E aí, galerinha! Tudo bem com vocês? Vamos conversar hoje sobre um assunto muito corriqueiro na vida da urgência e emergência e nas questões das provas: o derrame pleural!
O derrame pleural é um dos achados básicos nas radiografias de tórax. Então, é de suma importância ter esse entendimento para a prática médica. Assim, trataremos dos seus principais achados na imagem e como identificá-los.
Vamos juntos então?!
O derrame pleural nada mais é que o acúmulo de líquido no espaço pleural. Há etiologias variadas, podendo ser causado por patologias pleurais, pulmonares ou extrapulmonares (congestão sistêmica, por exemplo).
Sim! Os derrames pleurais podem ser classificados como transudativos e exsudativos, diferenciação que é realizada pelo estudo do bioquímico do líquido, sendo que os exsudatos em geral apresentam altos níveis de proteína e desidrogenase lática. É considerado exsudato quando apresenta razões proteínas pleurais/proteínas séricas for maior que 0,5 e DHL pleural/DHL sérico de 0,6.
Os derrames transudativos tem como fisiopatologia um aumento da pressão hidrostática ou redução da pressão osmótica e pode ter como causas a insuficiência cardíaca congestiva ou hipoalbuminemia.
Os exsudativos decorrem de doenças pleurais ou do parênquima em que haja aumento da permeabilidade capilar. Entre as causas, teremos as infecções pulmonares e carcinomatoses pleurais.
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O derrame pleural tende a se acumular nas regiões mais inferiores. Dessa forma, na radiografia em ortostase, a primeira alteração será a obliteração dos seios costofrênicos (que é este ângulo entre as costelas e o diafragma), como veremos abaixo:
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Em derrames pleurais maiores (pelo menos 200 ml), vemos uma maior obliteração do campo pulmonar, já que o espaço pleural vai se enchendo. Podemos diferenciar uma consolidação de um derrame pelo desvio das estruturas do mediastino e pela formação do famoso sinal da “parábola de damoiseau” ou sinal do menisco, que são observados apenas nos derrames pleurais. Outros sinais radiológicos que podemos utilizar são: a opacificação da cúpula diafragmática ipsilateral e acúmulos líquidos das fissuras pulmonares.
Em pacientes internados, nos quais realizamos a radiografia em decúbito dorsal, devemos ter maior cuidado com a investigação de derrame pleural. Em pacientes deitados, derrames pequenos podem passar despercebidos, já que o líquido escorre e ocupa as regiões posteriores, determinando uma opacificação difusa do pulmão.
Na suspeita de derrame pleural pequeno em decúbito dorsal, podemos utilizar a técnica de decúbito lateral com raios horizontais, podendo observar derrames a partir de 50 ml de volume.
Pode ocorrer de os derrames se acumularem nas fissuras pulmonares (derrames fissurais). Essa conformação pode simular massas pulmonares. Podem ser diferenciados pelos seus contornos elípticos e pela resolução após tratamento para derrame pleural. Por isso, muitos os chamam de “tumores fantasmas”.
Então, pessoal, na nossa breve conversa detalhamos o derrame pleural, que é um dos principais padrões radiológicos. Notem que os achados em geral são bem fáceis de identificar. Entretanto, é importante sempre procurar ativamente por eles, seguindo um protocolo de análise das radiografias (de dentro pra fora ou de fora pra dentro, por exemplo). Assim, evitamos que estes passem sem serem diagnosticados!
Espero que todos tenham gostado e que este artigo tenha acrescentado conhecimento à prática de vocês. Se tiverem ficado dúvidas, podem mandar nos comentários que a gente responde.
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Nascido em 1993, em Maringá, se formou em Medicina pela UEM (Universidade Estadual de Maringá). Residência em Medicina de Emergência pelo Hospital Israelita Albert Einstein.