Fala, pessoal! Neste texto, vamos revisar os achados de imagem que podem ser observados em pacientes com defeito do septo atrioventricular total. Eu sei que as cardiopatias congênitas são um assunto meio cabeludo tanto na nossa prática médica diária quanto nas provas de residência. Quando aparece imagem, então… Mas são assuntos muito importantes e, com um pouco de calma, dá pra entender direitinho.
O objetivo de hoje é que você tenha mais uma ferramenta na hora de avaliar uma radiografia de tórax. Bora lá?
O defeito do septo atrioventricular (DSAV) corresponde a um espectro amplo de defeitos que envolvem o septo atrial, o septo ventricular e uma ou ambas as valvas tricúspide e mitral. Sinônimos para essa anomalia são: canal atrioventricular ou defeito do coxim endocárdico.
Os defeitos no espectro da doença podem ser grosseiramente divididos em dois grandes grupos: defeitos completos do septo atrioventricular e defeitos incompletos.
O DSAV é um dos defeitos congênitos cardíacos mais comumente diagnosticados durante o pré-natal, acometendo cerca de 4 a 5% dos recém-nascidos.
Existe uma grande associação com síndrome de Down (presente em até 50% dos casos); síndrome de Edwards (presente em até 25% dos casos) e com síndromes de heterotaxia (presentes em até 10% dos casos). Existe grande associação também com outras cardiopatias congênitas, o que torna o diagnóstico bastante complexo no período neonatal.
O diagnóstico geralmente é feito ainda no período pré-natal com a ultrassonografia obstétrica.
O quadro clínico no recém-nascido é variável, dependendo da gravidade do defeito, indo desde um grau leve de cianose central relacionada ao shunt bidirecional em ambos os níveis atrial e ventricular até uma insuficiência cardíaca com regurgitação significativa da válvula atrioventricular comum.
O diagnóstico definitivo é feito com um ecocardiograma.
A radiografia de tórax é um exame secundário para as cardiopatias congênitas, que não é capaz de identificar os defeitos em si, mas pode demonstrar suas consequências. Sendo assim, pode ser útil como um exame de triagem inicial, aumentando ou reduzindo a suspeição da anomalia e também avaliando as repercussões cardiopulmonares.
As alterações observadas na radiografia são inespecíficas, geralmente representando a sobrecarga cardíaca, hipertensão pulmonar e regurgitação valvar):
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Pra cima!
Mineira, millennial e radiologista fanática. Formou-se em Radiologia pelo HCFMUSP na turma 2017-2020 e realizou fellow em Radiologia Torácica e Abdominal em 2020-2021 no mesmo instituto, além de ter sido preceptora da residência de Radiologia por 1 ano e meio. Apaixonada por pão de queijo, café e ensinar radiologia.