Fala pessoal! O estado de mal epilético é uma afecção neurológica que oferece risco de vida, por isso, saber determinar quais exames para esse paciente é substancial na prática clínica. Bora lá aprender quais os principais exames e quando solicitar?
O estado de mal epiléptico (EME) convulsivo generalizado e o não convulsivo são uma emergência médica e neurológica definida como atividade convulsiva contínua, ou convulsões repetitivas, com duração igual ou superior a 5 minutos com recuperação da consciência sem intervenção.
Geralmente, o EME é definido por episódios com duração igual ou superior a 30 minutos. No entanto, esse período de tempo foi reduzido a 5 minutos para enfatizar a gravidade da condição e a necessidade de tratar com urgência.
A incidência do EME segue uma distribuição etária bimodal, com taxas de pico em crianças com menos de um ano de idade e adultos com mais de 60 anos.
Com principais etiologias temos: lesão cerebral aguda ou infecção, não adesão ao tratamento medicamentoso anticonvulsivante, síndromes de abstinência de drogas ou álcool e distúrbios metabólicos, entre outros.
Principais fatores diagnósticos:
Nesse momento, devido à limitação do paciente, buscar obter uma história com o acompanhante nos permite descobrir pontos importantes que vão auxiliar no manejo.
Questione sobre:
No exame físico, atente-se a sinais de traumatismo craniano, sepse, anisocoria ou meningite e as características da convulsão tentando buscar a sua etiologia. Os fatores de risco são a não adesão aos medicamentos anticonvulsivantes, alcoolismo crônico, epilepsia refratária e causas tóxicas ou metabólicas.
O diagnóstico clínico não oferece dificuldades quando há manifestações motoras evidentes. Entretanto, se o paciente não apresenta manifestações motoras ou com sinais motores sutis, o diagnóstico pode ser muito mais difícil.
Nesses casos, o Eletroencefalograma (EEG) é extremamente útil no diagnóstico e no seguimento do EME, especialmente naqueles pacientes com EME refratário e em coma induzido.
Para pacientes com status epilepticus cuja convulsão parece ter parado clinicamente, mas o estado mental do paciente não está melhorando clinicamente claramente ou retornando à linha de base, um EEG deve ser feito com rapidez para procurar convulsões não convulsivas.
Um EEG pode não ser necessário para pacientes com epilepsia conhecida que retornam à linha de base após um episódio de EME.
Solicitar neuroimagem é essencial quando o estado de mal epilético é a primeira apresentação de epilepsia, ao avaliar um paciente com suspeita de início focal do status epilepticus e quando a recuperação do status epilepticus não segue o curso esperado.
A tomografia computadorizada sem contraste da cabeça pode ser realizada no ambiente do departamento de emergência, mas a ressonância magnética tem rendimento superior para determinar a etiologia subjacente pois nos mostra com melhor acurácia as lesões estruturais, que podem causar ou precipitar o estado de mal epiléptico.
No entanto, a RM não é necessária para diagnosticar o status epilepticus e não pode ser realizada até que um paciente esteja estabilizado e as convulsões tenham sido controladas.
Além das lesões, a RM pode mostrar anormalidades devido às recentes convulsões prolongadas; estas são muitas vezes reversíveis.
Acredita-se que esses achados representam edema celular induzido por convulsões. Eles são mais frequentemente vistos em estruturas corticais e límbicas, particularmente no hipocampo ou em outras estruturas profundas, como o pulvinar.
Muitos são reversíveis, mas podem durar semanas ou mais, especialmente se as convulsões forem prolongadas; elas acabam se resolvendo ou evoluindo para atrofia focal e esclerose.
Visto isso, a neuroimagem é fundamental para a avaliação de pacientes com epilepsia, especialmente na identificação de lesões cerebrais estruturais que podem servir como focos epileptogênicos, e que podem ser ressecáveis cirurgicamente se o paciente se tornar refratário ao tratamento médico.
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Referências
Formação em Medicina na Universidade Nove de Julho pelo FIES. Pesquisa no Instituto do Coração de São Paulo da Faculdade de Medicina da USP.