Olá, pessoal! Seguindo o fio do nosso post anterior, nesse vamos falar sobre o diagnóstico da colite pseudomembranosa.
O diagnóstico dessa condição depende de uma alta suspeição, sendo considerado suspeito qualquer caso da diarreia aguda em paciente com uso atual e/ou recente de antibióticos, especialmente pacientes internados. Porém, como falamos no post anterior, podem ocorrer casos em que o tratamento antimicrobiano foi interrompido até 12 semanas antes.
Um dos desafios em se estabelecer o diagnóstico é saber se o germe identificado é apenas um colonizante não patogênico ou se está causando colite. Portanto, é mandatório testar somente pacientes suspeitos (ou seja, com diarreia aguda). Não testamos pacientes assintomáticos.
Antes de mostrar os passo para o diagnóstico, vamos falar um pouco de cada um dos exames disponíveis:
Os achados incluem dilatação colônica, espessamento parietal colônica e densificação dos planos adiposos adjacentes ao cólon. Também pode demonstrar as complicações, principalmente a perfuração colônica.
Porém, essas alterações não são específicas da colite por C. difficile e, portanto, podem estar ocorrendo por outros germes. Geralmente são necessários testes microbiológicos em conjunto para firmar o diagnóstico. Repare neste exemplo:
Figura 1: Colite pseudomembranosa na tomografia computadorizada. Fonte: USP-SP 2020, questão 61.
Não costumam ser necessários em pacientes com testes microbiológicos positivo e/ou resposta ao tratamento clínico, sendo reservados apenas para casos em que o diagnóstico diferencial necessita de imagem (Ex: doença inflamatória intestinal).
Permite a visualização direta das pseudomembranas brancas ou amareladas, características da doença. Porém, nem todos os pacientes vão apresentar esse padrão e, portanto, sua sensibilidade é baixa (50%). Repare na imagem a seguir:
Figura 2: Colite pseudomembranosa em exame colonoscópico. Observe as pseudomembranas brancas à esquerda (setas brancas). À direita, temos exemplos de pseudomembranas amareladas. Fonte:Uptodate, 2023
Recomenda-se iniciar abordagem diagnóstica nos pacientes com fezes líquidas com um teste sensível (EIA para GDH) e um específico para cepas patogênicas (EIA para toxinas A e B). Após os resultados, temos as seguintes possibilidades:
Apenas fezes líquidas de pacientes que apresentam 3 ou mais episódios de diarreia em 24 horas podem ser testadas.
No próximo post abordaremos o tratamento dessa doença. Assim terminamos mais um tema de diagnóstico da colite pseudomembranosa, e mais um assunto que despenca nas provas aqui no blog. Ah, e se quiser conferir mais conteúdos de Medicina de Emergência, dê uma passada na Academia Medway. Por lá, disponibilizamos diversos e-books e minicursos completamente gratuitos. Nos encontramos em breve!