E aí, pessoal? Hoje é dia de completar mais esse assunto e falar sobre o diagnóstico do esôfago de Barret! É uma enfermidade mais complicada de entender, né? Já que ela liga de histologia até neoplasia, além de ter relação com o refluxo gastroesofágico, uma loucura! Por isso, mesmo vamos te ajudar a entender mais sobre isso. Confira!
Por mais que possamos falar que DRGE é fator de risco para o esôfago de Barret (EB), nem todo paciente com DRGE vai ter tal patologia. Por isso, ao falarmos de diagnóstico de esôfago de Barret, falamos de diagnóstico histopatológico, ou seja, precisa de biópsia.
E vamos biopsiar a partir da EDA, logo após visualizarmos uma mudança da cor esofágica habitual: veremos mucosa avermelhada de superfície rugosa, aveludada, classicamente descrita como coloração rosa-salmão.
E mais: quando a área de extensão metaplásica for menor que 3 cm, é chamada de Barrett curto, e acima de 3 cm como Barrett Longo.
Dividiremos o período após diagnóstico em duas vertentes: tratamento e rastreio.
Todos os pacientes devem receber IBP para o resto da vida para reduzir a agressão da mucosa esofágica, e consequentemente reduzir os sintomas de DRGE, auxiliar na cicatrização da esofagite, e reduzir o risco de neoplasia.
Além disso, devem entrar como medidas para o controle tudo aquilo que vai diminuir o refluxo gástrico: perda de peso, evitar alimentos que levem a relaxamento do EEI (cafeína, condimentos, p.e.).
O seguimento vai depender da seguinte pergunta: foi observada displasia?
E se vimos displasia? Independente do grau ou carcinoma intramucoso (confirmado por 2º patologista) → novas biópsias com 1 cm de distância entre si + ressecção endoscópica das áreas irregulares.
Displasia de baixo grau | Tratamento endoscópico (radioablação preferencialmente, fotodinâmica, crioterapia, ressecção endoscópica) OU repetir endoscopia com biópsias a cada 6-12 meses, e depois anualmente. |
Displasia de alto grau (confirmado por 2º patologista) | Tratamento endoscópico (ressecção endoscópica preferencialmente; radioablação, fotodinâmica, crioterapia). |
E temos uma terceira opção que é: veio um adenocarcinoma. Aí não tem jeito, pessoal. Precisaremos estadiar esse paciente, encaminhar para um serviço especializado de oncologia para novas condutas específicas para a neoplasia.
Como falamos várias informações, sintetizamos todas nesse fluxograma:
Figura Rastreamento de esôfago de Barrett. Fonte: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMra1314704
Chegamos ao fim do segundo texto sobre essa patologia. Esperamos que, a partir de hoje, o diagnóstico do esôfago de Barret não seja um desafio grande nos próximos encontros.
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1. Clínica cirúrgica FMUSP
2. Manual do Residente de Clínica Médica – FMUSP
3. Tratado de Gastroenterologia
4.https://www.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-and-diagnosis-of-gastroesophageal-reflux-in-adults
5.https://www.uptodate.com/contents/barretts-esophagus-surveillance-and-management