O Imposto de Renda é uma obrigação anual para milhões de brasileiros, mas quando falamos de imposto de renda para médicos, o processo pode ser ainda mais complexo.
Afinal, essa é uma categoria profissional que pode atuar de diversas formas — seja como pessoa física, pessoa jurídica ou até em diferentes regimes de contratação.
Se você é médico e tem dúvidas sobre como declarar corretamente seus rendimentos, este guia vai te ajudar a entender tudo o que você precisa saber. Continue a leitura e atualize-se!
Os médicos apresentam uma particularidade quando o assunto é Imposto de Renda: podem receber rendimentos de diferentes fontes.
Assim, eles podem ser empregados em hospitais, clínicas e postos de saúde, atuar como autônomos, ter um consultório próprio ou até uma empresa médica. A tributação varia conforme o modelo de trabalho:
A maioria dos médicos se enquadra nos critérios da Receita Federal. Para 2025, deve declarar quem se encaixar em pelo menos uma das seguintes condições:
Mais um ponto importante é para médicos que têm CNPJ. Dependendo do regime tributário escolhido, pode haver isenções e deduções diferenciadas, tornando necessário o acompanhamento de um contador especializado.
Para garantir que sua declaração esteja correta e evitar problemas com a Receita Federal, é fundamental reunir todas as informações exigidas antes de preencher o documento:
Esses são os valores que sofrem incidência de imposto e devem ser informados na declaração do Imposto de Renda para médicos. Incluem:
Médicos autônomos devem informar os valores recolhidos mensalmente no Carnê-Leão. O sistema da Receita Federal já calcula o imposto devido e os pagamentos mensais devem ser declarados na aba de “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Física e do Exterior”.
Alguns valores podem ser declarados como isentos, como: distribuição de lucros para médicos que possuem CNPJ; rendimentos de aplicações financeiras com isenção fiscal; indenizações e seguros recebidos.
Médicos podem abater diversas despesas na declaração para reduzir o imposto a pagar, como:
Se o médico possui bens como imóveis, veículos, equipamentos médicos e investimentos financeiros acima de R$ 800.000,00, deve informá-los na ficha de “Bens e Direitos”.
A Receita Federal exige que sejam informados pagamentos feitos a outros profissionais, como contadores, advogados e secretárias. Além disso, doações para entidades beneficentes podem ser deduzidas.
Manter todos esses registros organizados ao longo do ano facilita o preenchimento da declaração e evita surpresas desagradáveis com o Fisco.
A declaração do Imposto de Renda para médicos pode parecer complicada, mas seguindo um passo a passo organizado, o processo se torna mais simples e eficiente. Para facilitar, dividimos os principais passos a serem seguidos.
Antes de começar o preenchimento, reúna todos os documentos e comprovantes. Os principais são:
O primeiro passo para a declaração é acessar o Programa Gerador do Imposto de Renda (PGD IRPF) ou utilizar o aplicativo Meu Imposto de Renda, disponível para computadores e celulares.
Os médicos podem optar entre dois modelos de declaração: simplificada e completa. Veja em que elas diferem entre si:
Nesta etapa, todos os rendimentos devem ser informados corretamente. É importante conferir que os números estão realmente certos:
Se o médico atuou como autônomo, deve preencher a aba “Rendimentos Recebidos de Pessoa Física” e importar os dados do Carnê-Leão.
Aqui, o profissional pode inserir todas as despesas que reduzem o imposto devido. Entre elas, destacamos:
Os médicos devem declarar imóveis, veículos, equipamentos médicos e outros bens adquiridos. Também devem informar contas bancárias com saldo acima de R$ 140,00 e investimentos.
Antes de finalizar, aconselhamos a revisar todos os dados e verificar se há pendências. Após a conferência, a declaração deve ser enviada pelo próprio sistema da Receita Federal.
Depois do envio, é importante acessar regularmente o e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte) para verificar se a declaração foi processada corretamente ou se caiu na malha fina.
A declaração do Imposto de Renda para Médicos requer atenção a detalhes. Para evitar problemas com a Receita Federal, fique atento aos principais equívocos:
Muitos médicos recebem valores de diferentes fontes, como hospitais, clínicas, atendimentos particulares e planos de saúde. A omissão de qualquer um desses rendimentos pode gerar inconsistências na declaração.
Médicos autônomos que recebem de pessoas físicas precisam preencher o Carnê-Leão e pagar o imposto mensalmente.
Se esses valores não forem corretamente declarados, o profissional pode ter que pagar multas e juros sobre os impostos devidos.
A Receita Federal permite a dedução de diversas despesas, mas qualquer erro pode levar à malha fina. Os principais problemas incluem:
Cada dependente incluído na declaração aumenta as deduções possíveis, mas a Receita Federal exige comprovação. Erros comuns abrangem:
Médicos que possuem imóveis, veículos ou investimentos devem registrar essas informações na declaração.
Se a Receita Federal identificar aumento patrimonial incompatível com os rendimentos declarados, o contribuinte pode ser chamado para prestar esclarecimentos.
O prazo para entrega do Imposto de Renda referente a 2024 vai de 17 de março a 30 de maio de 2025 abril, e muitos profissionais deixam para preencher a declaração nos últimos dias, aumentando as chances de erros.
Mesmo após enviar a declaração, o contribuinte precisa acompanhar o status no portal e-CAC da Receita Federal. Caso haja alguma pendência, o médico pode corrigir as informações e evitar maiores complicações.
Muitos médicos atuam como sócios em clínicas, hospitais ou empresas médicas. Essa modalidade oferece benefícios tributários, mas também demanda atenção na hora de declarar o IR. A forma de tributação varia conforme o regime escolhido para a empresa.
Se o médico tem CNPJ, o primeiro passo é verificar o regime tributário adotado pela empresa. Os principais regimes são:
Os lucros distribuídos entre os sócios são isentos de Imposto de Renda. Porém, é necessário que a empresa esteja regularizada e apresente a escrituração contábil correta.
O médico deve informar esses valores na ficha de “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”.
Já os pró-labores, que são os pagamentos feitos ao sócio pelo trabalho exercido na clínica, são considerados rendimentos tributáveis e devem ser declarados na aba de “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica”.
Se o médico for sócio de uma clínica ou empresa médica, deve incluir sua participação societária na aba de “Bens e Direitos”, informando:
Além disso, se houver empréstimos entre o médico e a empresa, esses valores também precisam ser declarados corretamente para evitar problemas com o Fisco.
Médicos que atuam como pessoa jurídica podem deduzir diversas despesas relacionadas à atividade profissional, como:
A declaração do Imposto de Renda para médicos pode parecer complicada, mas com organização e planejamento, é possível cumprir essa obrigação de forma tranquila e sem surpresas desagradáveis.
Se você ainda tem dúvidas ou quer garantir uma declaração de Imposto de Renda para médicos sem complicações, contar com a ajuda de um contador especializado é sempre uma boa escolha.
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Professor da Medway. Formado pela Universidade do Estado do Pará, com Residência em Cirurgia Geral pela Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP). Siga no Instagram: @danielhaber.medway