Fala moçada, tudo bom? Hoje vamos tocar num assunto que, pra muita gente, pode parecer bastante complicado, mas que não podemos deixar de abordar por conta disso: a encefalopatia hepática (EH)!
Se você é mais atento ao blog, relaxa, não estamos repetindo posts! Se esse título soou familiar, é porque já falamos de encefalopatia hepática aqui no blog antes. Respectivamente, sobre as partes de sintomas e diagnósticos e fatores desencadeantes e tratamento. Confere lá!
Todos esses aspectos são importantes, e hoje vamos adicionar um pouco mais de conhecimento a esse assunto! Juntos, vamos revisar o conceito, além de falar da fisiopatologia e dos fatores precipitantes da encefalopatia hepática!
Bora lá?
Por definição, encefalopatia hepática (também conhecida pela sigla EH) é uma síndrome neuropsiquiátrica decorrente de uma doença hepática grave, seja ela aguda ou crônica, sendo mais comumente encontrada nesta última.
Para deixar mais claro: a encefalopatia hepática vai ser encontrada em quem já tem uma disfunção hepática grave. Ou seja, o paciente apresenta uma insuficiência hepática fulminante (PS: isso é critério de fulminante) ou cirrose e seus estigmas (aranhas vasculares, rarefação de pelos, ginecomastia, flapping, outros).
Sabemos que 30 a 40% dos pacientes com cirrose irão desenvolver encefalopatia hepática no decorrer da evolução de sua doença e que comumente ela aparecerá junto com as outras descompensações do cirrótico. Ademais, é também umas das complicações mais graves da cirrose hepática, sendo que sua presença por si só indica um pior prognóstico.
Vale lembrar que é uma doença potencialmente reversível e que a qualidade de vida do paciente depende apenas de você saber reconhecer e manejar uma encefalopatia hepática.
Mas acalme-se, pois, estamos aqui para te ajudar a compreender melhor essa complicação hepática e dar um ponta pé inicial para um desfecho feliz.
Antes de falarmos sobre a fisiopatologia da encefalopatia hepática, quero aproveitar para te contar que você pode saber mais sobre como lidar com a cirrose e suas complicações, de forma prática, no nosso e-book Cirrose hepática e suas complicações, que traz as principais informações que você precisa saber na hora de diagnosticar e manejar um paciente hepatopata. Clique AQUI para fazer o download gratuito!
Vamos entender de maneira simplificada o que há por trás da tão misteriosa e temida fisiopatologia da encefalopatia hepática.
Temos um fígado que não está cumprindo seu papel, ou seja, não está metabolizando (removendo) as neurotoxinas derivadas do intestino, seja por comprometimento funcional ou por shunts portossistêmicos. Entre as toxinas a que possui melhor associação com a encefalopatia hepática é a amônia, produto de degradação final dos aminoácidos. A amônia em níveis elevados atravessa a barreira hematoencefálica, gerando um estado neuroinflamatório estimulando a inibição (aumenta GABA e serotonina) e provocando dano ao sistema excitatório (diminui glutamato e catecolaminas).
Assim, há uma predominância da inibição neural levando a uma desorganização na função cerebral. Para concluirmos esta parte, vale lembrar que existem outros fatores, como uma deposição de manganês, deficiência de zinco, alteração no mecanismo da glicose cerebral, dentre outras coisas ainda não bem estabelecidas
Ufa, a parte mais complicada já passou. Agora vamos falar um pouco dos fatores precipitantes! Sabemos que eles são inúmeros, mas vamos abordar apenas aqueles com maior relevância clínica.
Deu pra pegar tudo? Anota aí hein, não vai ficar de bocamolismo!
Esperamos que o post tenha te ajudado a entender melhor esses aspectos da encefalopatia hepática, desde a definição até seus fatores precipitantes!
Mas antes de você ir, só mais uma dica! Se você ainda não domina o plantão de pronto-socorro 100%, temos um material que pode te ajudar com isso: o nosso Guia de Prescrições! Com ele, você vai estar muito mais preparado para atuar em qualquer sala de emergência do Brasil.
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Até mais!
* Colaborou Anna Rita de Cascia Carvalho Barbosa, graduanda do 5º ano de Medicina na Uni-FACEF
Nascido em 1993, em Maringá, se formou em Medicina pela UEM (Universidade Estadual de Maringá). Residência em Medicina de Emergência pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
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