Busca estabilidade financeira e um dia a dia surpreendente, com uma pitada de aventura? A carreira militar pode ser a melhor alternativa para você! Está imaginando como se tornar um médico recém-formado no exército? Bem, o processo requer algumas exigências específicas para admissão.
É preciso ter muita força, determinação e estar com o psicológico em dia para enfrentar as etapas do processo seletivo. Entretanto, se você consegue passar por elas, é um sinal de que seu futuro será de muito sucesso. Essa é, inclusive, uma opção para quem não pensa em fazer residência médica em um primeiro momento; todavia, mesmo depois de ter cursado uma, você pode se candidatar à vaga militar.
Tem curiosidade em saber o que fazer para seguir por esse caminho? A gente tira todas as dúvidas sobre o assunto e ainda compartilha um pouco da experiência de Rafael Franco, médico oncologista que serviu às forças armadas por 1 ano antes de iniciar sua residência médica. Preparado? Então continue a leitura!
Rafael Franco, médico oncologista que após sua graduação passou pelas forças armadas como voluntário, contou um pouco de sua experiência durante esse período para o Papo de Clínica. O médico lembra com carinho de sua vivência, e comenta que fez sua escolha pois sempre gostou dos valores militares, como a disciplina e a hierarquia.
Aprovado para a residência médica em São Paulo, Rafael pôde trancar sua vaga por um ano para servir às forças armadas, e neste período, conseguiu economizar para sua mudança para a capital, onde o custo de vida é mais alto. O oncologista conta que, à época, recebia por volta de R$ 7.000,00, mas observa que se você não tem paixão necessária e o perfil para a vida militar, é melhor repensar a escolha: respeito, disciplina e saber lidar tanto com subalternos quanto com superiores com cordialidade são qualidades essenciais, e que são aprimoradas na experiência militar.
Para Rafael, o ambiente do hospital militar é muito interessante principalmente para o recém-formado, pois os colegas mais antigos são muito disponíveis para ensinar e fazem uma espécie de tutoria, o que pode preparar o estudante para os desafios que vai encontrar durante a residência.
Rafael também comentou sobre a possibilidade de se fazer residência médica em hospitais militares, o que pode ser interessante pela possibilidade de mesclar as cargas horárias e acumular os dois soldos, da bolsa de residência e das atividades como oficial médico.
A carreira como médico das forças armadas é interessante e um tanto quanto diferente de uma carreira médica usual. É uma carreira com estabilidade financeira, uma vez que todos os benefícios salariais são resgatados.
E você ainda pode receber alguns auxílios, inclusive se formar família, como plano de saúde, moradia subsidiada, entre outros. O ambiente de trabalho também costuma ser muito respeitoso, organizado e disciplinado.
É preciso estar atento às patentes e à hierarquia da equipe, assim como na parte técnica. O desenvolvimento pessoal é algo sempre incentivado, e há oportunidades de investir em formação continuada e aprendizado constante.
O salário, porém, é um pouco abaixo do mercado de trabalho. É preciso ter foco em subir de patente para aumentar os ganhos. Ainda há a questão da carga horária: lembre-se de que você será um militar 24 horas por dia, durante 7 dias por semana. Poderá ser chamado a qualquer momento e você atua tanto no batalhão quanto em hospitais conveniados ao local em que você servirá.
Sobre o processo de inserção no serviço militar como voluntário, Rafael conta que é preciso passar por um estágio de adaptação e serviço, que dura um mês e é um período de formação bastante intenso. Nesse treinamento, se aprende a respeitar a hierarquia e se adquire a disciplina necessária para a atividade. São 30 dias de imersão no código de conduta militar, que inclui aprendizagens que vão de como bater continência a como se portar na rua, diante de um civil ou de outros militares.
No fim do treinamento, há o acampamento, em que se experiencia uma simulação de sobrevivência e se passa por diversos obstáculos na selva. Por fim, se aprovado, você passa a atuar no hospital militar.
Depois do fim da incorporação, as missões costumam ser mais tranquilas. Rafael atuava 30 horas por semana e tinha tempo de, inclusive, trabalhar em outros locais. Eventualmente, quando havia demanda, o médico partia em missões militares, o que era mais trabalhoso pelo deslocamento.
Por fim, Dante observa que é importante se informar sobre a rotina de trabalho na unidade onde você pretende trabalhar, pois a depender do centro de atuação, as atividades podem ser mais assistenciais ou mais administrativas.
Há duas formas de ingressar no exército. Como fez Rafael, é possível se voluntariar, mas neste caso, você não pode passar mais de 8 anos no serviço militar.
Para conseguir uma vaga como profissional temporário, atualmente, em que a demanda é maior do que a oferta de vagas, há uma seleção que se baseia em análise curricular. Mais informações sobre esse processo devem ser obtidas diretamente no edital de seleção que se pretende prestar.
Para quem deseja ser militar de carreira, é preciso passar por um concurso público federal. Com a aprovação, passa-se por uma formação que dura de quatro a seis meses para se tornar militar de carreira.
Mas então, como um médico recém-formado pode entrar no exército? Lembre-se que além dele, existem outras frentes nas forças armadas: a Marinha e a Aeronáutica, na qual Rafael atuou. Então, é preciso escolher para qual delas sua preparação se voltará. A seguir, veja detalhes de como funciona o processo para entrar em cada uma!
Para ser médico do Exército, você deverá participar do concurso público promovido pela Escola de Saúde do Exército (EsSEx). Normalmente, ele acontece em setembro.
Você terá que passar por provas teóricas, psicológicas e físicas. Há também uma etapa que requer a inspeção de saúde. As provas acontecem em vários locais do Brasil, a maioria cidades grandes ou capitais.
Como recém-formado, você provavelmente ainda não terá residência médica. Dessa maneira, só poderá se candidatar para Clínico Geral. Na prova teórica, além de 20 questões de conhecimentos gerais, você precisa fazer 30 questões objetivas sobre a sua especialidade.
A entrada na Marinha se dá por meio de uma prova de conhecimentos profissionais, que é de cunho eliminatório. Ao ser classificado, a etapa seguinte envolve desenvolver uma redação, que tem resultado classificatório.
O que muda na prova física em relação ao Exército e à Aeronáutica é que são exigidos exercícios práticos de natação. Depois de passar no processo seletivo, o médico também enfrenta o Curso de Formação de Oficiais (CFO), que acontece no Rio de Janeiro e dura 36 semanas.
A candidatura também se dá como Clínico Geral. Depois de cinco anos como oficial, é preciso passar por uma avaliação para confirmar se seu serviço precisa ou não de manutenção.
Na Aeronáutica, é preciso passar pelo Curso de Adaptação de Médicas da Aeronáutica (CAMAR). São aceitos apenas candidatos com menos de 36 anos de idade. As etapas de avaliação são as mesmas do exército.
A prova escrita envolve 30 questões de cada especialidade básica da Medicina. O teste de condicionamento físico, por sua vez, exige corridas e exercícios específicos.
Depois de aprovado, o médico ainda precisa passar por um curso de 1 ano e meio no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), em Belo Horizonte. Somente após esse período é nomeado e começa a atuar.
Agora que você já sabe como se tornar um médico recém-formado no exército, é hora de falar um pouco sobre a carreira militar. Primeiro, vale lembrar que ela começa lá atrás, quando você completa 18 anos e deve passar pelo alistamento obrigatório.
Caso você seja aprovado, poderá escolher em qual ramo das forças armadas quer ingressar. Por lá, deverá ficar por até 8 anos e depois pode participar de um concurso se quiser continuar.
Caso você tenha sido aprovado na residência médica ao mesmo tempo em que é chamado para servir, terá que trancar o curso por 1 ano. Ao final do serviço prestado, poderá retomar.
Ao longo da carreira militar, você terá a oportunidade de subir de patente. Com isso, sua remuneração passa a ter um adicional, porque quanto maior seu currículo hierárquico, maior será o valor que recebe.
Além disso, terá adicionais de habilitações na medida em que desenvolver cursos e treinamentos, como uma forma de retribuição. O soldo, que é a base do salário, também varia conforme o seu cargo.
A aposentadoria do médico militar segue a mesma noção de proporcionalidade. Você receberá integralmente o que ganhava em seu último cargo e sempre que houver reajustes, eles serão acrescentados ao seu recebimento. A idade da aposentadoria varia de acordo com o cargo, sendo que o mais alto, de oficial-general, acontece aos 75 anos, e o menor, de capitão-tenente, aos 68 anos.
E então, deu para entender como se tornar um médico recém-formado no exército? Com essas informações em mãos, você já pode avaliar se é isso mesmo que quer para sua carreira ou se seguir pelo caminho da residência médica antes pode ser uma opção que complemente essa experiência. Pesquise bastante porque, seja qual for a sua escolha, será fundamental entrar de cabeça nos estudos, certo?
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Catarinense e médico desde 2015, Djon é formado pela UFSC, fez residência em Clínica Médica na Unicamp e faz parte do time de Medicina Preventiva da Medway. É fissurado por didática e pela criação de novas formas de enxergar a medicina. Siga no Instagram: @djondamedway