala é que o radiologista não deve ter medo da IA e, sim, se aliar a ela. Temos uma área com muito contato com a tecnologia e que sempre está se transformando. A radiologia é uma área em que o médico precisa estar sempre aberto às transformações.
E aí? Curtiu? Já está pronto para a prova de residência médica da Unifesp? Se não, ainda dá tempo de se preparar e nós podemos te ajudar com isso! Sabia que nosso canal do YouTube tem vídeo novo toda segunda e sexta-feira? Isso mesmo! Toda semana publicamos duas aulas sobre temas importantes que caem nas principais provas de residência médica de São Paulo.
Nesse vídeo aqui, por exemplo, o Marcos fala de um tema super importante que cai em Ginecologia e Obstetrícia na prova de residência médica da Unifesp:
E se você ainda não está muito seguro se está escolhendo a especialidade ou a instituição certa para fazer sua residência médica, fique tranquilo! Aqui no blog, vamos trazer mais artigos sobre outros programas de residência médica. Quer saber de algum em especial? Então, deixe aqui nos comentários!
Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor