E ai, pessoal! Tudo bem com vocês? Hoje vamos falar sobre a fisiopatologia da fasceíte necrotizante. Qual a relevância do assunto? Saber a fisiopatologia das doenças é MUITO importante por alguns motivos:
Dito isso, pegue seu café e vamos lá!
Repare na imagem que a doença se apresenta de forma heterogênea. Podemos ver áreas de inflamação (com presença de eritema apenas), área de vesículas e bolhas com presença de líquido amarelado dentro e áreas de necrose (morte tecidual). Toda a área afetada está edemaciada e, com certeza, bastante dolorosa.
A causa da doença é uma bactéria produtora de toxina que infecta partes moles**, causando inflamação, infecção e necrose da fáscia. Acontece uma destruição tecidual fulminante com alta mortalidade.
**Entre as infecções necrotizantes dos tecidos moles (NSTIs – em inglês) temos a fasceíte necrotizante, celulite e miosite.
Através de uma descontinuidade da pele aparente ou não, há a entrada de bactérias que podem causar uma infecção, principalmente da fáscia e do tecido adiposo subjacente.
Normalmente, o tecido muscular é poupado, tendo em vista que é rico em suprimento sanguíneo (tendo mais e melhores mecanismos de defesa); diferentemente da fáscia, que é pobre em vasos sanguíneos.
A fasceíte necrotizante pode se manifestar de dois modos, do ponto de vista microbiológico:
Um exemplo é a Síndrome de Fournier, uma infecção necrotizante das partes moles da região perineal, podendo se estender até o abdome inferior e raiz das coxas.
A Infecção necrosante da cabeça e pescoço é causada por bactérias anaeróbicas que habitam a cavidade oral (por ex.: Fusobacteria).
A proteína M (proteína monoclonal) é uma proteína com potencial virulento que pode ser produzida por algumas bactérias (por exemplo, o SGA).
A proteína M é altamente anti-fagocítica; além disso, ela se liga ao fator H do soro e destrói a C3 convertase (que participa da cascata do complemento).
E por que estamos falando da proteína M? Porque ela está fortemente ligada à virulência do SGA. Foi observado que infecções por cepas da proteína M tipo 1 e tipo 3 do SGA estão associadas à Síndrome do Choque Tóxico em METADE dos casos.
Aliás, tenho certeza que você já ouviu falar dessa síndrome em algum lugar… A Síndrome do Choque Tóxico é aquela que está escrita nas embalagens de absorventes internos!
Em caso de permanência do absorvente interno por muito tempo (normalmente > 8h) dentro do canal vaginal, esta síndrome poderia ser casada. Entretanto, essa via de afecção é rara (<5%).
Esperamos ter esclarecido as dúvidas em torno da fasceíte necrotizante e qual é o manejo correto dessa condição. Aqui, no nosso blog, disponibilizamos uma série de conteúdos sobre Medicina de Emergência e residência médica para contribuir com sua preparação.
Para quem quer acumular mais conhecimento ainda sobre a área, o PSMedway, nosso curso de Medicina de Emergência, pode ser uma boa opção. Lá, mostramos exatamente como é a atuação médica na Sala de Emergência.
Nascida em Santos em 1995 e formada pela Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES) em 2019. Residência em Clínica Médica pela Secretaria Municipal de Saúde (SUS - SMS) em São Paulo. Seu próximo passo é entrar em Cardiologia, inspirada pela sua mãe, médica da área.