Hoje é dia de falar sobre o diagnóstico de Parkinson. Vamos mostrar como ele é realizado e se necessita de exames complementares. Além disso, você vai saber se são utilizados critérios e quais são os principais diagnósticos diferenciais. Confira, a seguir.
Vamos supor que há um paciente no consultório com suspeita de Parkinson. Qual é a propedêutica inicial? Em geral, não são necessários exames complementares, e o diagnóstico é clínico. Uma boa anamnese vai direcionar para o diagnóstico de Parkinson ou algum diferencial.
No entanto, indicamos a realização de ressonância magnética de encéfalo para excluir alterações como hidrocefalia, tumores e infartos lacunares. Caso a principal suspeita seja a doença de Parkinson, aplique os critérios diagnósticos. Os mais utilizados são os descritos na MDS-Unified Parkinson Disease Rating Scale.
O primeiro passo é diagnosticar o parkinsonismo, conjunto dos sintomas da doença. Pode aparecer em diversas doenças, inclusive na doença de Parkinson. Os principais sintomas são: bradicinesia e tremor ou rigidez de repouso. Sim, são necessários ambos sinais.
No diagnóstico da doença de Parkinson, após a constatação do parkinsonismo no paciente, é necessário ao menos dois dos critérios de suporte para realizar um diagnóstico mais preciso:
Se você se atentar melhor aos critérios de suporte, percebe logo que uma espécie de “teste terapêutico” com levodopa faz parte do diagnóstico. A resposta sugere fortemente o diagnóstico da doença de Parkinson.
Então, após diagnosticar o parkinsonismo e encontrar os critérios de suporte (o que normalmente inclui o teste com a levodopa) e parta para o último passo: descartar a presença de red flags.
As red flags são alguns sinais de alarme que, se o paciente apresentar (mesmo que somente um deles), é válido suspeitar de algum diferencial, podendo até ocasionar um evento potencialmente grave:
A presença de algum desses sinais mencionados anteriormente deve alertar para a possibilidade de diagnóstico alternativo. Confira os principais diferenciais no diagnóstico de Parkinson, a seguir.
É a causa mais comum de tremor de ação (está aí a primeira diferença). Costuma acometer mais mãos, mas pode incluir cabeça, voz, tronco, queixo, etc. Além disso, é tipicamente latero-lateral fino, não em contar moedas.
Comumente, é causado por medicações. As mais implicadas são antipsicóticos (haldol, risperidona, olanzapina, etc), antieméticos (especialmente bromoprida e metoclopramida) e procinéticos (domperidona).
O parkinsonismo secundário também pode ocorrer por causa vascular. A principal forma de diferenciar é pelo relato de exposição à medicação e pelo fato do tremor ser simétrico no início.
São grandes diferenciais no diagnóstico de Parkinson e podem se comportar de forma bem semelhante, inclusive no tocante à fisiopatologia. No entanto, vão apresentar alguma red flag (daí a relevância dos tais sinais de alarme), que direciona para uma ou outra síndrome:
O diagnóstico de Parkinson demanda avaliação de especialista. Cabe ao generalista saber reconhecer e, principalmente, quando pensar em doença de Parkinson ou em algum dos diferenciais.
Agora que você já aprendeu como realizar o diagnóstico da forma adequada na doença de Parkinson, que tal aprender sobre o tratamento? Confira nosso artigo sobre o assunto e fique por dentro de todas as informações.
Capixaba de Vitória, nascida em 1995. Formada pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericória (EMESCAM) de Vitória em 2018. Formada em Clínica Médica pelo HC FMUSP de São Paulo.