Se você pretende trabalhar com Medicina de Emergência, precisa saber tudo sobre a pneumonia aguda comunitária (PAC). Afinal, a doença é uma das causas mais comuns de internação e principal motivo não hospitalar de septicemia/sepse grave na terapia intensiva.
Basicamente, a pneumonia aguda comunitária tem as mesmas características presentes em quadros de pneumonia comum, mas recebe esse nome por ser adquirida fora do ambiente hospitalar, isto é, na comunidade. Conheça os sintomas, os métodos de diagnóstico e os tratamentos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Brasil registra em torno de 900 mil casos de pneumonias por ano. Essa é uma das doenças que mais matam no país. Então, certamente, você deve conhecer alguém que já foi acometido por esse problema.
A definição de o que é pneumonia descreve uma infecção pulmonar aguda com inflamação que atinge os alvéolos e os bronquíolos terminais. Essas estruturas ficam infiltradas com fluidos pulmonares ou pus, o que impede o pleno funcionamento dos pulmões, e, em casos mais graves, pode levar à morte do paciente.
A pneumonia aguda é um conjunto de doenças com essas mesmas características, mas que podem ter causas diferentes, como vírus, bactérias, fungos, reações alérgicas ou até inalação de substâncias tóxicas (pneumonia química).
Tanto em ambiente hospitalar quanto no caso da pneumonia aguda comunitária, a doença pode ser causada por diversos tipos de microrganismos ou fatores externos, mas geralmente se caracteriza como pneumonia viral ou pneumonia bacteriana. Saiba as diferenças entre esses dois tipos mais comuns.
Na maioria das vezes, a pneumonia surge como complicação em indivíduos infectados por vírus que causam gripes e resfriados, como Influenza A, B e C, H1N1 e H5N1, mas também pode ser provocada por outros agentes virais. Nos últimos anos, a COVID-19 tornou-se uma causa conhecida de pneumonia aguda.
O principal agente causador da pneumonia bacteriana é o Streptococcus pneumoniae, ou pneumococo, identificado em mais de 30% dos casos, seguido por outras espécies, como micoplasma e clamídia. Também há a pneumonia bacteriana mista, causada por mais de um tipo de bactéria.
Entre os principais sintomas de pneumonia aguda, estão febre, dispneia, dor torácica pleurítica e tosse. Quadros de pneumonia costumam apresentar expectoração, mas a tosse seca não elimina a suspeita diagnóstica de que há presença de outros sinais.
Essas são as queixas mais comuns, mas é possível identificar outros sintomas importantes no exame físico. Entre eles, estão fadiga, desturação, taquipneia e alterações na ausculta, como estertores crepitantes e redução do murmúrio vesicular.
Com menor frequência, alguns pacientes com pneumonia aguda comunitária também apresentam a chamada “síndrome de consolidação pulmonar”, constituída por aumento do frêmito toracovocal, pectorilóquia fônica, sopro tubário, broncofonia e submacicez à percussão.
Além da identificação de sintomas por meio do exame físico e das queixas do paciente, o diagnóstico da pneumonia aguda envolve radiografia de tórax PA e perfil, que evidencia as infiltrações e quanto o pulmão foi afetado pela doença. Entre outros métodos, também há a TC de tórax e a ultrassonografia de tórax.
Para identificar as causas do problema, os exames mais comuns são a bacterioscopia, a cultura do escarro e a hemocultura. Porém, vale lembrar que, por se tratar de uma doença grave, é aconselhável iniciar imediatamente o tratamento com antibióticos, antes do resultado da cultura.
Dependendo da estrutura do hospital, também pode haver disponibilidade de testes rápidos de detecção de antígenos virais, capazes de identificar os vírus influenza A e B, e o teste do antígeno urinário, que reconhece a bactéria Legionella pneumophila.
Embora os sintomas sejam muito incômodos, geralmente, o tratamento de pneumonia é simples e rápido, com administração de antibióticos e melhoras visíveis em poucos dias.
Quando o tratamento é negligenciado, a pneumonia aguda pode gerar diversas complicações, como dificuldade para respirar, febre alta e resistente, alterações na pressão arterial e até na função dos rins, entre outros problemas graves. Nesses casos, torna-se necessária a internação hospitalar.
Geralmente, os agentes infecciosos da pneumonia aguda comunitária não se transmitem com facilidade. O problema atinge mais as pessoas que têm alguns fatores de risco, como idade avançada, doenças pré-existentes, tabagismo, excesso de consumo de álcool e exposição contínua a temperaturas insalubres.
Como alguns fatores são controláveis, é possível prevenir a recorrência da pneumonia com novos hábitos, como evitar cigarro, bebidas alcoólicas e exageros no ar-condicionado. Outra recomendação é manter as vacinas em dia para evitar doenças que podem acarretar pneumonia, como gripe e COVID-19.
A pneumonia aguda comunitária é uma das doenças que você pode tratar com mais frequência no pronto-socorro. Se esse tipo de atendimento é a sua praia, você pode aprender muito mais com o curso PS Medway, que te deixa preparado para atuar em Medicina de Emergência, com aulas teóricas e simulações realísticas.
E pra finalizar o texto sobre pneumonia aguda, temos um recado importante pra dar: embora exames como TC e UCG estejam se tornando mais comuns, a gente sabe que, em grande parte dos serviços, o raio-x continua sendo o único método de imagem disponível.
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Paulista, nascido em 89. Médico graduado pela Universidade de Santo Amaro (UNISA), formado em Clínica Médica pelo HCFMUSP, Cardiologista e especialista em Aterosclerose pelo InCor-FMUSP. Experiência como médico assistente do Pronto-Socorro do InCor-FMUSP.
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