Fala, pessoal! Tudo em cima? Hoje a gente vai falar sobre os contraceptivos injetáveis. Os métodos anticoncepcionais modernos representam um avanço muito importante na qualidade de vida da população, em especial das mulheres, que, atualmente, têm liberdade de decisão sobre seu destino reprodutivo.
Além disso, eles são uma ferramenta essencial para reduzir o número de gestações indesejadas, que ainda é alto no Brasil e se relaciona com maior risco de mortalidade materna e infantil. No nosso país, até 45% das gestações não são planejadas e isso representa precariedade na assistência à saúde.
Hoje em dia, existem diversos contraceptivos e a paciente deve escolher o que mais se adapta às suas expectativas, conhecendo todas as opções, suas vantagens e desvantagens.
Os anticoncepcionais hormonais injetáveis podem ser compostos por estrogênio e progestágeno ou apenas por progestágeno isolado. Eles são métodos eficazes, com baixo índice de falha e que possuem como principal benefício a posologia cômoda, com aplicação mensal ou trimestral.
Pessoal, na atualidade, temos diversos métodos contraceptivos e os principais são classificados da seguinte forma:
LARC (Long Acting Reversible Contraceptives)
A mulher deve escolher o método anticoncepcional que atinge as suas expectativas, considerando os efeitos colaterais, os efeitos não contraceptivos do método, a eficácia e o modo de uso de cada método.
Muitas vezes não é simples escolher um contraceptivo, uma vez que cada anticoncepcional possui vantagens e desvantagens. Portanto, a maioria das pacientes experimentam alguns métodos na sua vida reprodutiva até encontrarem o que mais se adequa na sua rotina.
Os métodos anticoncepcionais hormonais são feitos com fármacos similares aos hormônios ovarianos, para proporcionar alterações no eixo hipotálamo-hipófise-ovário e no sistema reprodutivo, com o propósito de impossibilitar a fecundação.
Entre os contraceptivos hormonais, existem alguns apenas com progestagênios e outros que possuem também estrogênio (chamados de combinados).
Eles podem ser administrados por via:
Hoje, vamos focar nos contraceptivos injetáveis, que podem ser compostos apenas por progestagênio ou por estrogênio e progestagênio, e devem ser aplicados, respectivamente, trimestralmente ou mensalmente.
O mecanismo de ação principal consiste em impossibilitar a ovulação, pois ele bloqueia a liberação periódica de gonadotrofinas pela hipófise, o que inibe a elevação pré-ovulatória do hormônio luteinizante (LH).
Ademais, ele age no endométrio, proporcionando atrofia e diminuição da vascularização, o que impede a nidação. Ele também torna o muco cervical espesso e “hostil”, dificultando a ascendência dos espermatozoides. Ele reduz a motilidade tubária, dificultando o transporte do óvulo e dos espermatozoides.
O mecanismo de ação principal é decorrente das ações do progestágeno, portanto, há inibição da ovulação, atrofia endometrial, espessamento do muco cervical e alteração na motilidade das tubas uterinas, como vimos acima.
O estrogênio atua impedindo o pico do hormônio folículo-estimulante (FSH), sendo assim, ele inibe a distinção e o desenvolvimento do folículo dominante. Ele também estabiliza o endométrio e melhora a ação do progestágeno, uma vez que amplia os receptores intracelulares de progesterona.
Pessoal, houve progressiva diminuição na dosagem hormonal dos anticoncepcionais ao longo dos anos. Consequentemente, houve também redução dos efeitos adversos relacionados aos contraceptivos hormonais.
Entretanto, é muito importante conhecer os possíveis efeitos colaterais que os hormônios podem causar no organismo feminino para poder orientar as pacientes sobre eles.
As pacientes que utilizam métodos apenas com progestogênio, como o contraceptivo injetável trimestral, precisam saber que pode acontecer sangramento irregular e alteração no padrão na menstruação, especialmente no primeiro trimestre do uso, que tende a estabilizar e cessar após o período inicial de uso.
Também é importante orientar as pacientes que desejam utilizar o método injetável trimestral que o retorno da fertilidade pode se prolongar por mais de um ano após descontinuar o uso, porém ele não interfere no potencial reprodutivo.
Além disso, o uso em longo prazo do anticoncepcional injetável trimestral está relacionado com perda de massa óssea, possivelmente pela redução da produção ovariana de estrogênio, consequência da supressão da liberação das gonadotrofinas.
Portanto, as mulheres que querem utilizar esse método por mais de dois anos devem ser orientadas e esclarecidas sobre esse risco.
Galera, a Organização Mundial da Saúde (OMS) regularmente revisa e renova os critérios de elegibilidade dos anticoncepcionais, baseada em evidências científicas. A classificação das categorias do uso dos contraceptivos é feita da seguinte maneira:
Existem algumas contraindicações absolutas para os anticoncepcionais hormonais combinados, incluindo os injetáveis mensais, sendo as mais relevantes:
Os métodos que contém apenas progestagênio, como o contraceptivo injetável trimestral, podem ser amplamente utilizados e possuem poucas contraindicações. Eles podem ser usados da menarca ao climatério e, inclusive, em puérperas – lactantes ou não.
Um benefício relevante do uso dos injetáveis trimestrais é a diminuição ou cessação do sangramento vaginal, que ocorre em grande parte das usuárias (50 a 80% das pacientes entram em amenorreia).
Além disso, eles podem melhorar os sintomas pré-menstruais, amenizar a dismenorreia e, em pacientes com endometriose, podem melhorar a dor pélvica crônica.
Possuem vários benefícios, como melhorar a sintomatologia pré-menstrual, aliviar a dismenorreia primária e secundária, amenizar a sintomatologia álgica em pacientes com endometriose, reduzir o volume de sangramento na menstruação e reduzir cistos ovarianos simples.
Além disso, em pacientes com uso a longo prazo, eles reduzem o risco de câncer de ovário e endométrio.
Injetável trimestral: composto por Acetato de Medroxiprogesterona 150mg de depósito para uso intramuscular, preferencialmente na nádega, e deve ser aplicado a cada três meses.
Injetável mensal: deve ser administrado a cada 30 dias, via intramuscular, preferencialmente na nádega.
As opções disponíveis no Brasil são:
de noretisterona;
150 mg de algestona acetofenida;
Pessoal, os contraceptivos injetáveis são métodos altamente eficazes, sendo, no uso perfeito, os seus índices de Pearl (taxas de falha) de cerca de 0,2 gravidez em 100 usuárias no período de um ano.
Gente, todas as pacientes que não possuem as contraindicações apontadas acima ou que não forem alérgicas às injeções podem utilizar essas medicações.
Os contraceptivos injetáveis são bastante indicados para adolescentes, pois possuem posologia mais fácil (aplicação mensal ou trimestral) e alta eficácia (índice de Pearl de 0,2).
Os métodos anticoncepcionais são uma evolução para a sociedade, pois permitem autonomia e liberdade para as mulheres.
Eles evitam gestações não planejadas e podem, ainda, possuir efeitos benéficos não contraceptivos, como redução da dismenorreia, melhora dos sintomas pré-menstruais e diminuição do fluxo menstrual.
Existem vários tipos de anticoncepcionais e diversas vias de administração, como a via oral, transdérmica, intradérmica, vaginal e intramuscular. Os contraceptivos intramusculares são muito interessantes, pois podem ser compostos apenas por progestágeno ou pela combinação de estrógeno e progesterona.
O uso do injetável de apenas progesterona (Acetato de Medroxiprogesterona) é trimestral, portanto, possui a vantagem de não precisar lembrar de tomar todos os dias.
Além disso, ele pode causar amenorreia em 50 a 80% das pacientes que fazem uso dele. Entretanto, ele pode inicialmente causar um sangramento irregular que tende a melhorar após o terceiro mês de uso.
O uso do injetável combinado de estrógeno e progesterona é mensal; logo, ele também possui uma posologia fácil e, portanto, menos chance de esquecimento e uso incorreto.
Ele possui os benefícios dos métodos combinados, como regulação do ciclo menstrual, melhora da dismenorreia e redução de cistos simples ovarianos.
Fique atento às indicações e contraindicações dos métodos contraceptivos porque isso cai em todas as provas de Residência e é muito importante para sua prática clínica!
É isso, pessoal! Esperamos que tudo tenha ficado claro e que você tenha compreendido o conteúdo!
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Paulista, nascida em Ribeirão Preto em 1994. Formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) em 2019. Residência em Ginecologia e Obstetrícia na EPM-UNIFESP. "Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo." - Paulo Freire.