Você já se perguntou como é dar plantão médico em São Paulo? A cidade de São Paulo é um destino muito comum para pessoas do interior do estado e mesmo de outras regiões. A grande quantidade de instituições de ensino e oportunidades de emprego (no setor público ou privado) justificam em parte esse movimento. E isso não é diferente para os médicos. Por isso, muitos desejam entender melhor como é dar plantão médico em São Paulo — e é isso que vamos abordar aqui hoje.
Afinal, para quem está chegando na cidade, é fácil conseguir plantões? Como encontrar essas oportunidades? A quem recorrer? Bom, é tudo isso que nós esperamos responder para você neste artigo. E pra ajudar, o José Roberto de Oliveira, professor da Medway e plantonista em São Paulo, também veio nos explicar um pouco sobre alguns detalhes. Então, sem mais delongas, bora lá!
São Paulo é uma cidade gigante. Segundo o IBGE, a população estimada da cidade em 2020 é de 12.325.232 habitantes, com uma área de 1.521,110 km². É claro que, para atender toda essa demanda populacional, é necessário uma grande estrutura de serviço à saúde. Para você ter ideia, dados apontam que em 2018 eram 464 as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) na cidade. No mesmo período, foram contabilizados 29.018 leitos hospitalares.
Tudo isso para dizer que, no fim das contas, é preciso ter pessoas qualificadas para atender toda essa demanda, especialmente da área de saúde. É aí que entra o plantão médico, já que esse profissional é fundamental para oferecer o pronto-atendimento a pacientes novos e internados.
Mas, será que só é possível dar plantão em São Paulo no pronto-socorro? Afinal, quando paramos para pensar, quantos outros locais não demandam um médico disponível o tempo todo para lidar com eventuais acidentes ou prestar socorro imediato? Fica por aí que a gente já te responde isso!
Já vamos pular qualquer rodeio e responder: sim, existem outras possibilidades! O pronto-socorro está longe de ser a única opção para um médico fazer plantão. Na verdade, as opções vão do serviço público ao privado, em instituições de saúde ou não. Dá uma olhada em algumas das oportunidades que o José listou pra gente:
Realmente, é muita coisa, né? O mais interessante é que essa variedade toda abre várias possibilidades para o médico se inserir no mercado, considerando particularidades de experiência, nível de formação e disponibilidade de cada médico. Inclusive, isso pode ajudar a responder uma outra pergunta: a residência faz diferença para entrar no plantão? Fica aí que a gente te explica!
Você pode estar planejando começar uma residência em São Paulo e por isso chegou neste artigo. Afinal, até ingressar no programa de especialização — ou mesmo quando estiver dentro dele — é necessário continuar pagando as contas. Mas não precisa se preocupar tanto: existem várias possibilidades para quem está nessa situação. Olha o que o José contou pra gente:
“Em geral não é cobrado (ainda) a residência médica nas seguintes atividades: UBS, shoppings, eventos, remoções e medicina do trabalho. Em alguns lugares é preferível ter residência (pelo menos estar no primeiro ano) para dar plantão em enfermarias e PS/UTI”.
Mais tranquilo? Então podemos falar um pouco mais. Ainda que existam boas oportunidades para quem ainda não possui uma residência, existem algumas possibilidades de plantão médico em São Paulo nas quais ela é mais que bem-vinda. Segundo o José, quanto maior a complexidade do hospital, ou em alguns serviços privados, a tendência é que prefiram por alguém que esteja no 2º ano da residência ou que já tenha concluído a especialização. Tudo isso para plantões em PS (porta de hospital ou emergência) e UTI.
A tendência, contudo, pode não ser essa para sempre. O nosso entrevistado fez um adendo muito importante para quem visa os plantões médicos. Dá uma olhada
“No momento existem diversos hospitais que aceitam não ter residência, mas a tendência é que exista muita mão de obra médica não qualificada e a residência acabará sendo o pré-requisito para trabalhar em hospitais”.
Quando estamos na graduação, cada vez mais nos aproximamos de colegas que já são plantonistas: sejam veteranos ou residentes que encontramos no internato. Pouco a pouco, a gente vai entendendo melhor como funciona para começar essa jornada. Ainda assim, muitas vezes nos sentimos um pouco desamparados sobre como chegar às instituições que precisam desse serviço. Então, segue aqui que a gente te explica melhor!
Certamente, essa é a maneira mais comum de encontrar plantões médicos. Um colega que indica outro, um amigo que cobre um plantão devido a algum imprevisto. São diversas as situações em que contatos vão ajudar a encontrar bons plantões, como o José falou pra gente:
“Em geral, ao se formar o médico acaba trocando contatos e informações com os veteranos da sua faculdade, amigos do cursinho ou da própria turma de formados para iniciar no mercado de trabalho. Às vezes existe a opção de trabalhar num serviço médico onde já estagiou e fez contatos por lá também”.
Agora, para alguns essa talvez não seja a opção mais viável. Se você acabou de chegar na cidade, por exemplo, vai ser difícil contar com aqueles contatos que fez durante a graduação para achar seus plantões. Somado a isso, ainda tem o fato de estar em um local desconhecido e, eventualmente, não conhecer tão bem as instituições onde pode atuar.
Nesses casos, as saídas podem estar em plataformas que vêm se tornando bem comuns para divulgar e encontrar plantões: as redes sociais.
Aqui, não tem jeito: o WhatsApp é o queridinho. Especialmente quando falamos de cidades maiores, é cada vez mais comum que existam grupos destinados a esse propósito. Mas calma! Eu sei, você já deve estar com uma pulga atrás da orelha: “como eu vou saber se esse grupo é confiável?”
A verdade é que isso não depende tanto do grupo em si, mas sim das empresas que estão buscando o plantonista. Sobre isso, o José deu uma bela dica. Olha só:
“Muito cuidado, pois existem muitas empresas que não pagam os médicos, sendo recomendado sempre perguntar para quem já prestou serviços para aquela empresa se existe algum problema no pagamento. Existem empresas que são famosas por não pagarem os médicos, procure se informar sempre antes de dar o plantão”.
Em uma rápida consulta na internet você pode encontrar uma série de aplicativos destinados a conectar médicos e empresas que buscam por plantonistas. Contudo, eles não funcionam exatamente como um grande cardápio onde você encontra todas as instituições que deseja e escolhe qualquer lugar possível para trabalhar.
O que acontece, na verdade, é que essas ferramentas geralmente estão associadas a hospitais específicos. O José nos explicou que, em geral, o que se vê são alguns hospitais específicos que utilizam aplicativos específicos para viabilizar a conexão com os possíveis plantonistas. Mas o nosso entrevistado já adianta que esse movimento ainda é bastante incipiente em São Paulo.
Essa é uma questão que com certeza você deverá prestar atenção quando estiver procurando por plantões em São Paulo. Afinal, você conseguirá fazê-los apenas como Pessoa Física ou precisará abrir uma Pessoa Jurídica (PJ)? Bom, nós vamos explicar pra você aqui. Fica de olho!
Antes de mais nada, vamos relembrar um pouco da diferença entre essas duas modalidades. Quando você é contratado como Pessoa Física, significa que está formalizando um acordo entre seu próprio CPF e a instituição, como em tradicionais contratações CLT. Já no caso de uma Pessoa Jurídica, o acordo é feito entre empresa e instituição.
Você pode estar se perguntando: “como assim, uma empresa”? Bom, como médico você pode abrir uma empresa de serviços médicos. Naturalmente, você estará sujeito às tributações da modalidade de empreendimento que abrir.
E esse é um aspecto que deve ser levado em consideração: os impostos. Normalmente, as taxas que recaem sobre uma empresa de serviços médicos tendem a ser menores do que as que uma Pessoa Física pagaria. Entretanto, é preciso colocar isso na ponta do lápis. Gastos com contadores e anuidades do conselho regional de medicina do seu estado podem deixar esses valores mais próximos.
Para sanar bem essa dúvida, o José sintetizou qual é o cenário para os médicos que visam o plantão atualmente:
“Na maioria das vezes é preferível que o médico abra uma PJ (geralmente em 2 ou 3 pessoas, para dividir os custos de abertura e manutenção), para prestar o serviço com uma menor taxa de imposto retido. Existem também as empresas que te convidam para ser “sócio” e assim você presta o serviço (plantão) e na hora de declarar o imposto, ele já foi retido na fonte (o dinheiro vem para a sua conta limpo, porém você geralmente ganha menos que se fosse por PJ). Raridade nos dias de hoje você conseguir um emprego com vínculo CLT, a não ser que seja em UBSs ou hospitais públicos — a maioria já está indo no sentido da ‘pejotização’”.
Como você acabou de ver, é cada vez mais comum que os médicos plantonistas trabalhem por meio de uma PJ. Nesses casos é mais difícil definir as particularidades do recebimento do salário, já que os acordos podem variar. O importante aqui é sempre ficar atento ao combinado e procurar saber se a instituição tem uma boa credibilidade.
O que podemos adiantar, entretanto, são algumas das maneiras que o contrato pode ser firmado em relação às horas de trabalho. Segundo o José funciona mais ou menos assim:
“O médico recebe um valor fixo por plantão de 12h, se for trabalhar em remoções, eventos ou shopping acaba trabalhando por um valor combinado previamente. Se for com vínculo em UBS, por exemplo, acaba tendo um valor fixo para 20h, 30h ou 40h semanais. O contrato, se houver, vale pelo período todo que o médico presta o serviço”
Vale lembrar do que dissemos anteriormente: a tendência é de uma diminuição nos vínculos por CLT. Normalmente, nessa modalidade de contrato o pagamento ocorre no quinto dia útil do mês. Agora, nos demais vínculos — cada vez mais comuns — não há uma regra. Em alguns casos o médico pode receber a remuneração apenas de 60 a 90 dias passados do plantão, por exemplo.
A gente sabe que, se você chegou até aqui, deve estar morrendo de curiosidade para saber quanto ganha um médico plantonista em São Paulo. E a gente vai te dar essa resposta! Mas é sempre bom lembrar: nenhum desses valores é definitivo e muitos aspectos entram em jogo na hora de definir uma quantia, como experiência, nível de especialização e demanda.
O José contou pra gente que isso vai variar de acordo com 3 fatores: serviço (PS/UTI ou UBS), setor (privado ou público) e complexidade (shopping ou UTI). Levando isso em conta, ele explica que, no geral, o valor médio para um plantão de 12h na cidade é de R$1.200. As variações podem ocorrer com locais oferecendo de R$900 a R$1.000 e serviços privados que podem ofertar de R$2.000 a R$2.200.
Talvez esse seja um dos grandes motivos que gera curiosidade naqueles que querem saber como é o plantão médico em São Paulo. Afinal, com a grande quantidade de instituições renomadas, a cidade é um alvo para muitos médicos em busca da especialização. E aí fica a dúvida: vale a pena dar plantão durante a residência?.
Infelizmente, a resposta para essa pergunta não é muito objetiva. Ao escolher São Paulo como a sua próxima casa, existem vários fatores a se considerar — e eles são os mesmos quando falamos sobre a decisão de fazer ou não o plantão.
Primeiramente, é preciso levar em conta as próprias particularidades da residência que você está prestando. A carga horária do programa, a quantidade de plantões, o volume de conteúdo teórico e a necessidade de produção acadêmica são aspectos a se levar em conta. Você deve ser capaz de honrar os compromissos da sua especialização e do plantão com foco e dedicação. A dica aqui é esperar um pouco, sentir o ritmo da residência e conversar com seus R+ para entender melhor o que fazer.
Agora, essa pode não ser a realidade para todos. Muitas pessoas precisam de uma renda para inteirar a bolsa de residência. E aí as coisas ficam bem mais difíceis. São Paulo é uma cidade com um alto custo de vida e o planejamento financeiro vai ser fundamental para a sua decisão. O que nós podemos falar é que, na hora de escolher sua residência, comece as suas pesquisas.
Procure pelos valores de alimentação e aluguel nos locais próximos aos hospitais em que você rodará. Avalie também locais mais distantes e calcule o tempo e o valor que você gastaria com transporte público para acessar os hospitais que precisa. O importante é colocar tudo na ponta do lápis para tomar a decisão!
E se você deseja fazer plantões para melhorar a sua qualidade de vida, não tem nenhum problema nisso! Agora, é importante ficar atento para que o tiro não saia pela culatra. Muito cuidado para que sua rotina não se torne extremamente estressante e comece a afetar seu desempenho e sua vida pessoal. Saúde mental também deve ser levada em consideração!
Bom, você já se decidiu e conseguiu encontrar seus primeiros plantões. E agora?
Agora é hora de colocar a mão na massa! Mas é claro que a insegurança sempre bate. Por isso, a gente trouxe pra você algumas dicas para tirar de letra o primeiro plantão médico em São Paulo. E melhor ainda: elas são só algumas das dezenas de informações que você consegue encontrar gratuitamente no nosso e-book “O que você precisa saber antes de dar plantão em um lugar novo”. Fica de olho!
Ao decidir fazer plantões, leve em consideração se está preparado para isso. Você consegue tocar uma para sozinho, intubar um paciente ou passar um central? Essas são só algumas das técnicas que você vai ter que dominar para entrar para o plantão.
São Paulo é uma grande cidade, por isso, a realidade dos hospitais será muito diferente em diferentes regiões e contextos. No hospital em questão, existe uma UTI? Você terá exames disponíveis? Além disso, saber se o hospital atende GO ou Ped, por exemplo, é importantíssimo. Se você não se sente capacitado para atender esse tipo de área é melhor tomar cuidado.
Como falamos anteriormente, é muito importante conhecer a “fama” da instituição que você está prestes a fazer plantão. Antes de fechar qualquer coisa, leve em conta quanto esse local paga, quando ele paga e, mais importante ainda, se ele paga. O cumprimento dos compromissos em relação à carga horária também são importantes.
Como já ficou bem evidente nesse texto, a tendência é que a residência seja cada vez mais necessária para fazermos plantões médicos. Fora isso, o plantão é, em muitos casos, a fonte de renda para quem já está fazendo uma especialização. Então, não vai deixar isso de lado.
Como já dissemos, você pode chegar bem melhor preparado para os seus plantões e tirar ainda mais dúvidas com o nosso e-book O que você precisa saber antes de dar plantão em um lugar novo. E se quiser emendar na leitura de conteúdos ricos gratuitos, na Academia Medway tem muito mais coisa pra você!
E aí, bora lá?
Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor