Recorrente no dia a dia no setor de emergência, principalmente em serviços que tenham porta aberta, o hemotórax é uma condição que afeta a cavidade torácica. O diagnóstico e o tratamento são indispensáveis para evitar problemas mais graves.
Quando um paciente com trauma é admitido, parte da avaliação insere-se no B de XABCDE, em que se verifica a presença de estigmas de trauma, expansibilidade, enfisema, presença ou ausência de murmúrio vesicular, frequência respiratória e saturação. Diante disso, atente-se a duas situações: o pneumotórax ou o hemotórax.
Como identificar um paciente com hemotórax? Para explicar as principais causas e o manejo correto dessa condição, desenvolvemos este artigo com uma série de informações que podem ser úteis para os plantões de emergência. Continue a leitura!
O hemotórax corresponde à presença de sangue na cavidade torácica, no interior do espaço pleural. Em um contexto de trauma, derrame nos exames de imagem significa sangramento até que se prove o contrário.
Atualmente, FAST já é realidade em vários serviços do país, mas buscando na semiologia, o hemotórax aparece como uma entidade associada à redução da expansibilidade do tórax, à macicez na percussão e à redução ou à ausência do murmúrio vesicular na ausculta. Em casos de hemotórax volumoso, ainda é possível encontrar o desvio do mediastino para o lado contralateral.
No cenário de trauma na sala de emergência, não é necessário exame confirmatório para realizar a drenagem torácica diante dos achados citados, principalmente no contexto de instabilidade ventilatória e hemodinâmica.
É possível proceder à drenagem. Em caso de saída de 1.500 ml de sangue, define-se um hemotórax maciço. Logo de cara, deve-se começar o protocolo de transfusão maciça e encaminhar o paciente para o centro cirúrgico para a realização de toracotomia.
Outra indicação de toracotomia seria a drenagem torácica com volume acima de 200 ml/h por 2 a 4 horas + piora hemodinâmica ou necessidade de múltiplas transfusões.
Geralmente, os sangramentos resultam de traumas penetrantes, mas também podem ocorrer em traumas contusos. Lesões que levam ao hemotórax maciço incluem ruptura aórtica, ruptura miocárdica e lesões nas estruturas hilares.
Outras causas incluem lesões no parênquima pulmonar e nos vasos sanguíneos intercostais ou mamários. Existe o hemotórax iatrogênico (pós-punção de acesso venoso central), hemotórax não traumático (neoplásico) e hemotórax espontâneo.
Com certeza! É importante investigar as causas do hemotórax, a complexidade da lesão e a possibilidade de realizar um exame de imagem diante das condições clínicas do paciente.
Além disso, deve-se tratar coagulopatias e tipagem sanguínea, acompanhar débito do dreno e avaliar necessidade de transfusão. O quadro também pode evoluir com complicações, destacando-se: retenção de coágulos no espaço pleural, derrame pleural, empiema e fibrotórax.
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Nascida em Belém do Pará no ano de 1992. Formada pela Universidade Federal do Pará (UFPA) em 2017, com residência em Cirurgia Geral pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) no Paraná, concluída em 2020. Residência em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Santa Casa de Limeira-SP. "Lembre-se: seu foco determina a sua realidade" (Qui-Gon Jinn em 'Star Wars: A Ameaça Fantasma'). Siga no Instagram: @laracochete