Fala, galera! Hoje vamos falar sobre como decorar fatores importantes sobre a identificação da via aérea difícil com o mnemônico LEMON. Os mnemônicos são uma forma interessante de memorização, pois ajudam a decorar fatores importantes em situações de emergência médica, em que é fundamental ter um raciocínio sistematizado.
Sendo assim, bora aprender o significado do LEMON?
Praticamente todo médico irá se deparar com um paciente que tenha indicação de ventilação mecânica, seja na urgência e emergência, seja de maneira eletiva. Independentemente do cenário, a intubação é um procedimento que costuma gerar ansiedade não só nos médicos, mas em toda a equipe assistente, já que existe um potencial grande de complicações em caso de falha.
O primeiro passo para uma intubação bem-sucedida é o planejamento. Isso inclui estabilização clínica e hemodinâmica antes da indução, pré-oxigenação, posicionamento correto, uso de material adequado para o procedimento e estar preparado para intercorrências.
Um ponto importante dentro dessas etapas é avaliar os preditores de via aérea difícil do paciente. Nesse sentido, um mnemônico muito famoso e simples de utilizar para predizer a dificuldade de intubação é o LEMON.
Nele, basicamente são avaliados fatores que podem prejudicar a laringoscopia no que se refere ao tamanho do campo de visão, e na capacidade para alinhar os eixos da via aérea (oro-faríngeo e laringo-traqueal).
Como falamos anteriormente, os mnemônicos servem justamente para resumir os pontos mais importantes de um assunto em palavras chaves. O significado do LEMON é o seguinte:
Refere-se à avaliação visual das vias aéreas em busca de dificultadores, como trauma facial, cirurgia de cabeça e pescoço prévia, dentes incisivos proeminentes, tamanho da língua, ou outras alterações anatômicas, como retrognatismo.
Aqui, avalia-se a abertura bucal do paciente (pelo menos 3 dedos), distância mento-hióide (3 dedos), e a distância tireo-hióidea (2 dedos). Valores abaixo destes são preditores de via aérea difícil. Lembrando que o ideal é utilizar os dedos do paciente como referência, e não os do examinador. Como muitas vezes temos pacientes não cooperativos, podemos fazer uma estimativa.
A escala de Mallampati avalia a visibilidade da orofaringe, observando-se o palato, as tonsilas e a úvula:
– Classe I: palato mole, úvula e pilares amigdalianos visíveis.
– Classe II: palato mole, maior parte da úvula e dos pilares visíveis.
– Classe III: palato mole e base da úvula visíveis.
– Classe IV: apenas palato duro visível.
Mallampati classes 3 e 4 estão associados a maior dificuldade de intubação.
Inclui a avaliação de sinais de obstrução das vias aéreas, como um tumor, corpo estranho, abscesso ou hematoma.
A avaliação da mobilidade cervical é essencial para identificar dificultadores para o alinhamento da via aérea no momento da intubação. Pode-se pedir para o paciente encostar o queixo sobre o peito e estender o pescoço ao máximo.
Uma vez identificada uma via aérea potencialmente difícil, existem precauções a mais que podem ser feitas para garantir o sucesso da intubação, como utilizar um fio guia dentro do tubo ou um bougie, posicionar o paciente com coxins, ou intubar com auxílio de um videolaringo ou broncoscópio flexível.
Nem sempre os mnemônicos são muito intuitivos, especialmente quando é preciso relacionar as letras a uma palavra em inglês. No caso do “E”, não é tão simples associar “evaluate” à regra do 3-3-2. Por isso, ao lembrar do LEMON, pensem em L3MON:
L ook
3 -3-2
M allampati
O bstruction
N eck
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