A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é uma das instituições mais renomadas do país quando se trata de formar profissionais de saúde, especialmente na área médica. Porém, com o aumento das demandas sociais por maior inclusão social, a universidade decidiu, a partir de 2024, implementar políticas de cotas na residência médica.
A introdução dessas políticas visa corrigir desigualdades e promover maior diversidade entre os residentes. Para compreender como as cotas de residência médica vão funcionar no processo seletivo da Unifesp em 2025, é importante conhecer os detalhes divulgados pela instituição, os critérios para elegibilidade e as etapas do processo.
Confira o edital completo para mais informações sobre o processo de residência médica na Unifesp. Neste artigo, vamos explorar todas essas questões e fornecer uma visão clara sobre as mudanças que estão por vir. Não perca a oportunidade de se esclarecer: tire todas as suas dúvidas!
A partir do ciclo de seleção 2024/2025, a Unifesp adotará cotas de residência médica. Assim, 40% das vagas oferecidas em cada especialidade serão reservadas para candidatos que se enquadram em um dos dois grupos definidos pela política da instituição.
Esse movimento segue uma tendência já estabelecida em outras áreas de ensino e busca ampliar o acesso de grupos historicamente sub-representados nos programas de residência médica.
A proposta visa garantir que, mais do que apenas o mérito acadêmico, fatores sociais e históricos também sejam considerados na seleção de residentes.
As cotas na residência médica da Unifesp 2025 foram estabelecidas para atender a dois públicos específicos: as pessoas pretas, pardas e indígenas e as pessoas com deficiência. Veja mais informações sobre esses grupos:
A cota para pessoas pretas, pardas e indígenas representa 20% do total de vagas oferecidas. A autodeclaração é um dos principais critérios para que o candidato possa se inscrever nessa categoria.
Contudo, é importante ressaltar que a Unifesp, assim como outras instituições públicas, realiza um processo de verificação dessa autodeclaração.
Candidatos que optarem por concorrer a essas vagas devem atentar para os prazos e para a documentação necessária que comprove sua elegibilidade.
Esse sistema de cotas para PPI tem como objetivo corrigir desigualdades históricas, permitindo maior representatividade desses grupos no ambiente hospitalar e médico.
A segunda categoria de cotas destina-se às pessoas com deficiência (PCD), que também receberão 20% das vagas.
Conforme o edital da Unifesp, para concorrer a essas vagas, o candidato deve apresentar laudos médicos que confirmem sua condição de pessoa com deficiência.
O objetivo dessa cota é incluir profissionais com deficiência em uma área onde tradicionalmente há pouca representatividade.
A presença de médicos com deficiência pode contribuir para uma visão mais inclusiva e empática na prática da Medicina, refletindo uma sociedade mais diversa.
Para concorrer às vagas destinadas às cotas da Unifesp, os candidatos devem preencher alguns requisitos fundamentais.
Cada uma das categorias de cotas apresenta critérios de elegibilidade, que devem ser rigorosamente observados pelos inscritos. Veja quais são as condições:
Para concorrer às vagas destinadas a pessoas pretas, pardas ou indígenas, é necessário que o candidato faça uma autodeclaração no ato da inscrição.
Como já explicamos, a Unifesp pode solicitar a comprovação dessa autodeclaração por meio de uma comissão de heteroidentificação.
Os candidatos com deficiência devem apresentar um laudo médico atualizado que comprove a sua condição. A Unifesp seguirá as normas estabelecidas pela legislação vigente, que define os tipos de deficiências que permitem ao candidato concorrer nesta categoria.
O laudo precisa incluir informações específicas sobre a condição, como o diagnóstico, o tipo de deficiência, o grau de limitação e a data do laudo. O documento será analisado pela Unifesp para garantir que os candidatos atendam aos critérios estabelecidos.
As deficiências que podem concorrer às vagas reservadas para Pessoas com Deficiência (PCD) no processo seletivo de residência médica da Unifesp são definidas com base na legislação brasileira, especialmente pela Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) e pelo Decreto nº 3.298/1999.
Essas normativas estabelecem os tipos de deficiência que são consideradas elegíveis para políticas de ação afirmativa, como as cotas.
Caracteriza-se por alterações completas ou parciais de um ou mais segmentos do corpo humano, afetando a mobilidade ou a capacidade motora. Entre essas deficiências, estão:
Perda bilateral, parcial ou total, da audição, variando em graus que podem ir de leve a profundo. Conforme define o Decreto nº 5.626/2005, a deficiência auditiva é considerada quando a perda é de 41 decibéis (dB) ou mais.
Abrange tanto a cegueira completa quanto a baixa visão. A cegueira é caracterizada pela ausência total de visão, enquanto a baixa visão se refere a um comprometimento visual relevante que não pode ser corrigido adequadamente com o uso de óculos ou lentes de contato.
Definida pela limitação significativa no funcionamento intelectual e na adaptação social, surgindo antes dos 18 anos de idade. Afeta o raciocínio, a aprendizagem e a resolução de problemas de forma severa.
Envolve a combinação de duas ou mais deficiências, como a deficiência física associada à deficiência visual ou auditiva, por exemplo.
Além dos requisitos específicos de cada cota, os candidatos precisam atender a todos os critérios gerais exigidos para a inscrição no programa de residência médica, como a graduação em Medicina e o cumprimento das etapas de inscrição e seleção.
O processo seletivo para a residência médica na Unifesp, incluindo as vagas reservadas às cotas, seguirá as etapas tradicionais do programa, com algumas particularidades para os candidatos que competem pelas cotas:
A inscrição para o processo seletivo de residência médica da Unifesp 2025 será realizada online, por meio do site oficial da instituição.
Durante o processo de inscrição, os candidatos devem optar pela concorrência às vagas de cotas ou à ampla concorrência.
Os candidatos que optarem pelas cotas para residência médica na Unifesp deverão indicar se pertencem ao grupo PPI ou PCD.
Os candidatos que concorrerem às vagas reservadas deverão apresentar, no momento certo, a documentação que comprove sua elegibilidade:
O documento que comprova que determinado candidato pertence a uma das etnias definidas pela lei é a autodeclaração, mas pode ser necessária uma comissão verificadora:
No momento da inscrição, os candidatos que desejam concorrer às vagas PPI devem preencher e assinar um documento de autodeclaração, onde afirmam que se identificam como pretos, pardos ou indígenas, conforme critérios do instituto brasileiro de geografia e estatística (IBGE).
O conceito de “pardo” é usado para se referir a pessoas que apresentam mistura de ascendências (africana, europeia ou indígena).
Uma pessoa parda pode ter diferentes tons de pele, que variam de claro a escuro, devido à miscigenação entre diferentes grupos étnicos ao longo da história do Brasil.
Vale lembrar que o termo é bastante abrangente e refere-se mais a uma construção social e histórica do que a uma definição biológica exata.
A Unifesp irá realizar um processo de verificação da autodeclaração por meio de uma comissão de heteroidentificação.
Esse grupo avalia as características fenotípicas do candidato (como cor de pele, cabelo, traços físicos) para confirmar a declaração de identidade racial. A convocação para essa verificação ocorrerá antes da homologação do resultado final do processo seletivo.
No caso de candidatos que apresentam alguma deficiência, o documento mais importante é o laudo médico, mas outros podem se fazer necessários:
O documento principal para os candidatos da categoria PCD é o laudo médico atualizado, que deve conter os seguintes dados:
Dependendo da deficiência declarada, a Unifesp poderá solicitar exames adicionais que comprovem a condição (como audiometrias para deficiência auditiva ou exames oftalmológicos para deficiência visual).
Candidatos com deficiência que precisarem de adaptações durante o processo seletivo (como prova em braile, intérprete de Libras ou leitor de prova) devem indicar essas necessidades no ato da inscrição, acompanhadas de justificativas médicas que justifiquem a solicitação.
Além da comprovação dos critérios de elegibilidade, todos os candidatos, independentemente de estarem concorrendo por cotas na residência médica na Unifesp ou pela ampla concorrência, passarão por avaliações de conhecimento e desempenho.
Essas avaliações incluem provas teóricas e práticas, onde o conhecimento médico será testado de forma abrangente. A nota obtida nessas provas será utilizada na classificação final dos candidatos.
De acordo com o edital da Unifesp, 40% das vagas disponíveis nos programas de residência médica serão reservadas para os candidatos que se enquadrem nas categorias de cotas.
Essas vagas serão divididas igualmente entre os dois grupos:
Essa distribuição é aplicada em todas as especialidades de acesso direto oferecidas pela Unifesp. Assim, se um programa de Clínica Médica oferecer 10 vagas, 4 delas serão reservadas para cotas: 2 vagas para candidatos PPI e 2 para candidatos PCD.
Da mesma forma, na Cirurgia Geral, se houver 8 vagas disponíveis, 3 serão destinadas às cotas de residência médica, com 1 vaga para PPI e 2 para PCD (arredondando para cima quando necessário).
Outras especialidades como Pediatria, Psiquiatria e Ginecologia e Obstetrícia também seguirão esse mesmo critério, garantindo que 40% das vagas totais em cada uma sejam destinadas aos cotistas.
A Unifesp oferece uma série de especialidades de acesso direto, onde as cotas serão aplicadas. As especialidades de acesso direto são as seguintes, em ordem alfabética:
1. Anestesiologia;
2. Cirurgia Geral;
3. Clínica Médica;
4. Dermatologia;
5. Ginecologia e Obstetrícia;
6. Infectologia;
7. Medicina de Família e Comunidade;
8. Medicina Intensiva;
9. Medicina Preventiva e Social;
10. Neurologia;
11. Oftalmologia;
12. Ortopedia e Traumatologia;
13. Otorrinolaringologia;
14. Pediatria;
15. Psiquiatria;
16. Radiologia e Diagnóstico por Imagem.
Essas especialidades são de grande demanda e oferecem inúmeras oportunidades de desenvolvimento profissional. A reserva de vagas para as cotas se aplica a todas elas, assegurando a diversidade em diferentes áreas da Medicina.
O processo seletivo para a residência médica na Unifesp em 2025 seguirá um cronograma que envolve várias etapas, começando com a abertura das inscrições e culminando na classificação final dos candidatos. As inscrições acontecerão de 14 de setembro a 28 de outubro de 2024 (taxa de inscrição: R$ 663,51).
O processo seletivo de residência médica da Unifesp 2025 é dividido em três fases principais, conforme detalhado no edital:
Agora você já está por dentro de como funcionarão as cotas na residência médica na Unifesp! A partir de 2025, a instituição destinará 40% das vagas para cotistas, divididas igualmente entre PPI e pessoas com deficiência PCD.
As cotas na residência médica são ações afirmativas que buscam promover a inclusão no acesso à residência médica. E a Unifesp já faz parte das instituições que prezam pela equidade.
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Capixaba e flamenguista (praticante para ambos!). Nascido em 1991, formado em medicina pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória-ES. Especialista em medicina de família e comunidade pela USP-RP. Mestrado em políticas públicas e desenvolvimento local. Tentando salvar vidas, inclusive a própria, no consultório e nas salas de aula. Siga no Instagram: @pad.ilha
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