Como fazer o fluxo de caixa para consultórios médicos

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Assim como um bom diagnóstico é essencial para a recuperação do paciente, o controle financeiro eficaz é necessário para garantir o crescimento e a sustentabilidade de um negócio na área da saúde. Nesse sentido, o fluxo de caixa para consultórios médicos se destaca como uma das ferramentas mais poderosas para ajudar médicos e gestores a manterem suas clínicas funcionando de forma saudável.

Leia o artigo que segue e veja como realizar essa gestão de forma prática e eficaz, garantindo que seu consultório tenha sempre recursos disponíveis para crescer e se manter estável!

O que é fluxo de caixa? 

O fluxo de caixa é uma ferramenta financeira muito importante para a gestão de qualquer negócio, incluindo consultórios médicos. Ele consiste no registro cuidadoso das entradas e saídas de dinheiro em um determinado período, promovendo uma visão clara e organizada das finanças.

A partir dele, é possível compreender a saúde financeira do consultório, planejar investimentos e tomar decisões informadas. No contexto médico, o fluxo de caixa para consultórios médicos é necessário para garantir que os consultórios mantenham a sustentabilidade e possam expandir suas atividades de maneira controlada.

Fluxo de caixa operacional 

O fluxo de caixa operacional envolve todas as movimentações financeiras diárias associadas à operação principal do consultório, o que abrange os pagamentos de salários dos colaboradores, as compras de insumos médicos, as contas de luz, água e aluguel e outras despesas indispensáveis para o funcionamento do estabelecimento.

É por meio desse fluxo que se analisa se as atividades principais estão gerando lucro ou se é necessário ajustar as operações para equilibrar as receitas e despesas.

Fluxo de caixa de investimento 

O fluxo de caixa de investimento se refere às transações destinadas ao crescimento e às melhorias no consultório: compra de novos equipamentos médicos, reformas na infraestrutura, capacitação de profissionais e aquisição de tecnologias.

Monitorar o fluxo de caixa para consultórios ajuda a entender o retorno sobre os investimentos e saber se o capital está sendo aplicado de forma eficiente para expandir as atividades do negócio.

Fluxo de caixa de financiamento

Esse tipo de fluxo de caixa envolve operações relacionadas ao financiamento de longo prazo do estabelecimento, como obtenção de empréstimos, aportes de capital ou pagamento de dívidas e juros.

Ele reproduz as estratégias de financiamento adotadas e como essas movimentações afetam o caixa do consultório. A análise desse fluxo é relevante para que o consultório não tenha problemas com endividamento e possa administrar suas obrigações financeiras saudavelmente.

Fluxo de caixa livre 

O fluxo de caixa livre representa o valor de dinheiro que sobra após a dedução das despesas operacionais e dos investimentos.

Ele demonstra a capacidade do consultório de gerar caixa que pode ser utilizado para novos investimentos, distribuição de lucros ou formação de reservas.

Um fluxo de caixa para consultórios livre e positivo indica que o consultório está em boa situação financeira, enquanto um fluxo negativo pode representar a necessidade de adequações financeiras.

Para que serve o fluxo de caixa de consultórios médicos? 

O fluxo de caixa é uma ferramenta que permite uma visão completa sobre as finanças da empresa. Sua função principal é registrar todas as entradas (receitas) e saídas (despesas) em um determinado período, possibilitando o controle eficiente da movimentação de dinheiro.

No contexto de dicos, as entradas incluem pagamentos de consultas, tratamentos e repasses de convênios, enquanto as saídas envolvem custos fixos, como aluguel, salários e insumos.

Um dos maiores benefícios dessa ferramenta é a capacidade de proporcionar previsibilidade financeira. Ao acompanhar o fluxo de caixa, o gestor pode identificar períodos de alta e baixa receita, preparar-se para sazonalidades e garantir que sempre haverá liquidez suficiente para cobrir as obrigações financeiras, como salários de funcionários e reposição de materiais.

O fluxo de caixa permite que decisões estratégicas, como novos investimentos ou expansão do consultório, sejam tomadas com base em dados financeiros efetivos, reduzindo riscos.

Qual é a importância dessa ferramenta?

A importância do fluxo de caixa ultrapassa o simples ato de registrar as movimentações financeiras. Ele é fundamental para assegurar a saúde financeira do consultório médico a médio e longo prazo.

Consultórios que não controlam adequadamente seu fluxo de caixa correm o risco de enfrentar problemas de liquidez, o que pode comprometer a continuidade do negócio, mesmo quando a clínica apresenta alta demanda de pacientes.

O fluxo de caixa permite ao gestor entender a rentabilidade real do consultório. Muitas vezes, altos volumes de atendimento podem mascarar problemas financeiros, como custos operacionais elevados ou baixa eficiência em determinadas áreas.

O fluxo de caixa para consultórios ajuda a identificar esses pontos críticos, oferecendo insights sobre onde fazer ajustes, seja renegociando contratos com fornecedores ou melhorando a alocação de recursos.

Finalmente, o fluxo de caixa também é uma ferramenta indispensável para o planejamento financeiro. Ele facilita a criação de projeções futuras, identificando a viabilidade de novos investimentos, como aquisição de equipamentos médicos ou ampliação de serviços.

Dessa forma, ele garante que o consultório mantenha um crescimento saudável e sustentável, baseado em dados financeiros concretos.

Como o fluxo de caixa funciona?

O fluxo de caixa é uma ferramenta financeira para gerenciamento de qualquer negócio, envolvendo consultórios e clínicas médicas.

Ele possibilita o controle das entradas e saídas de dinheiro em um determinado período, possibilitando ao gestor uma visão clara da saúde financeira do negócio.

Um fluxo de caixa para consultórios bem estruturado evita problemas como falta de liquidez, dificuldades para pagar fornecedores e inadimplência.

A seguir, vamos explorar como funcionam os três principais componentes de um fluxo de caixa: recebimentos, pagamentos e saldo.

Recebimentos

Os recebimentos correspondem a todas as entradas de dinheiro no consultório ou clínica. Essas entradas podem vir de diversas fontes, como o pagamento por consultas, exames, tratamentos e, em alguns casos, convênios médicos. Também é possível incluir receitas adicionais, como a venda de produtos de saúde ou cursos e palestras oferecidos pela clínica.

É relevante registrar todas as entradas de forma detalhada e organizada. Utilizar um software específico para clínicas médicas pode facilitar esse processo, garantindo que todas as receitas sejam monitoradas em tempo real.

Dessa forma, é possível prever períodos de maior ou menor entrada de dinheiro, o que ajuda a planejar melhor os recursos. Além disso, a organização dos recebimentos é crucial para identificar pacientes inadimplentes e tomar as devidas providências para evitar prejuízos financeiros.

Outra prática acentuada é diferenciar os recebimentos imediatos, como pagamentos à vista, daqueles a prazo, como os pagamentos feitos por convênios ou parcelamentos. Isso facilita o planejamento financeiro, pois permite que o gestor tenha uma visão clara das entradas futuras e ajuste suas despesas conforme a previsão de receita.

Pagamentos

Os pagamentos incluem todas as saídas de dinheiro do consultório ou clínica. Eles podem variar de despesas fixas, como aluguel, salários de funcionários e contas de água, luz e internet, até despesas variáveis, como a compra de materiais médicos, manutenção de equipamentos e investimentos em marketing.

Para manter o fluxo de caixa saudável, é essencial que todos os pagamentos sejam registrados no momento em que são realizados. Um erro comum entre gestores é postergar o registro de despesas, o que pode criar uma falsa sensação de liquidez.

Assim como nos recebimentos, categorizar os pagamentos ajuda a identificar quais são as principais despesas da clínica e onde podem ser feitos ajustes para otimizar o uso dos recursos. Por exemplo, ao analisar o fluxo de caixa, pode-se perceber que os gastos com materiais médicos estão muito altos e, a partir disso, negociar com fornecedores ou buscar alternativas mais econômicas.

Ainda é importante ficar atento às despesas sazonais, como o pagamento de 13º salário dos funcionários, que precisam ser planejadas com antecedência para não comprometer o caixa da clínica nesses períodos.

Saldo

O saldo final do fluxo de caixa para consultórios é a diferença entre os recebimentos e os pagamentos dentro de um período específico. Ele indica se a clínica está com um saldo positivo, ou seja, se está ganhando mais do que gastando, ou se há um saldo negativo, quando as despesas ultrapassam as receitas.

Manter um saldo positivo é necessário para a sustentabilidade financeira do negócio. Com um saldo positivo, o consultório ou a clínica pode investir em melhorias, contratar novos profissionais, adquirir equipamentos de ponta e até mesmo abrir novas unidades.

Por outro lado, um saldo negativo constante indica que algo está errado na gestão financeira e medidas precisam ser tomadas para reverter esse quadro.

O monitoramento frequente do saldo permite ajustes rápidos e eficazes. Por exemplo, se o saldo de um mês estiver baixo, o gestor pode adiar investimentos maiores, reduzir gastos ou até mesmo renegociar prazos com fornecedores para que o saldo não fique negativo nos meses seguintes.

Como o fluxo de caixa de um consultório médico deve ser feito?

Para fazer o fluxo de caixa com eficiência, é fundamental seguir alguns passos que garantem a organização e clareza das informações.

O primeiro passo é fazer um levantamento cuidadoso de todas as receitas e despesas da clínica, considerando os recebimentos por consultas e procedimentos, os convênios médicos, as vendas de produtos de saúde ou quaisquer outras fontes de renda.

Do lado das despesas, é preciso contabilizar desde os custos fixos, como aluguel e salários, até os custos variáveis, como compra de materiais médicos e investimentos em marketing.

Uma vez que todas essas informações estejam documentadas, o próximo passo é estabelecer um período para o controle, que pode ser diário, semanal ou mensal.

Utilizar ferramentas tecnológicas, como softwares específicos para a área da saúde, pode otimizar o processo de controle de fluxo de caixa. Esses sistemas ajudam a registrar de forma automática as movimentações financeiras e gerar relatórios claros e precisos.

Recomenda-se criar categorias específicas para as entradas e saídas de dinheiro para facilitar a análise e identificar onde estão os maiores gastos e quais são as fontes mais lucrativas de receita.

Outro ponto é prever as movimentações futuras, principalmente no que diz respeito a recebimentos parcelados e pagamentos sazonais, como o 13º salário de funcionários.

A previsão de caixa é fundamental para garantir que o consultório tenha sempre liquidez para honrar seus compromissos financeiros e possa planejar investimentos a médio e longo prazo.

Quais são os erros mais comuns e como evitá-los?

Apesar da importância do fluxo de caixa, muitos consultórios cometem erros na sua execução, o que pode comprometer a saúde financeira do negócio.

Um dos erros mais comuns é a falta de registro completo das movimentações financeiras. É adequado que todos os recebimentos e pagamentos sejam anotados imediatamente, para que o gestor tenha uma visão precisa da situação financeira.

Deixar de registrar pequenas despesas, como a compra de materiais de escritório, pode gerar uma falsa percepção de liquidez.

Outro erro recorrente é misturar as finanças pessoais com as do consultório. Isso é comum em clínicas de pequeno porte, onde o gestor também é o proprietário.

Para evitar esse problema, é recomendável que o gestor mantenha contas bancárias separadas e registre com transparência qualquer retirada feita para fins pessoais, considerando-as como distribuição de lucro.

A falta de planejamento financeiro, vale destacar, é um problema frequente. Muitos consultórios não fazem uma previsão de caixa adequada e acabam enfrentando dificuldades para arcar com despesas sazonais ou imprevistos.

Para evitar isso, é recomendável criar uma reserva financeira que possa ser usada em períodos de baixa ou para cobrir despesas inesperadas, como a manutenção de equipamentos.

O não acompanhamento do saldo de caixa regularmente pode ser um erro grave. O saldo deve ser monitorado constantemente, permitindo que o administrador realize adequações rápidas em caso de desequilíbrio entre receitas e despesas. Assim, é possível controlar problemas pequenos, evitando que se tornem grandes e difíceis de solucionar.

Agora você sabe como funciona o fluxo de caixa para consultórios médicos!

O fluxo de caixa para consultórios é uma ferramenta importante para a gestão financeira de estabelecimentos que prestam serviços de saúde.

Ele permite que o gestor tenha controle sobre todas as entradas e saídas de dinheiro, preveja transtornos financeiros e faça um planejamento adequado para o desenvolvimento do negócio.

Ao seguir as práticas recomendadas, como o registro de todas as transações, o uso de ferramentas tecnológicas e a criação de categorias específicas para os gastos, o fluxo de caixa para consultórios se torna uma poderosa ferramenta de controle e planejamento. Com essas orientações, é possível ter mais segurança para tomar decisões financeiras, assegurar a sustentabilidade do consultório e, principalmente, focar na qualidade do atendimento oferecido aos pacientes.

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AlexandreRemor

Alexandre Remor

Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor