Fala, pessoal! Tudo em cima? Hoje é dia de trazer para vocês uma explicação mais detalhada sobre o diagnóstico dos transtornos depressivos. Esse tema vem se tornando cada vez mais popular, ainda mais nesse contexto de pandemia. Então, bora saber mais sobre ele pra ficar craque no assunto.
Os transtornos depressivos formam um grupo de transtornos mentais cujas características incluem humor triste ou irritável, na presença de alterações somáticas e cognitivas, que afetam a funcionalidade do indivíduo.
Com a chegada da pandemia, ficou mais evidente o quanto os transtornos mentais têm relação com o bem-estar social, uma vez que tornaram mais nítidas as dificuldades funcionais que essas pessoas apresentavam em seus trabalhos, em suas vidas pessoais e na manutenção da sua saúde física.
Agora, vamos aprender como diagnosticar transtornos depressivos! Bora lá, é só vir com a gente!
Antes de mais nada, precisamos falar sobre a divisão e nomes dos transtornos depressivos. Sendo assim, de acordo com o DSM-V, podemos classificá-los da seguinte maneira:
Desses, o mais comum de diagnosticarmos é o transtorno depressivo maior, conforme já explicamos neste texto. Por isso, hoje ele não será descrito aqui, beleza? Vamos nos concentrar nas outras classificações, passar pelas formas de diagnosticar e pelas diferenças entre cada um deles.
Assim como outras doenças, a depressão é uma doença multifatorial que inclui alterações genéticas e interferências ambientais em seus fatores de risco.
O diagnóstico inclui uma entrevista psiquiátrica bem feita e bem detalhada, para que possamos entender melhor as queixas apresentadas e tentar classificar melhor o transtorno. Assim, vamos conseguir instalar o melhor tratamento, beleza?
O ponto central desse transtorno é a irritabilidade crônica grave, que pode aparecer na forma de explosões de raiva e com humor persistentemente irritável ou zangado entre essas explosões.
É um quadro que surge geralmente antes dos 10 anos e apresenta como diagnóstico diferencial o Transtorno Afetivo Bipolar. Os critérios diagnóstico são apresentadas no DSM-V da seguinte maneira:
– Nota: Uma elevação do humor apropriada para o desenvolvimento, como a que ocorre no contexto de um evento altamente positivo ou de sua antecipação, não deve ser considerada como um sintoma de mania ou hipomania.
– Nota: Este diagnóstico não pode coexistir com transtorno de oposição desafiante, transtorno explosivo intermitente ou transtorno bipolar, embora possa coexistir com outros, incluindo transtorno depressivo maior, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, transtorno da conduta e transtornos por uso de substância.
– Os indivíduos cujos sintomas satisfazem critérios para transtorno disruptivo da desregulação do humor e transtorno de oposição desafiante devem somente receber o diagnóstico de transtorno disruptivo da desregulação do humor.
– Se um indivíduo já experimentou um episódio maníaco ou hipomaníaco, o diagnóstico de transtorno disruptivo da desregulação do humor não deve ser atribuído.
Dando continuidade ao tema do diagnóstico dos transtornos depressivos, temos como ponto central a persistência do transtorno depressivo maior por mais de 2 anos (ou mais do que 1 ano em crianças). De acordo com o DSM-V, temos como critérios os listados abaixo.
– Nota: Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável, com duração mínima de um ano.
– Apetite diminuído ou alimentação em excesso;
– Insônia ou hipersônia;
– Baixa energia ou fadiga;
– Baixa autoestima;
– Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões;
– Sentimentos de desesperança.
– Nota: Como os critérios para um episódio depressivo maior incluem quatro sintomas que estão ausentes da lista de sintomas para transtorno depressivo persistente (distimia), um número muito limitado de indivíduos terá sintomas depressivos que persistiram por mais de dois anos mas não irá satisfazer os critérios para transtorno depressivo persistente.
– Caso tenham sido satisfeitos todos os critérios para um episódio depressivo maior em algum momento durante o episódio atual da doença, tais indivíduos devem receber diagnóstico de transtorno depressivo maior.
– De forma alternativa, um diagnóstico de outro transtorno depressivo especificado ou transtorno depressivo não especificado é justificado.
O TDPM tem como características a labilidade, irritabilidade e sintomas de ansiedade que comumente ocorrem durante a fase pré-menstrual do ciclo e melhoram com a menstruação. De acordo com o DSM-V, temos os critérios abaixo.
– Labilidade afetiva acentuada (p. ex., mudanças de humor; sentir-se repentinamente triste ou chorosa ou sensibilidade aumentada à rejeição);– Irritabilidade ou raiva acentuadas ou aumento nos conflitos interpessoais;
– Humor deprimido acentuado, sentimentos de desesperança ou pensamentos autodepreciativos;
– Ansiedade acentuada, tensão e/ou sentimentos de estar nervosa ou no limite.
– Interesse diminuído pelas atividades habituais (p. ex., trabalho, escola, amigos, passatempos);
– Sentimento subjetivo de dificuldade em se concentrar;
– Letargia, fadiga fácil ou falta de energia acentuada;
– Alteração acentuada do apetite; comer em demasia; ou avidez por alimentos específicos;
– Hipersonia ou insônia;
– Sentir-se sobrecarregada ou fora de controle;
– Sintomas físicos como sensibilidade ou inchaço das mamas, dor articular ou muscular, sensação de “inchaço” ou ganho de peso.
– Nota: Os sintomas nos Critérios A-C devem ser satisfeitos para a maioria dos ciclos menstruais que ocorreram no ano precedente.
– Nota: O diagnóstico pode ser feito provisoriamente antes dessa confirmação.
E aí, já tá entendendo como diagnosticar transtornos depressivos? O transtorno depressivo induzido por substâncias nada mais é do que um transtorno depressivo (maior) relacionado ao uso de determinadas substâncias (podendo ser, inclusive, medicamentos). Os critérios usados no DSM-V estão descritos abaixo.
– Os sintomas no Critério A desenvolveram-se durante ou logo após intoxicação ou abstinência de substância ou após exposição ao medicamento.
– A substância/medicamento envolvida é capaz de produzir os sintomas no Critério A.
– os sintomas precedem o início do uso da substância/medicamento;
– os sintomas persistem por um período substancial (p. ex., cerca de um mês) após a cessação da abstinência aguda ou intoxicação grave;
– ou existem outras evidências sugerindo a existência de um transtorno depressivo independente, não induzido por substância/medicamento (p. ex., história de episódios recorrentes não relacionados a substância/medicamento).
– Nota: Este diagnóstico deve ser feito em vez de um diagnóstico de intoxicação por substância ou abstinência de substância apenas quando os sintomas no Critério A predominam no quadro clínico e quando são suficientemente graves a ponto de justificar atenção clínica.
Aqui os sintomas estão relacionados às outras comorbidades, tendo como critérios diagnóstico os seguintes:
Pessoal, vamos lá: nesse grupo, encaixam-se transtornos em que o médico opta por expressar o motivo do quadro do paciente não se encaixar em nenhum dos outros critérios, beleza? E aí, tá conseguindo aprender como diagnosticar os transtornos depressivos?
Aqui, temos transtornos que também não se encaixam nas outras categorias, mas que o médico optou por não expressar o motivo. E, assim, encerramos o nosso texto sobre o diagnóstico dos transtornos depressivos!
É isso, pessoal! Entendeu tudo sobre como diagnosticar os transtornos depressivos? Então, aproveite para conferir mais conteúdos como este na Academia Medway. Aqui, você encontra e-books e minicursos completamente gratuitos.
Retomando o que já falamos acima, neste texto sobre o diagnóstico dos transtornos depressivos nós não englobamos o Transtorno Depressivo Maior (TDM), pois já está no ar um artigo completo só sobre ele. Então, não perca tempo! Corre pra conferir! Ele está disponível no nosso blog.
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1. American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 (5a ed.; M. I. C. Nascimento, Trad.). Porto Alegre, RS: Artmed.
2. PARAVENTI, Felipe; CHAVES, Ana. Manual de psiquiatria clínica. 1. Ed. Rio de Janeiro: Editora Roca, 2019.
Bianca Bolonhezi. Nascida em São Paulo/SP em 1996, formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC em 2020. Apaixonada pelo comportamento humano e seus desdobramentos. Uma ávida leitora que, no meio de tantos livros, se encantou pela educação.