E aí, pessoal? Tudo bem? Hoje vamos discutir um pouco sobre um assunto mais específico do trauma de face: a fratura de órbita Blow in e Blow out!
A órbita é formada por 7 ossos: zigomático, esfenoide, maxilar, frontal, lacrimal, palatino e etmoide. O teto da órbita é formado pelo osso frontal, o qual anteriormente contém o seio frontal; e posteriormente temos a asa menor do esfenóide.
O assoalho da órbita é a menor das paredes e contém três ossos: a superfície orbitária da maxila, a superfície orbitária do osso zigomático e o processo orbitário do osso palatino.
A parede medial é composta pelo osso lacrimal, pela lâmina orbital do etmóide e a parede lateral pela superfície orbitária da asa maior do esfenóide e face orbital do osso zigomático.
As fraturas dessa região são lesões traumáticas geralmente causadas por agressão física, esportes ou acidentes. A apresentação mais comum está associada a fraturas zigomáticas complexas (aquelas que envolvem o osso da bochecha).
Porém, uma classificação importante das fraturas orbitárias são as do tipo Blow In E Blow Out, que serão mais abordadas neste texto. Esse tipo de acometimento se refere a uma “explosão” (blow) do assoalho da órbita.
Esse tipo de acometimento da órbita não é dos mais frequentes, porém seu diagnóstico e tratamento são importantes pela íntima relação com o globo ocular.
Em ambos os tipos de fratura da órbita, podemos encontrar os seguintes sinais e sintomas:
Para firmar o diagnóstico, nosso principal aliado será um bom exame físico. Através dele conseguimos avaliar assimetrias faciais, edemas, equimoses, assim como eno ou exoftalmia.
Podemos pedir para o paciente movimentar o globo ocular para os quatro quadrantes a fim de avaliar o acometimento muscular, nervoso e identificar pequenas fraturas.
O diagnóstico definitivo, por sua vez, é feito através de tomografia computadorizada de órbita, com identificação das fraturas.
A maioria das fraturas de órbita é tratada de forma conservadora, sem efeitos a longo prazo, porém, as do tipo blow in e blow out costumam precisar de correções cirúrgicas, com os ossos fixados por meio de osteossínteses.
Uma possibilidade, caso a fratura tenha sido extensa e sem a possibilidade de osteossíntese local, é o enxerto de fragmentos ósseos da crista ilíaca para formar uma nova órbita.
E só para acrescentar, em alguns casos, é necessário cirurgia tardia para correção de possíveis estrabismos que causam diplopia permanente.
Bom pessoal, de fraturas blow in e blow out é isso que vocês precisam saber (pra vida e pras provas de residência), é extremamente importante entender a fratura orbital para sua carreira em PS.
Agora que você já sabe como manejar as fraturas de órbita, o objetivo maior é controlar os imprevistos e alcançar a melhor qualidade de vida possível. Com o PSMedway, você aprende uma série de práticas por meio de simulações realísticas, aulas teóricas e muito mais!
Beijos e até a próxima.
Fraturas Orbitais. BMJ Best Practice. https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/1172
Fraturas de órbita: sinais e sintomas baseados nas estruturas anatômicas envolvidas. Kuhnen,RB; Martins da Silva,F; Scortegagna,A; Cabral,RJB.
Fratura de Órbita (BLOW OUT), Artigo da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica. https://sbop.com.br/fratura-de-orbita-blow-out/
RELATO DE CASO FRATURA DE ÓRBITA TARDIA COM TRATAMENTO CONVENCIONAL. FACULDADE SETE LAGOAS INSTITUTO CATARINENSE DE ODONTOLOGIA E SAÚDE. https://faculdadefacsete.edu.br/monografia/files/original/957e0a1a6e249a21ff521ccacbe26054.pdf
Médica pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro com residência em Cirurgia Geral pela Unifesp.