Fala, meu povo! Tudo bem com vocês? Hoje nossa conversa é sobre o eixo cardíaco, com foco no eletrocardiograma (ECG). Qual a importância disso? Bom, a partir do eixo cardíaco, podemos direcionar nossa investigação e avaliação dos nossos pacientes, chegando, assim, em diagnósticos mais assertivos!
Respira fundo e vamos juntos!
O ECG, para muitos estudantes e médicos, parece indecifrável, e isso acontece porque pulamos etapas durante o aprendizado. Aqui não faremos isso e vamos consolidar esse conhecimento!
Então, antes de falar do eixo cardíaco em si, observe alguns tópicos sobre o ECG:
Agora o que significa cada derivação? Quando falamos “DII”, por exemplo, o que vem a sua mente? Quero que você pense nas descrição a seguir como uma seta (que vai do polo negativo para o positivo):
Ok, vou deixar isso tudo mais visual!
Agora, olhe para cada uma das setas da imagem e volte nas descrições acima para fixar bem!
A imagem abaixo também vai ajudar.
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O eixo cardíaco representa o estímulo elétrico dos ventrículos, mais especificamente o vetor resultante final (ou seja, existem vários vetores enquanto o estímulo está indo do nodo AV até cada fibra de Purkinje nas extremidades – a “soma” deles vai gerar uma direção “principal”).
Para deixar mais claro: concorda que o estímulo elétrico vai tanto para o ventrículo esquerdo como para o direito, certo? Pois então, o vetor é para esquerda ou direita? Como, dentro da normalidade, o ventrículo esquerdo é maior, o vetor resultante também estará para a esquerda, pois ali tem mais massa, ou seja, mais estímulo.
Entendi, e o que seria o normal?
O eixo cardíaco é normal quando está entre -30° a +90°
Aqui vou te dar duas dicas e depois a forma mais “fidedigna” para determinar o eixo cardíaco quando olhamos para um ECG.
Mas antes disso, apenas um conceito para não ficar nenhum ponto sem nó. Quando for falado aqui que a derivação está “positiva”, significa que o estímulo elétrico está indo em sua direção e veremos, no ECG, um QRS positivo (R > S / “mais para cima do que para baixo”). Quando for “negativa”, o estímulo estará se afastando da derivação e o QRS estará negativo (S > R).
Observação: nos esquemas a seguir, o que estiver em preto será para onde está indo o estímulo elétrico.
Se o eixo cardíaco estiver entre 0° e +90° estará normal, é claro.
Para isso, olharemos para duas derivações: DI (0°) e aVF (+90°).
O eixo cardíaco está normal também quando entre 0° e -30° e identificamos isso com o esquema a seguir (mesmo raciocínio feito na dica 1):
Portanto:
DI positivo + aVF negativo + DII positivo = Eixo cardíaco normal (entre 0° e -30°)
Bom, o raciocínio feito até aqui segue o mesmo. Apenas uma informação adicional:
Se o QRS está isoelétrico (R ≈ S), o eixo cardíaco está na sua perpendicular (afinal, ele não está nem se aproximando e nem se afastando)
Portanto, imagine o seguinte cenário:
DI positivo / aVF positivo / DIII isoelétrico.
Se DI e aVF estão positivos, sabemos que o eixo cardíaco está entre 0° e +90°, portanto normal. Mas, indo além, se a derivação DIII (que está em +120°) está isoelétrica, o eixo estará na sua perpendicular, ou seja, em +30° ou em -150°.
Como sabemos que está entre 0° e +90°, então podemos afirmar que o eixo cardíaco, nesse caso, está próximo de +30°.
Observamos no ECG a seguinte apresentação:
Causas de desvio de eixo para esquerda:
Idosos / Obesos (variantes normais) | Hipertrofia ventricular esquerda |
Hemibloqueio anterior esquerdo | Bloqueio do ramo esquerdo |
IAM inferior | Taquicardia ventricular |
Hipercalemia | Enfisema |
Gravidez / Ascite / Tumor abdominal | Síndrome de WPW |
Ritmo de marcapasso | Cardiopatias congênitas |
Observamos no ECG a seguinte apresentação:
Causas de desvio de eixo para direita:
Crianças / Jovens magros (variantes normais) | Troca eletrodos (Braço D com E) |
Bloqueio divisional posteroinferior | Hipertrofia ventricular direita |
IAM lateral | Taquicardia ventricular |
TEP / Hipertensão pulmonar | DPOC / Cor pulmonale |
Síndrome WPW | Cardiopatias congênitas |
Observamos no ECG a seguinte apresentação:
Causas de desvio de eixo extremo:
Troca eletrodos (Braço D com Perna E) | Enfisema |
Taquicardia ventricular | RIVA |
Hipercalemia | Ritmo de marcapasso |
É isso, pessoal! Esperamos que tudo tenha ficado claro e que você tenha compreendido o conteúdo!
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Gaúcho, de Pelotas, nascido em 1997 e graduado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Residente de Clínica Médica na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Filho de um médico e de uma professora, compartilha de ambas paixões: ser médico e ensinar.