Opa galera, bom demais? Aposto que muita gente que está lendo já viu algum caso de pancreatite aguda — e se não viu com certeza vai ver algum paciente com esse quadro durante a formação médica. Por ser muito comum na prática médica, também é bastante cobrado nas provas! Pensando nisso, vocês já ouviram falar nos Critérios de Balthazar?
Vamos começar pelo começo, fazendo um overview pela pancreatite aguda. Vem comigo!
A pancreatite aguda (PA) é uma doença inflamatória aguda do pâncreas secundária à autodigestão da glândula. Dentre as principais causas, estão a litíase biliar (cólica biliar) e o álcool (após 1 a 3 dias de libação alcoólica). As principais complicações da incluem necrose pancreática, peripancreática e pseudocistos. O tratamento da doença geralmente é de suporte para evitar complicações.
O diagnóstico de pancreatite aguda se faz preenchendo dois de três critérios:
1. Dor abdominal em porção superior do abdome.
2. Aumento de enzimas pancreáticas séricas (> 3 vezes o limite superior da normalidade).
3. Exame de imagem evidenciando alterações sugestivas de pancreatite aguda.
Diversos sistemas de estratificação foram criados para graduar a pancreatite aguda. Alguns dos critérios mais utilizados são APACHE-II e de Ranson, que avaliam parâmetros clínicos. O APACHE II, por utilizar critérios obtidos na admissão hospitalar, costuma ser o mais utilizado dos critérios de avaliação prognóstica na pancreatite aguda. PA é considerada grave se: Ranson ≥ 3 e/ou APACHE II ≥ 8.
Já os Critérios de Balthazar, que são o assunto desse artigo, estratificam a gravidade da PA através de alterações tomográficas, principalmente em relação às complicações locais. Sei que quando falamos em exames de imagens, você já começa a suar frio, seja na prova ou no plantão. “Mas tenho que saber laudar uma TC de abdome então?”. Calma!!
Os critérios de Balthazar são classificados em: grau de lesão na TC (A a E) e grau de necrose, sendo que cada um deles recebe uma pontuação. (Tabela 1)
A necrose, importante evolução da doença, pode ser identificada também pela TC contrastada, com 90% de acurácia para o diagnóstico. Áreas de coleções peripancreáticas devem ser consideradas como áreas de necrose gordurosa até que se prove o contrário. A estimativa é feita pela porcentagem acometida do órgão.
O score final é a somatória de todos os pontos sendo classificados em:
Os processos de necrose pancreática (Figura 1) podem desenvolver infecção (pode ser sugerido por presença de gás no tecido) em 30 a 70% dos casos, e esse risco aumenta com a extensão da área necrosada. Por isso, é importante conhecermos os critérios de Balthazar. A mortalidade do paciente com necrose estéril é de cerca de 10%, mas no caso de abscesso pancreático ou necrose infectada a mortalidade ultrapassa 20%.
A cirurgia está indicada nos casos de necrose estéril ou infectada, quando sintomáticos, com náuseas, vômitos, persistência de dor abdominal que impeça realimentação e sinais de compressão extrínseca das vias biliares.
Recado passado, pessoal!
Sem passar aperto quando ouvir o nome Balthazar em discussões com o staff, beleza? Leia e releia o texto quantas vezes precisar, mas se mesmo assim ficarem dúvidas, pode nos contatar que vamos tentar esclarecer tudo!
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Valeu, até a próxima!
* Colaborou Felipe Mingorance Crepaldi, graduanda de Medicina na Faculdade de Medicina do ABC
Nascido em 1993, em Maringá, se formou em Medicina pela UEM (Universidade Estadual de Maringá). Residência em Medicina de Emergência pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
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