Como é a residência em Dermatologia na USP

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Muito além da parte estética, a Dermatologia é uma área cheia de desafios e ótimas possibilidades. Para encarar o cotidiano da melhor maneira, uma das possibilidades é a residência em Dermatologia na USP

A residência conta com três anos principais e a possibilidade de R4 para aprofundar os conhecimentos cosméticos e estéticos. Se você deseja se tornar um médico dermatologista e tem a USP como principal objetivo, confira este artigo, que contou com a contribuição de dois residentes da instituição, o Ricardo e o Ésio.

Como são os estágios de residência em Dermatologia na USP?

Boa parte das atividades da residência em Dermatologia da USP acontecem no Hospital das Clínicas. No setor de casos novos, o residente atende aos pacientes matriculados recentemente na Dermatologia do HC. 

O residente realiza o exame dermatológico completo do corpo e conduz o paciente a uma checagem com o assistente responsável do dia. A partir daí, ele aprende a fazer a descrição dermatológica, as hipóteses diagnósticas, a conduta e o tratamento para cada caso, além de determinar o seguimento.

Em um tempo de três meses seguidos, esse processo consiste em um grupo de residentes do primeiro ou do segundo ano (a grade está em transição) responsável por todos os casos novos do departamento. Assim, o aluno faz a primeira consulta, as hipóteses diagnósticas, sugere as condutas e fica responsável pelo caso até a estabilização ou a alta.

Em quais setores os residentes atuam durante o curso?

A residência de Dermatologia na instituição passou recentemente por uma mudança. Antes, o primeiro ano era de Clínica, e os dois últimos de Dermatologia. Agora, os três anos são de Dermatologia.

No R1, geralmente, são de dois a três meses de enfermaria, três meses de casos novos, um mês de micologia, dois meses de geriatria e dois meses de atendimento a pacientes de cirurgia dermatológica (junto ao estágio de geriatria). É possível realizar alguns poucos procedimentos, além de passar por ambulatórios, incluindo DSTs.

Durante os três anos, os residentes atendem em ambulatórios gerais de Dermatologia (como o de casos novos, já citado, o ambulatório geral e o de triagem). Também atendem em ambulatórios específicos, como psoríase, doenças bolhosas autoimunes e pediatria.

Existem estágios eletivos na residência

De acordo com os residentes Ricardo e Ésio, ambos alunos da universidade de São Paulo, os assistentes do HC-FMUSP são mundialmente reconhecidos e têm contatos que viabilizam estágios fora do país, que devem ser feitos nas férias.

Qual é a carga máxima de plantão na residência?

Na semana, os plantões começam às 17h (após o expediente dos ambulatórios) e terminam às 7h do dia seguinte (antes dos ambulatórios iniciarem). O residente deve trabalhar normalmente no dia seguinte (não há pós-plantão).

Segundo Ésio, os plantões são tranquilos, servindo para atender às intercorrências dos pacientes internados (são 16 leitos de enfermaria com alguns pacientes graves). Nos finais de semana, os plantões são de 24h. Em média, são em torno de 40 plantões no ano, entre semana e final de semana.

A enfermaria de Dermatologia tem 18 leitos e é de responsabilidade dos residentes da Dermatologia. Com isso, os residentes do R1 e R2 se dividem para cobrir os plantões noturnos durante a semana de 24h nos finais de semana e feriados. Não há pós ou pré-plantão.

Como é a parte teórica da residência?

Durante a residência médica em Dermatologia, há aulas praticamente todos os dias, em geral, após o ambulatório, mas, por vezes, antes do almoço também. Em algumas ocasiões, as aulas são apresentadas pelos assistentes. Outras vezes são seminários apresentados pelos residentes.

Todas as quintas-feiras, existe a reunião geral, na qual são discutidos os casos mais difíceis, com todos os dermatologistas do departamento e patologistas. Existem outras reuniões ao longo da semana, como a reunião de dermatoscopia, linfomas, interconsulta, etc. Entretanto, o programa teórico é passível de mudança a cada ano.

Vantagens de fazer residência em Dermatologia na USP

O HC é um hospital referência para o país inteiro, com casos praticamente encontrados apenas lá, além da disponibilidade de recursos humanos, diagnósticos e terapêuticos. Com certeza, fazer residência em Dermatologia na USP torna o profissional diferenciado em relação aos demais.

Também é uma das residências de Dermatologia mais “puxadas” em termos de carga horária e demanda de estudo por parte dos assistentes. Porém, você vai sair um profissional muito bem qualificado para atuar no mercado de trabalho, do ponto de vista de doenças dermatológicas.

Para Ricardo, o principal motivo para isso é o volume de casos que o serviço recebe e o número de casos complexos vistos. Em Dermatologia na USP, por mais que os residentes estudem por meio dos livros, é possível obter um aprendizado mais eficaz por meio da apresentação de casos com fotos.

Além disso, o residente afirma que os alunos saem com boa noção da prática cirúrgica e acadêmica. O departamento também estimula a educação continuada, oferecendo complementações em subdivisões da Dermatologia, o que é um diferencial em um mercado já bem saturado.

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JoanaRezende

Joana Rezende

Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina. Siga no Instagram: @jodamedway