Fala, pessoal! Tudo bem? Hoje vamos falar sobre o diagnóstico da endocardite infecciosa. Para começar a tratar desse assunto, peço que Imaginem a seguinte situação:
Paciente masculino, 27 anos, natural e procedente de São Paulo, solteiro, estudante, procurou serviço em sua cidade, com queixa de febre e dispneia há 3 dias. Apresentava ao exame físico higiene oral precária. Foi internado e as 2 hemoculturas coletadas na internação foram positivas para streptococcus viridans. Ecocardiograma mostrou insuficiência aórtica importante.
Quantos critérios para endocardite infeciosa ele apresenta?
Neste texto, além de revisar como é feito o diagnóstico, também vamos te ajudar a responder ao caso. Bora lá?
A endocardite infecciosa (EI) é uma doença grave, em que há comprometimento da superfície endocárdica, podendo acometer estruturas valvares, cordas tendíneas ou endocárdio mural. Seu principal mecanismo é a lesão endotelial gerada por turbulência do fluxo sanguíneo causada por uma valva defeituosa ou anomalia congênita.
O diagnóstico de EI pode ser difícil devido a sintomas inespecíficos. Assim, em primeiro lugar, devemos nos atentar à clínica do paciente, em especial, às seguintes condições:
O diagnóstico da endocardite infecciosa é estabelecido com base em manifestações clínicas, hemoculturas (ou outros dados microbiológicos) e ecocardiografia. Os critérios aceitos para o diagnóstico de EI são os critérios de Duke modificados, separados em critérios maiores e menores.
Para confirmar o diagnóstico, são necessários dois critérios maiores OU um critério maior e três menores OU cinco critérios menores.
A avaliação adicional para pacientes com suspeita de EI inclui eletrocardiografia, radiografia de tórax, outras imagens radiográficas adaptadas às manifestações clínicas e avaliação odontológica.
Portanto, tenham em mente: pacientes com EI devem receber atendimento multidisciplinar imediato por especialistas em doenças infecciosas, cardiologia e cirurgia cardíaca para otimizar a avaliação clínica, bem como o tratamento antibiótico e cirúrgico.
O diagnóstico precoce e o tratamento da EI são necessários para reduzir o alto risco de morbidade e mortalidade associado à doença.
Já sabem agora como responder o caso, não é mesmo?
O paciente apresenta 2 critérios maiores de Duke para endocardite (cultura + para organismo típico e insuficiência valvar presumidamente nova no ecocardiograma) confirmando o diagnóstico para EI.
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Até a próxima!
Wang, A. Pathogenesis of vegetation formation in infective endocarditis. UpToDate. 2022. Disponível em: < http://www.uptodate.com/online>. Acesso em: 20/01/2022
Wang, A. Overview of management of infective endocarditis in adults. UpToDate. 2022. Disponível em: < http://www.uptodate.com/online>. Acesso em: 20/01/2022
Bignoto, Tiago. Valve Basics – Valvopatia do Básico ao Avançado. 1ª ed. São Paulo: The Valve Club, 2021.
MURDOCH DR, et al. Clinical presentation, etiology, and outcome of infective endocarditis in the 21st century: the International Collaboration on Endocarditis – Prospective Cohort Study. Archives Internal Medicine. Chicago, v. 169, n. 5, p. 463-473, 2009.
Formação em Medicina na Universidade Nove de Julho pelo FIES. Pesquisa no Instituto do Coração de São Paulo da Faculdade de Medicina da USP.