Primeiramente: o que é hepatite viral? A hepatite viral é uma doença sistêmica que afeta primariamente o fígado. Seu vírus causa uma inflamação aguda do fígado que pode se cronificar.
Independente do vírus, lesões histopatológicas idênticas são observadas no órgão, observando a ocorrência de degeneração pontilhada das células parenquimatosas, com necrose dos hepatócitos, reação inflamatória lobular difusa e ruptura dos cordões hepáticos.
Essas alterações são acompanhadas de hiperplasia das células reticuloendoteliais (de Kupffer), infiltrado periportal por células mononucleares e degeneração celular. Nenhum dos vírus da hepatite é tipicamente citopatogênico, e acredita-se que a lesão celular observada seja mediada imunologicamente.
Em geral a hepatite é causada pelos agentes:
Desses agentes, os com maiores números de contágio no Brasil, segundo o último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde são a Hepatite A, Hepatite B e Hepatite C, como podemos observar no gráfico abaixo
Na hepatite viral a gravidade dos sintomas e a rapidez de recuperação variam conforme o tipo de vírus e da resposta à infecção por parte do paciente. As hepatites A e C frequentemente provocam sintomas muito leves ou não há sintomas, podendo não ser percebidas. As hepatites B e E têm maior probabilidade de causar sintomas graves. A infecção pelas hepatites B e D (denominada coinfecção) pode agravar ainda mais os sintomas da hepatite B.
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Podemos dizer que a doença vai cursar em 3 fases. A primeira é a fase prodrômica que é aguda e apresenta sinais inespecíficos como:
Em seguida os sintomas prodrômicos que duram por volta de 10 dias tendem a desaparecer e iniciar a fase ictérica o qual apresenta também uma maior sensibilidade no fígado.
E por fim pode-se aparecer a fase de convalescência a qual é mais raro e trata-se da hepatite grave com sinais de insuficiência hepática. Essa fase tem maior chance em pacientes com hepatite B, especialmente se elas também estiverem com hepatite D conciliada.
Em geral, a hepatite viral aguda tem conclusão do quadro de quatro a oito semanas, mesmo sem tratamento. Todavia, as pessoas infectadas com hepatite C podem se tornar portadoras do vírus e transmiti-lo mesmo sem sintomas e torna-se risco para desenvolver cirrose ou câncer hepático.
Com os sintomas sugestivos concilia-se o exame físico, que investigará a pressão no abdômen acima do fígado o qual se apresentará mais sensível e com um tamanho anormal.
Além disso, realiza-se exames de sangue para analisar a funcionalidade do fígado e qual vírus da hepatite está causando a infecção em questão. Pode-se também solicitar testes da função hepática.
Atualmente no Brasil o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a vacina contra Hepatite A (dose única) e Hepatite B (3 doses). Ademais, a vacinação contra o vírus da hepatite B também reduz o risco de infecção por hepatite D. Já a vacina contra a hepatite E está disponível apenas na China.
O tratamento da hepatite viral aguda para a maioria das pessoas não é necessário um tratamento especial, sendo basicamente cuidados aos sintomas inespecíficos já citados.
Contudo, pode ser necessário hospitalizar pessoas com hepatite aguda grave para que os sintomas possam ser tratados, não ocorrendo piora do quadro e uma adequada monitorização.
Em caso de suspeita de evolução da hepatite fulminante, a pessoa também deverá ser hospitalizada para que seu estado mental possa ser monitorado, testes de função hepática possam ser feitos e os médicos possam determinar se existe a necessidade de transplante de fígado.
Além disso, as pessoas com hepatite não devem consumir bebidas alcoólicas até que tenham se recuperado totalmente e devem ficar em alerta frente a medicamentos, uma vez que o fígado infectado pode não metabolizá-los. Lembrando que cada tipo de hepatite tem suas particularidades que serão discutidas em outro post.
Hepatite trata-se de uma doença viral que tem sua contaminação de diversas maneiras, conforme cada vírus especificamente, e em muitos casos é assintomática, contudo o alerta deve sempre estar apontado para essa doença uma vez que por mais que silenciosa pode ir degradando o fígado e trazer consequências severas e irreversíveis ao paciente.
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Até mais!
*Colaborou: Nayara Rancoleta
Nascido em 1993, em Maringá, se formou em Medicina pela UEM (Universidade Estadual de Maringá). Residência em Medicina de Emergência pelo Hospital Israelita Albert Einstein.