Hemorragia parenquimatosa cerebral: conheça os sintomas

Conteúdo / Medicina de Emergência / Hemorragia parenquimatosa cerebral: conheça os sintomas

Olá, pessoal! Hoje, trazemos um tema considerado a segunda maior causa de AVC: a hemorragia parenquimatosa cerebral. O assunto faz parte do dia a dia dos prontos-socorros, diretamente associado à morbidade e à mortalidade em todo o mundo. 

Entender os sintomas da hemorragia parenquimatosa ajuda a lidar com os pacientes e a mandar bem em qualquer plantão. Para te ajudar a ter mais segurança na hora do atendimento, preparamos um guia prático, com respostas às principais dúvidas. Fique com a gente e veja mais a seguir! 

Antes de continuarmos, quer ler um e-book sobre o exame físico neurológico? Aprenda sobre os principais pontos do exame físico neurológico, abordando os aspectos essenciais para os médicos generalistas. Bora baixar um guia sucinto e atualizado para te ajudar a manejar os pacientes para esses exames? Clique AQUI e baixe agora!

O que é a hemorragia parenquimatosa cerebral? 

A hemorragia parenquimatosa cerebral pode ser definida como o sangramento não traumático do parênquima cerebral. Os sintomas e os sinais variam conforme o tamanho e a localização da hemorragia.

Geralmente, esse tipo de hemorragia cerebral é causado por uma arteríola rompida. Alguns fatores de risco estão ligados à incidência da doença, como uso de medicamentos anticoagulantes, tabagismo, hipertensão, diabetes, alcoolismo e colesterol alto.   

Sintomas da hemorragia parenquimatosa - hemorragia cerebral
Figura 1: Hemorragia cerebral. Fonte: Shutterstock 

Como a doença se manifesta? 

A manifestação da hemorragia parenquimatosa cerebral normalmente ocorre durante as atividades de rotina do paciente. Os sintomas e os sinais neurológicos podem ser progressivos, ao longo de minutos ou horas. 

Esse é um ponto que merece atenção, pois ela se difere da hemorragia subaracnoidea, em que os sintomas aparecem logo no início. Assim, observar como a doença se manifesta ajuda a fazer o diagnóstico inicial.

Quais são os principais sintomas da hemorragia parenquimatosa cerebral?

São vários os sintomas da hemorragia cerebral parenquimatosa. A cefaleia e as alterações eletrocardiográficas estão entre os mais comuns. A seguir, listamos os principais: 

  • sintomas de AVC: caracterizados pela perda súbita da fala, da visão, do movimento, da sensação e do equilíbrio;
  • cefaleia de início agudo;
  • sinais de pressão intracraniana elevada: o paciente apresenta pupilas dilatadas, sonolência excessiva e Tríade de Cushing (bradpneia, bradicardia e hipertensão);
  • convulsões: podem acompanhar a hemorragia intraparenquimatosa aguda e ocorrer nos primeiros dias, em até 15% dos pacientes;
  • alterações eletrocardiográficas: refletem uma lesão cardíaca induzida por catecolaminas. As alterações mais frequentemente associadas são o prolongamento do intervalo QT e as alterações da onda ST-T;
  • características sugestivas de hemorragia parenquimatosa sobre acidente vascular cerebral isquêmico: nesse caso, há uma piora progressiva dos sintomas agudos e PAS severamente elevada (por exemplo, > 220 mmHg).
  • elevações nas enzimas miocárdicas séricas: as alterações incluem a troponina cardíaca e o peptídeo natriurético beta. 

É importante salientar que a presença de dor de cabeça, náusea, vômito e estado mental deprimido sugere um AVC hemorrágico em vez de um evento isquêmico agudo. Por isso, é importante prestar atenção nos sintomas! 

Antes de falarmos mais sobre os sinais neurológicos e localização da hemorragia parenquimatosa, é sempre importante lembrar que saber desconfiar de um AVC é fundamental, afinal, é uma doença muito comum de surgir no PS. Sabemos que o manejo desses pacientes com AVC não é fácil e, principalmente por ser uma corrida contra o tempo, não diagnosticá-lo pode alterar completamente a vida do doente. No nosso e-book gratuito AVC: do diagnóstico ao tratamento, te ensinamos o manejo do AVC, desde o primeiro contato com o paciente até a alta hospitalar. Informação nunca é demais, então que tal dar uma olhada lá também? Clique AQUI e baixe gratuitamente!

Sinais neurológicos e localização da hemorragia parenquimatosa 

A localização da hemorragia parenquimatosa cerebral interfere nos sinais neurológicos apresentados pelo paciente. Eles também estão associados a achados típicos do exame neurológico, como: 

  • cápsula interna (principais achados): disartria leve, hemiparesia contralateral e déficit sensorial;
  • caudado (principais achados): alterações de personalidade, comprometimento da memória, fraqueza ou dormência contralateral transitória, cefaleia e sonolência;
  • cerebelo (principais achados): incapacidade de andar, devido ao desequilíbrio, vômitos, dor de cabeça, dor no pescoço ou no ombro, rigidez da nuca, paralisia do olhar e fraqueza facial;
  • lobo (principais sintomas): no lobo occipital, pode acontecer uma hemianopsia homônima contralateral muito densa. Se ocorrer na região frontoparietal, plegia ou paresia contralateral da perna são os sintomas predominantes;
  • ponte (principais sintomas): coma profundo, oscilação ocular, paralisia facial, surdez e disartria se o paciente estiver acordado;
  • putâmen (principais achados): hemiplegia, perda hemissensorial, hemianopsia homônima e paralisia do olhar, se a hemorragia for grande. Estupor e coma podem ocorrer. 

Cuidados com o paciente de hemorragia parenquimatosa cerebral

Pacientes com esse tipo de hemorragia devem ser monitorados em uma unidade de cuidados intensivos ou de AVC. Nos casos de coagulopatia ou trombocitopenia grave, a terapia de substituição ou a transfusão de plaquetas é necessária. 

O controle da pressão arterial deve ser iniciado imediatamente após o início do monitoramento do paciente. Da mesma forma, a compressão pneumática intermitente, feita para prevenção de tromboembolismo venoso, deve ser realizada no momento da internação. 

É importante que os níveis glicêmicos sejam analisados, com o intuito de evitar tanto a hiperglicemia, quanto a hipoglicemia. Os pacientes também devem ter acesso à reabilitação multidisciplinar (classe I, nível de evidência A). Anticonvulsivantes devem ser administrados em casos de convulsões. 

Além disso, todos os pacientes devem ser submetidos aos procedimentos de rastreamento para a disfagia para evitar pneumonia, desnutrição e desidratação. A remoção cirúrgica da hemorragia deve ser feita nos casos de deterioração neurológica, compressão do tronco cerebral ou hidrocefalia por obstrução ventricular.

Gostou de saber mais sobre a hemorragia parenquimatosa cerebral? 

Esperamos que você tenha gostado de saber mais sobre a hemorragia parenquimatosa cerebral. Continue acompanhando o conteúdo gratuito que preparamos aqui, no nosso blog. Temos muita informação exclusiva para você se preparar para as provas de residência e lidar com qualquer plantão. 

Também conheça o PSMedway, o nosso curso de Medicina de Emergência. Ele tem tudo o que você precisa para adquirir segurança na hora de atender as emergências: aulas teóricas, simulações, apostilas e suporte individualizado. Não deixe de conferir!

É médico e quer contribuir para o blog da Medway?

Cadastre-se
AmandaMazetto

Amanda Mazetto

Formação em Medicina na Universidade Nove de Julho pelo FIES. Pesquisa no Instituto do Coração de São Paulo da Faculdade de Medicina da USP.