Fala, galera! Como vocês estão? Mais um tema cirúrgico aqui no blog, que provavelmente todo mundo já ouviu falar algo sobre: hiperplasia prostática benigna.
O objetivo deste texto é que até o final da leitura você saiba quando suspeitar, quando indicar tratamento medicamentoso ou cirúrgico, quais as complicações da HPB e como orientar o paciente na alta. Bora?
A hiperplasia prostática benigna (HPB) é um problema que pode impactar negativamente a qualidade de vida e que usualmente necessita de intervenção médica. Ela resulta do aumento do número total de células glandulares e estromais na zona de transição da próstata e, a depender da evolução, pode gerar bastante dor de cabeça no setor de emergência.
A prevalência da HPB aumenta conforme a idade e na maioria das vezes é assintomática. Em outros casos, relaciona-se a sintomas de trato urinário baixo (STUI/LUTS) devido à obstrução ao nível do colo vesical. As queixas incluem:
É importante ressaltar que HPB não é fator de risco para câncer de próstata.
No exame físico, é importante realizar o toque retal, geralmente ignorado por muitos. A presença de assimetria e nódulos deve levantar a suspeita de neoplasia.
O diagnóstico de HPB não requer uma confirmação histológica, deixando a biópsia reservada para casos suspeitos de malignidade. Apesar de parecer contraditório, o volume prostático não tem relação com a intensidade dos sintomas obstrutivos.
Então, juntando o fator idade, os sintomas apresentados e o exame físico, você não terá dúvida em levantar a hipótese de uma HPB, mesmo sem um exame de imagem. “Ah, mas HPB é para atendimento ambulatorial. No setor de emergência, não preciso me preocupar, certo?” Errado!
A HPB pode trazer complicações comuns de serem encontradas no pronto-socorro. Dentre elas, podemos destacar:
“Mas e agora? Devo tratar todo mundo? Se sim, como tratar?” A resposta é não. Só devemos tratar pacientes sintomáticos.
As opções terapêuticas incluem:
Certo! Então, você já consegue diagnosticar, prever as complicações e indicar ou não o tratamento da HPB, mas ainda falta um ponto importante: como orientar o paciente na alta?
Algumas medidas comportamentais podem ser indicadas, como:
Além disso, sempre destacar os sinais de alarme (RUA, hematúria, sinais de infecção urinária) para que ele retorne ao serviço diante deles.
Apesar de carregar o termo “benigno” no nome, a hiperplasia nem sempre é benigna para o paciente e para o plantonista. Sendo assim, releiam este e outros textos do blog sempre que necessário e tenho certeza de que vocês se garantirão melhor nas provas e no mercado de trabalho.
Espero que tenham curtido. Até a próxima!
McVary, Kevin T. Clinical manifestations and diagnostic evaluation of benign prostatic hyperplasia. UpToDate, 4 out. 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-and-diagnostic-evaluation-of-benign-prostatic-hyperplasia. Acesso em: 2 dez. 2021.
McVary, Kevin T. Epidemiology and pathophysiology of benign prostatic hyperplasia. UpToDate, 19 jan. 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/epidemiology-and-pathophysiology-of-benign-prostatic-hyperplasia. Acesso em: 2 dez. 2021.
McVary, Kevin T. Medical treatment of benign prostatic hyperplasia. UpToDate, 18 nov. 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/medical-treatment-of-benign-prostatic-hyperplasia. Acesso em: 2 dez. 2021.
McVary, Kevin T. Surgical treatment of benign prostatic hyperplasia (BPH). UpToDate, 22 out. 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/surgical-treatment-of-benign-prostatic-hyperplasia-bph. Acesso em: 2 dez. 2021.
Matheus Carvalho Silva, nascido em 1993, em Coronel Fabriciano (MG), se formou em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Residência em Cirurgia Geral na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM).